O Porto é uma das cidades mais encantadoras de Portugal, com uma história muito rica. Afinal, não é por acaso que a cidade deu nome ao país. O Porto é conhecido mundialmente pelo seu vinho (embora na realidade, este seja produzido no Douro e armazenado em Gaia), pelas suas pontes e pela arquitetura contemporânea e antiga, bem como pelos seus diversos monumentos classificados como Património Mundial pela UNESCO.
Nas últimas décadas, o Porto sofreu várias transformações e hoje revela-se uma cidade moderna, cosmopolita e aberta a turistas, estando na moda um pouco por toda a Europa. Depois de ganhar vários prémios a nível internacional, a cidade do Porto conquistou os mais céticos e hoje é um grande destino turístico europeu.
A cidade está diferente: mais aberta às pessoas, mais interessante e com muitos pontos de interesse para descobrir. Mas… e se quiser fazer um circuito turístico pelo Porto sem gastar um cêntimo? Descubra 15 fantásticos locais grátis para visitar no Porto.
1. Catedral do Porto
A Sé é o berço a partir do qual a cidade do Porto foi crescendo, sendo um ponto de visita obrigatório devido aos seus tesouros artísticos. Foi construída no século XII no estilo românico, mas sofreu várias alterações ao longo do tempo. Está situada na zona mais alta da cidade e a partir daqui pode contemplar magníficas vistas sobre o rio e a cidade.
A capela-mor foi construída no século XVII e caracteriza-se pelo estilo clássico, onde predomina o mármore. Curiosamente, ali existe uma urna com os restos mortais de São Pantaleão, o padroeiro da cidade entre os séculos 16 e 19. No interior da Sé, destacamos os arcos de pedra, o claustro gótico, que data do século XIV, o altar de prata do século XVII e os relevos talhados e cobertos de folha de ouro.
2. Estação de São Bento
Esta estação, lugar de visita obrigatória para quem passa pela cidade, foi construída durante o século IX, sobre os escombros do antigo convento. A fachada ao estilo senhorial chama a atenção de quem passa em frente, mas o interior é ainda melhor, já que inclui uma entrada decorada com mais de 20.000 azulejos pintados à mão, que retratam a história de Portugal.
A sua localização central faz com que este seja um dos locais mais visitados no Porto. No interior, os azulejos cobrem uma superfície de cerca de 551 metros quadrados, representando principalmente cenas passadas no norte do país. É a partir desta estação que partem diversos comboios para a zona das vinhas e para cidades vizinhas como Braga, Viana do Castelo e Guimarães.
3. Ribeira
É um dos locais mais antigos e típicos do Porto e é considerado Património Mundial pela UNESCO. É toda como uma das zonas mais pitorescas da cidade, graças aos barcos tradicionais no rio Douro, às casas coloridas e às vistas fantásticas para a ponte D. Luís. A zona tem sido alvo de reconversão nos últimos anos, e é atualmente uma zona muito turística e local de concentração de bares e restaurantes.
Aqui pode encontrar um grande passeio fluvial, com numerosos barcos tradicionais, conhecidos como rabelos, e importantes pontes, a partir das quais poderá desfrutar de uma vista privilegiada sobre a cidade e sobre Vila Nova de Gaia, na outra margem do rio Douro.
4. Igreja de Santa Clara
A Igreja de Santa Clara conserva a sua estrutura arquitetónica gótica, que remonta ao século XV, e é considerada um dos melhores exemplares das igrejas forradas a ouro do barroco joanino. A instituição do Mosteiro das Clarissas do Porto decorreu a 28 de março de 1416, num evento marcado pela presença das mais importantes figuras do Reino. A esta primeira campanha de obras seguiram-se outras, como é o caso da campanha do claustro, com características maneiristas, ou as obras dos dormitórios, já no início do século XVIII.
Tal como aconteceu noutras igrejas de mosteiros femininos, a entrada principal encontra-se na fachada lateral, já que a zona contrária à capela-mor era ocupada pelo coro alto e pelo coro baixo. Destacamos também os azulejos dos coros, onde se pode ver um painel figurativo representando uma alegoria eucarística, com inscrição relativa às almas do purgatório e a data de 1680.
