VortexMag
  • Cultura
  • Sociedade
  • História
  • Viagens
  • Gastronomia
  • Lifestyle
No Result
View All Result
VortexMag
No Result
View All Result
Home História

Fijus di Terra: 500 anos depois ainda se fala português no Senegal

Saiba quem são os fijus di terra, os descendentes de portugueses que vivem no Senegal e que falam um crioulo de base portuguesa.

VxMag by VxMag
Jul 17, 2024
in História
0
Casamansa

Casamansa

Partilhar no FacebookGuardar no Pinterest

ArtigosRelacionados

Portugal já deu 2 Papas à Igreja

Portugal já deu 2 Papas à Igreja: conheça-os e descubra a sua história

Abr 30, 2025
Convento de Monchique

O convento esquecido de Monchique: um tesouro perdido no tempo

Mar 29, 2025
Almanjarras de Lisboa

Os Almanjarras: o elétrico aberto que marcou a história de Lisboa

Mar 23, 2025
Bandeira de Ceuta

A cidade Espanhola com um Brasão Português na sua bandeira

Mar 23, 2025

A história dos fijus di terra remonta ao século XV, quando os portugueses chegaram à costa ocidental da África e estabeleceram relações comerciais e culturais com os povos locais. Os portugueses instalaram-se em vários pontos da região, como Cacheu, Bissau, Ziguinchor e Joal-Fadiouth, e misturaram-se com as mulheres africanas, dando origem a uma população mestiça que adotou o catolicismo e o português como língua.

Os fijus di terra eram os proprietários da terra, diferenciavam-se dos outros grupos étnicos pela língua crioula, pela religião católica e pelos hábitos e roupas europeias. Mantiveram-se fiéis a Portugal durante os períodos de disputa colonial entre franceses, ingleses e holandeses, e resistiram às tentativas de assimilação cultural por parte dos franceses, que dominaram o Senegal a partir do século XIX.

Em 1886, Portugal cedeu a Casamansa à França, mas os fijus di terra continuaram a preservar a sua identidade lusófona. Hoje em dia, eles representam uma minoria étnica no Senegal, mas são reconhecidos pelo governo como uma comunidade específica. Têm direito a ensinar e aprender o português nas escolas públicas, a ter representação política e a participar em atividades culturais e religiosas ligadas à lusofonia.

A língua dos fijus di terra é o crioulo de Casamansa, uma língua crioula de base portuguesa que tem influências do francês, do uolofe e de outras línguas africanas. O crioulo de Casamansa é falado principalmente na cidade de Ziguinchor, a capital regional da Casamansa, mas também em outras localidades como Oussouye, Carabane e Djembering.

O crioulo de Casamansa tem uma estrutura gramatical simples, mas um vocabulário rico e variado. Usa o alfabeto latino e tem uma ortografia própria. É usado pelos fijus di terra para se comunicarem entre si, mas também para se expressarem artisticamente. Há vários exemplos de música, literatura e cinema em crioulo de Casamansa, que mostram a vitalidade e a criatividade dessa língua.

O crioulo de Casamansa é considerado uma língua em perigo de extinção pela UNESCO, pois tem um número reduzido de falantes e enfrenta a concorrência do francês e do uolofe.

No entanto, há iniciativas para promover o seu ensino, a sua documentação e a sua valorização. Uma delas é o projeto Fidjus di Terra (Filhos da Terra), que visa preservar e divulgar a cultura lusófona dos fijus di terra através da educação, da comunicação e da arte.

Os fijus di terra são uma comunidade orgulhosa da sua origem e da sua língua, mas também enfrentam vários desafios no contexto atual do Senegal. Um deles é o conflito armado que afeta a Casamansa desde 1982, quando um movimento separatista reivindicou a independência da região. Este conflito gerou violência, deslocamentos e pobreza na zona sul do país, afetando diretamente os fijus di terra.

Outro desafio é a integração social e económica dos fijus di terra no Senegal, que é um país de maioria muçulmana e de língua oficial francesa.

Os fijus di terra são frequentemente vistos como estrangeiros ou minoritários, e sofrem discriminação e marginalização. Têm dificuldades para aceder a oportunidades de emprego, educação e saúde, e para participar plenamente na vida política e cívica do país.

Um terceiro desafio é a preservação da identidade e da língua dos fijus di terra, que estão ameaçadas pela globalização, pela urbanização e pela assimilação cultural.

Muitos fijus di terra emigram para outras regiões do Senegal ou para outros países, como a França, a Guiné-Bissau ou o Brasil, em busca de melhores condições de vida. Nesse processo, eles perdem o contato com as suas raízes e com o seu património lusófono.

VxMag

VxMag

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Pudim de laranja com amêndoa
Gastronomia

Pudim de laranja com amêndoa: delicioso e irresistível

by VxMag
Mai 14, 2025
0

Leve, aromático e com um toque crocante, este pudim de laranja com amêndoa é uma sobremesa que surpreende pela simplicidade...

Read moreDetails
Tarte de iogurte e chocolate

Tarte fria de iogurte e chocolate: deliciosa e fácil de fazer

Mai 13, 2025
Tarte de maçã e amêndoa

Tarte de maçã e amêndoa: fácil de fazer e perfeita para o lanche

Mai 12, 2025
Queijadas de Évora

Queijadas de Évora: receita tradicional de um doce irresistível

Mai 11, 2025
Queijadas de Sintra

Queijadas de Sintra: deliciosas e fáceis de fazer

Mai 10, 2025
Toucinho do Céu de Murça

Toucinho do Céu de Murça: receita antiga e tradicional

Mai 9, 2025

© 2024 Vortex Magazine

Mais infomação

  • Ficha Técnica
  • Quem somos
  • Política de privacidade
  • Estatuto editorial

Redes Sociais

No Result
View All Result
  • Cultura
  • Sociedade
  • História
  • Viagens
  • Gastronomia
  • Lifestyle

© 2024 Vortex Magazine