A história do nosso país é rica em intrigas, mistérios, adultério e até desaparecimentos. Nos 900 anos de história, aconteceu de tudo um pouco à Família Real Portuguesa, existindo diversos mistérios que ainda hoje não têm uma solução clara. Só nos resta assim imaginar o que aconteceu, e analisar os factos para tirar as nossas próprias conclusões. Deixamos-lhe aqui 7 dos maiores mistérios da História de Portugal.
1. D. Sebastião sobreviveu a Alcácer-Quibir e foi preso em Itália
Segundo algumas teorias, D. Sebastião terá sobrevivido à batalha de Alcácer-Quibir e reapareceu em Itália anos mais tarde, em 1598, tendo sido mais tarde preso com a cumplicidade dos espanhóis, que ocupavam na altura o trono português.
Apesar de a maioria dos historiadores aceitar a versão de que D. Sebastião morreu realmente na batalha, muitas pessoas sustentam que essa teoria foi criada com intuitos políticos pela dinastia filipina. Várias testemunhas afirmaram na época que viram D. Sebastião a sair vivo da batalha, entre os quais um Sebastião Figueira, que garantiu que saiu da batalha com o rei, e que mais tarde o reconheceu na figura do Cavaleiro da Cruz, que ficou conhecido como o “D. Sebastião de Veneza”.
Para além de outros indícios que atestam a sobrevivência do monarca, um dos mais fortes indicadores disso foi a descoberta de uma medalha de ouro, no séc. XIX, com a inscrição “Sebastianus Primus Portugaliae Rex”, num túmulo da capela de S. Sebastião, no Convento dos Agostinhos de Limoges, onde a lenda diz estar sepultado um rei português com o mesmo nome.
2. O Marquês de Pombal era descendente de uma escrava negra
Uma das figuras mais conhecidas da nossa história, este ministro teve parte no destino de Portugal durante 27 anos. Ficou conhecido por reconstruir Lisboa após o Terramoto de 1755, por extinguir a Inquisição e por abolir a escravatura numa lei de 19 de setembro de 1761.
Numa lei pombalina menos conhecida, datada de 1773 e conhecida como “Lei do Ventre Livre”, estipulava que fossem libertados e emancipados todos aqueles cuja escravatura remonte à sua bisavó, mesmo que a avó e a mãe tenham sido escravas.
Existia na altura uma grande preocupação com a mestiçagem, sendo exigidos certificados de “pureza” genealógica a cada candidato a participante da gestão pública. Curiosamente, pensa-se que Pombal tinha uma bisavó negra, que era escrava-amante do seu bisavô (que era padre).
3. Portugal já sabia da existência do Brasil antes do Tratado de Tordesilhas
Um mistério que ainda hoje é ensinado nas escolas é o conhecimento ou não da existência do Brasil antes de se celebrar o tratado de Tordesilhas. Existem evidências fortes que mostram que os portugueses já conheciam o Brasil antes da chegada oficial de Pedro Álvares Cabral ao território.
Uma das evidências mais citadas é a insistência de D. João II em alargar a área portuguesa do tratado para ocidente, incluindo assim o Brasil nesse território. Outra evidência é a própria rota feita pelos navegadores portugueses: estes tinham o hábito de se desviar da África no Atlântico Sul e seguir para ocidente, de modo a aproveitar os ventos dominantes da zona. Seria preciso que se afastassem apenas um pouco mais que o normal para chegarem ao Brasil, o que efetivamente aconteceu. Apenas não se sabe em que data isso aconteceu realmente.
4. D. Afonso Henriques não era filho do Conde D. Henrique
Existem duas teorias diferentes que sustentam o mesmo fim: O D. Afonso Henriques que governou Portugal não era filho do conde D. Henrique nem da sua esposa. Sabe-se que D. Afonso Henriques nasceu com uma deficiência congénita nas pernas, que à luz dos conhecimentos médicos da época, dificilmente melhoraria a ponto de o tornar a figura que se tornou. Para além disso, diz-se que D. Afonso Henriques teria mais de 2 metros, sendo que os seus pais não ultrapassavam os 1.60m.
D. Afonso Henriques (o verdadeiro) foi entregue a Egas Moniz, para ser criado e, segundo se diz, não terá sobrevivido à infância. A personagem que o substitui seria filho de Egas Moniz (segundo uma teoria) ou filho de um pastor transmontano, comprado por Egas Moniz numa viagem a Chaves (segundo outra teoria).
5. Cristóvão Colombo era português
Um simples mercador genovês dificilmente teria a vida que Cristóvão Colombo teve se fosse mesmo apenas um mercador. Afinal, Colombo estava casado com uma aristocrata portuguesa, tinha amigos na Corte e um nível de cultura muito acima do normal. Vários dos seus manuscritos em castelhano apresentam erros típicos de um português que procura escrever a língua, adensando assim o mistério.
Mas as evidências não se ficam por aqui: grande parte dos nomes que Colombo deu a localidades que descobriu na América são os mesmos de localidades em Cuba, no Alentejo, onde ele terá nascido. Mais ainda: após a descoberta das Américas, Colombo dirigiu-se a Lisboa, para comunicar a descoberta ao Rei português, e só depois se dirigiu a Espanha, cora que ele servia na altura.
6. Cristóvão Colombo era um espião português
Em consequência do mistério anterior, surge a ideia de que Colombo era um espião português, colocado ao serviço de Espanha para distrair os monarcas deste país da rota que queriam usar para chegar à Índia, que era na época a maior fonte de riquezas comerciais em todo o mundo. Colombo afirmou sempre aos reis espanhóis que chegaria à Índia por ocidente, em vez de se dirigir ao oriente. Enquanto isso, os portugueses podiam prosseguir com o seu plano de chegar à Índia dobrando a costa de África.
7. Os lusitanos eram mais evoluídos em termos militares do que os romanos
Apesar de parecer estranho, crê-se que as armas dos lusitanos eram superiores às dos romanos, razão pela qual o poderoso Império Romano precisou de dois séculos para conquistar a parte ocidental da Península Ibérica.
O povo lusitano não jogava na defensiva; pelo contrário, tinha uma tática bastante ofensiva, fazendo campanhas de longa distância e organizando operações militares em vários locais da Península, chegando até à África. A intenção destas operações era dupla: por um lado, queriam ocupar posições-chave que impedissem o avanço dos romanos: por outro, queriam punir as tribos aliadas dos romanos, destruindo as bases operacionais que eram instaladas nessas cidades.
A força combinada de cavalaria e infantaria do exército lusitano, versado no combate híbrido (combatiam em campo aberto ou em terreno de montanha com a mesma facilidade), deixava os legionários desorganizados e perplexos.