5. Mercado do Bolhão
Situa-se próximo da Avenida dos Aliados e é uma das zonas mais conhecidas do Porto. É aí que, desde 1914, se vendem produtos frescos, como queijo, carnes fumadas, azeitonas, flores e muito mais. O mercado em si possui vários pisos, com as lojas a distribuírem-se em torno de um enorme pátio central. Na parte inferior do mercado, encontra uma estupenda banca de peixe.
Apesar de ser um mercado, é um dos edifícios mais emblemáticas da cidade e, mesmo que não tenha intenção de comprar nada, recomenda-se a sua visita e um passeio pelas suas lojas.
6. Pérola do Bolhão
Esta mercearia tradicional foi fundada em 1917 por António Rodrigues Reis. Aqui pode encontrar uma vasta seleção de enchidos, frutos secos e caramelizados a granel, e uma excelente oferta de vinhos e biscoitos regionais, naquela que é uma das casas mais antigas da cidade. A sua fachada é de estilo Arte Nova, forrada a azulejos com referências à rota das especiarias.
A Pérola do Bolhão tem as suas portas abertas há 97 anos e está situada bem perto do Mercado do Bolhão. Ainda antes de entrar esta mercearia encanta, graças aos seus azulejos que dão nas vistas. No que diz respeito ao café, a Pérola do Bolhão foi considerada pela edição espanhola da revista Condé Nast Traveller como um dos melhores sítios para se comprar e saborear em casa…
7. Capela das Almas
Também conhecida como Capela de Santa Catarina, está situada na esquina entre as ruas de Santa Catarina e de Fernandes Tomás, em plena baixa da cidade do Porto. A capela foi construída na primeira metade do século XVIII e é um edifício religioso com traçado singelo, mas com uma grande beleza artística. É constituída por 2 corpos, sendo que o segundo é menor em altura, e foi alvo de obras de restauro e ampliação no ano de 1801, altura em que se modificaram várias das suas características originais.
A capela chama a atenção pelos azulejos que cobrem a sua fachada, que tornam impossível ficar indiferente às suas paredes, cobertas com 15.947 azulejos, numa área de 360 m². Na verdade, os azulejos só foram colocados no século XX, em 1929, mas foram concebidos de maneira a imitar os mosaicos característicos do século XVIII. São da autoria do ceramista Eduardo Leite e foram executados numa famosa fábrica de Lisboa.
8. Igreja do Carmo
Na freguesia da Vitória, entre a praça Carlos Alberto e a rua do Carmo, encontra esta igreja que pertence à Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo. O templo foi construído no estilo rococó em granito, seguindo um projeto de José Figueiredo Seixas. A fachada principal é profusamente decorada, tanto com elementos vegetais como com janelas e nicho, sendo coroada por uma cruz e pelas estátuas dos Evangelistas. Por sua vez, a fachada lateral encontra-se coberta de azulejos num tom azulado.
No interior da igreja, pode encontrar vários retábulos rococós em talha dourada, realizados por Francisco Pereira Campanhã no século XVIII. Esta é uma das igrejas mais importantes da cidade, estando situada próxima da Torre dos Clérigos e do Jardim da Cordoaria.
9. Jardins do Palácio de Cristal
Este magnífico parque é constituído pelos jardins do Palácio de Cristal, pela quinta da Macieirinha (onde se encontra o museu romântico e o solar do Vinho do Porto) e pela quinta Tait. A partir daqui pode desfrutar de deslumbrantes vistas panorâmicas sobre o rio e sobre o mar.
Os jardins, projetados no século XIX, foram sempre palco de vários eventos, sendo aqui que se encontra o pavilhão Rosa Mota, a biblioteca municipal Almeida Garrett e a Galeria do Palácio, a Concha Acústica e a capela de Carlos Alberto.
10. Fundação de Serralves
Esta Instituição preocupa-se com a sensibilização artística do público e promove para isso várias conferências e exposições sobre artes plásticas modernas e contemporâneas. Se visitar Serralves ao domingo de manhã, a entrada é gratuita até às 13:00h. Pode aproveitar para passear pelos jardins do parque e ainda visitar as exposições do Museu de Arte Contemporânea de Serralves.
