Uma visita a Lisboa costuma incluir alguns monumentos e locais mais conhecidos, como o Mosteiro dos Jerónimos ou o Palácio da Ajuda, por exemplo. Mas a capital de Portugal tem muito a explorar, guardando imensos tesouros a descobrir e segredos a conquistar. Os locais secretos em Lisboa são conhecidos sobretudo pelos guias de roteiros alternativos.
Mas, na realidade, estão ao alcance de qualquer um. Basta deixar de lado os roteiros mais comerciais e massificados e partir à descoberta de uma Lisboa secreta que não aparece nos guias turísticos. E se o fizer, irá descobrir uma vertente da cidade que não imaginava que pudesse existir. Será, com todo a certeza, um turista dentro da sua própria casa e verá algumas coisas pela primeira vez.
Se lhe agrada a ideia de descobrir os locais menos conhecidos de Lisboa, então esta é a lista que deve seguir. Aqui encontrará monumentos que poucos conhecem e que quase ninguém visita mas que são autênticos tesouros por descobrir. Conheça alguns dos locais mais secretos de Lisboa.
1. Museu Nacional do Azulejo
Este é um dos museus mais importantes do nosso país, pela sua coleção singular e totalmente dedicada à arte do azulejo, tão diferenciadora da cultura portuguesa. O edifício onde o museu está instalado é igualmente ímpar, tratando-se do antigo Convento da Madre de Deus, fundado em 1509 pela Rainha D. Leonor. Destacamos o painel de azulejo representativo da panorâmica de Lisboa antes do terramoto de 1755. A visitar de terça a domingo.
2. Sala de Portugal na Sociedade Portuguesa de Geografia
A Sociedade Portuguesa de Geografia foi fundada por iniciativa de Luciano Cordeiro em 1875, ocupando desde 8 de julho de 1897 umas instalações de rara beleza decorativa e arquitetónica na Baixa da cidade. Aqui pode visitar o Museu Colonial e Etnográfico, com um acervo notável nas áreas de História e Etnologia, com relevo especial para as antigas possessões portuguesas na África e na Ásia.
O museu tem várias salas, mas é na Sala de Portugal, com os seus 50m de comprimento, que se encontra a maior parte do espólio museológico. O museu pode ser visitado de segunda a sexta.
3. Palácio Burnay
Este palácio, construído em 1734, foi residência dos patriarcas de Lisboa e de aristocratas até à sua aquisição pelo Estado, em 1940. A característica mais impressionante no edifício são as paredes da escadaria, pintadas em trompe-l’oeil, e que criam um efeito monumental de relevos. Durante várias décadas, o palácio foi sede do ISCSP, tendo estado nele também instalados os Serviços de Reitoria e Ação Social da Universidade Técnica de Lisboa até 2001.
Também aqui operou o Instituto de Investigação Científica Tropical. Com a saída destas entidades do edifício, o local foi votado ao abandono, apesar de ser um Imóvel de Interesse Público. Em 2021, foi noticiado que o palácio foi vandalizado e que todas as telas que adornavam o edifício desapareceram.
4. Igreja Menino de Deus
Esta igreja, Monumento Nacional desde 1918, está localizada em Alfama, junto ao Castelo de São Jorge, na freguesia de Santa Maria Maior. A igreja, de estilo conventual e barroco, foi construída no reinado de D. João V, com projeto de João Antunes. A obra foi terminada por João Frederico Ludovice.
No local, existia já um hospital, chamado de Mantelatos da Ordem Terceira de São Francisco de Xabregas, que se dizia conter uma imagem milagrosa do Menino Jesus. Ao ouvir os relatos de milagre, D. João V resolveu erguer um templo no local, alguns meses antes do nascimento do seu primeiro filho.
5. Convento da Madre de Deus
Já aqui referimos este convento, que alberga o Museu do Azulejo. Outrora pertença da Ordem de Santa Clara, o convento, mandado construir em 1509 pela Rainha D. Leonor (mulher de D. João II), está situado na zona oriental de Lisboa. Só em 1550 é que se construiu a atual Igreja da Madre de Deus, por ordem de D. João III, tendo o espaço sido decorado apenas em finais do século XVII e meados do século XVIII, nos reinados de D. Pedro II, D. João V e D. José.
6. Miradouro da Rocha do Conde de Óbidos
Apesar de estar desviado do centro da cidade, este miradouro não deve ser desprezado, com a sua simplicidade encantadora e a sua vista deslumbrante sobre a área comercial do porto de Lisboa e do Rio Tejo. No jardim onde se situa o miradouro, pode encontrar uma flora e fauna diversificadas. O local está próximo do Museu Nacional de Arte Antiga, pelo que se recomenda a visita.
7. Miradouro dos Montes Claros
No Parque de Monsanto, encontra este miradouro, um pouco deslocado dos restantes, mas com uma panorâmica belíssima sobre o Tejo, Lisboa e a Serra de Sintra. Está rodeado de amplas áreas verdes e de um lago, sendo um excelente pretexto para partir à descoberta do Parque de Monsanto, verdadeiro escape citadino, especialmente aos fins-de-semana.
8. Palácio Fronteira
Datada de 1670, a casa do Marquês de Fronteira é um daqueles locais que tem de visitar pelo menos uma vez na vida. Para além do escultural jardim, pode ver os quartos recheados de azulejos decorativos dos séculos XVII e XVIII, que retratam cenas de batalhas e caça. Não há nada de comparável em Lisboa, especialmente para quem aprecia história, arquitetura e azulejaria.
A Sala das Batalhas foi já considerada a “capela sistina da azulejaria portuguesa”. Os jardins podem ser visitados de segunda a sábado. O interior do Palácio Fronteira pode-se visitar de segunda a sábado, mas apenas de manhã, pelo que aconselhamos que reserve com antecedência.
9. Palácio Foz
Este é um dos edifícios mais belos do centro de Lisboa, mas apenas se encontra disponível para visita por marcação. A construção do edifício começou em 1777, com vários proprietários a remodelá-lo e a dar-lhe a mistura de estilos que hoje se podem ver no seu interior, desde o rococó ao neogótico e neomanuelino. Uma das particularidades do edifício é a “abadia”, um espaço antes usado como restaurante praticamente exclusivo da elite maçónica, onde se realizavam reuniões secretas.
10. Palácio da Ega
Este palácio foi construído no século XVI e é usado desde 1931 como instalações do Arquivo Histórico Ultramarino. Aqui encontra uma das mais belas salas da cidade, o Salão Pompeia, datado de uma remodelação ao edifício no século XVIII. O salão era usado como sala de música em grandes banquetes, tendo sido colocado no local uma estátua de Apolo, deus da música. Este encontra-se rodeado de frescos, colunas e de oito painéis de azulejos do século XVIII que ilustram os principais portos europeus na época.
Só conheci o museu do azulejo. Fantástico, maravilhoso. Passei um dia inteiro lá, mas acho que merece dois dias.