A Fundação de Serralves está situada num amplo espaço de cerca de 18 hectares e conta com um largo Jardim com escadarias, lagos e flora variada, uma casa de chá, terrenos agrícolas e o edifício do Museu de Arte Contemporânea.
11. Jardins do Passeio Alegre
Os jardins foram construídos em finais do século XIX e beneficiaram da participação de Émile David no ajardinamento. Estão ladeados por uma Alameda de Palmeiras e albergam uma série de elementos arquitetónicos com elevado valor, como um chafariz em granito, a poente, proveniente do antigo convento de São Francisco; dois obeliscos de Nasoni, vindos da Quinta da Prelada; e um pequeno chalé romântico, construído em 1874, antes da finalização do jardim.
Pode também encontrar um minigolfe, que constitui um dos maiores polos de atração do espaço. No coreto, realizam-se pontualmente concertos filarmónicos. Destacamos os sanitários públicos, construídos em 1910, e decorados com azulejos Arte Nova e louças inglesas.
12. Ponte D. Luís
Construída em 1886 por um discípulo e colaborador do mestre Gustavo Eiffel, encontra-se encastrada sobre o rio Douro, entre o Porto e Vila Nova de Gaia. A parte mais alta da ponte é acessível a peões e contém ainda uma via de metro. A partir daqui pode contemplar, de forma gratuita, uma das mais maravilhosas vistas sobre o rio e sobre a zona da Ribeira. A parte inferior está reservada para as viaturas.
A construção da ponte representa um feito histórico, já que antes dela os peões cruzavam o rio através de uma ponte feita por embarcações antigas. Por aqui se transportavam também mercadorias. Aquando da invasão da cidade pelas tropas napoleónicas, em 1809, aqui se afogaram muitos dos habitantes, que procuravam passar a antiga ponte.
13. Centro Português de Fotografia
Este serviço público de acesso gratuito tem sede no Porto, no edifício da antiga Cadeia da Relação. Foi criado em 1997 pelo então Ministério da Cultura e é atualmente tutelado pela Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas. Aqui se promove e valoriza o património fotográfico, o que inclui o tratamento arquivístico de espécies e gestão da Coleção Nacional de Fotografia.
O Centro mantém também um programa anual de exposições temporárias, um núcleo museológico permanente, com uma rara e valiosa coleção de câmaras fotográficas, uma biblioteca especializada, com serviço de consulta e reprodução de espécies, uma loja e um serviço gratuito de visitas guiadas ao edifício e às exposições, que está sujeito a marcação prévia.
14. Avenida dos Aliados
É geralmente considerada o centro da cidade e uma das avenidas mais grandiosas. Está ladeada por prédios ornamentados numa variedade de estilos arquitetónicos que vão do neoclássico ao francês Beaux-Arts. É o lar de alguns dos hotéis mais prestigiados da cidade, bem como de vários bancos.
O nome desta avenida refere-se ao Tratado entre Portugal e o Reino Unido, no século XIV, que ainda hoje está em vigor. Esta ampla e relativamente curta avenida nem sempre foi a grande atração que é hoje. Aliás só existe na sua forma atual desde 1916, altura em que as velhas ruas e becos dos “lavadouros” foram demolidos.
No topo da avenida, encontra a Câmara Municipal, com uma torre central de relógio que se eleva a 70 metros acima da rua. Em frente à Câmara, fica a Praça do General Humberto Delgado, ladeada por ruas movimentadas de ambos os lados. É aqui que se localiza a estação de metro dos Aliados e a estátua do grande poeta português Almeida Garrett.
15. Muralha Fernandina
Esta muralha veio substituir a antiga cerca alto-medieval, que no século XIV se mostrou demasiado pequena face ao desenvolvimento da cidade. Deve o seu nome a D. Fernando, que a mandou reedificar entre 1368 e 1437, com verbas da Sisa do Vinho. Tinha uma extensão de 3000 passos e altura média de 30 pés. Foi guarnecida com ameias e reforçada por inúmeras cubelas e torres quadradas.
Hoje, ainda podem ser vistos dois troços, um localizado junto à rua Arnaldo Gama, chamado Trecho dos Guindais, e outro junto das Escadas do Caminho Novo, chamado Trecho do Caminho Novo. É parte integrante da Rota Urbana do Vinho.