Quando falamos em ilhas portuguesas, temos tendência a pensar logo em locais como a ilha da Madeira, Porto Santo ou o arquipélago dos Açores, que inclui nove ilhas. Mas a verdade é que Portugal tem diversas ilhas e ilhéus menos conhecidos. Longe das multidões que acorrem às ilhas mais turísticas, nestes locais pode encontrar uma natureza intacta, perfeita para os mais aventureiros.
Algumas destas ilhas localizam-se no meio de rios e podem ser facilmente acessíveis. Outras, como as ilhas selvagens do arquipélago da Madeira são um pouco mais difíceis de alcançar, mas talvez isso as torne ainda mais especiais.
Não se esqueça, no entanto, que grande parte destas ilhas se localiza em zonas de proteção ambiental e, por isso, deve ter o máximo respeito caso as queira visitar. Descubra 10 ilhas desertas em Portugal.
1. Ilha do Castelo (Castelo de Paiva)
Tem 29 metros de altura e 140 metros quadrados e encontra-se na interseção do rio Douro com o rio Paiva. O local também é conhecido por ilha dos Amores, devido a uma lenda de um romance proibido entre um lavrador e uma nobre fidalga.
Apesar de ter reduzidas dimensões, aqui terá também existido um castelo, que lhe deu nome. Hoje, o local é rico em plantas rasteiras e árvores imponentes, estando classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1977. O acesso à ilha faz-se de canoa ou a bordo de uma das várias embarcações de empresas de passeios.
2. Ilha do Pessegueiro (Sines)
Apesar do nome, esta pequena ilha ao largo da freguesia de Porto Covo apenas guarda vestígios de uma velha muralha e de um porto romano. O nome terá nascido de um equívoco na tradução do latim piscatorius, associado aos vestígios dos tanques de salga romanos.
Diz-se que a ilha foi também refúgio de piratas, estando associada a diversas histórias, como a da imagem presente na capela da Nossa Senhora Queimada. Poderá visitar a ilha do Pessegueiro de junho a setembro, em barcos que saem de Porto Covo.
3. Ilha Dourada (Reguengos de Monsaraz)
A barragem do Alqueva veio modificar completamente a paisagem alentejana, até porque é o maior reservatório de água da Europa Ocidental. Este que é o maior lago artificial da Europa abrange cinco conselhos alentejanos e alguns municípios raianos.
Com a criação da barragem, surgiram também diversas ilhas, entre elas a ilha Dourada, a única com praia natural de areia, rodeada por um espelho de água que pode atingir os 30º no verão. Pode chegar à ilha de barco, a partir da praia fluvial de Monsaraz, ou ir até lá de canoa, caiaque ou até de gaivota.
4. Ilhéu de Vila Franca do Campo (São Miguel)
Em frente a Vila Franca do Campo, a cerca de um quilómetro da costa, encontramos esta cratera semi-submersa de um vulcão extinto, classificada como Reserva Natural graças à vegetação endémica que rodeia a sua piscina natural.
O ilhéu pode ser avistado de Vila Franca do Campo durante todo o ano, mas apenas pode ser visitado entre junho e outubro, com lotação limitada a 400 pessoas por dia. Os barcos partem do cais de Tagarete de hora a hora, para realizarem uma viagem de 10 minutos.
5. Ilhéu das Cabras (Terceira)
Encontra-se na costa sul da ilha Terceira e é considerado o maior ilhéu dos Açores. As duas ilhotas que constituem este ilhéu encontram-se a 15 minutos do porto de Angra do Heroísmo, existindo passeios de barco até ao local, embora haja restrições quanto ao número de visitantes.
Uma das opções mais populares para explorar o ilhéu das Cabras é o snorkeling, que lhe permite conhecer de perto a fauna marinha protegida. Também pode mergulhar na Gruta do Ilhéu das Cabras e conhecer as várias espécies marinhas que ali vivem.
6. Ilha da Boega (Vila Nova de Cerveira)
Quando vista do alto do Monte de Nossa Senhora da Encarnação, a ilha parece um coração verdejante em pleno rio Minho. O local tem 1400 metros de comprimento por 400 metros de largura e resulta da acumulação de sedimentos arrastados pelo rio e posterior cobertura por vegetação.
Pode visitar a ilha fazendo o “Cruzeiro das Ilhas”, que decorre entre Vila Nova de Cerveira e Lanhelas e passa pelas ilhas da Boega e dos Amores, numa viagem com duração total de 50 minutos.
7. Ilha Deserta Grande (Madeira)
Esta é a maior ilha do sub-arquipélago das Desertas, parte integrante da Região Autónoma da Madeira. Aqui existem diversos animais e plantas únicos, numa área com cerca de mil hectares. A parte Norte da ilha tem estatuto de reserva parcial e a parte Sul é reserva integral, sendo proibida a navegação.
Esta ilha tem uma pequena nascente, apenas constante no inverno. Na sua visita ao local, pode avistar diversas espécies de animais, como a ave marinha alma-negra, a aranha-lobo das Desertas ou a foca-monge-do-mediterrâneo.
8. Ilha Selvagem Grande (Madeira)
Esta é a maior das ilhas Selvagens, tendo encostas escarpadas e algumas grutas. O seu ponto mais alto é o Pico da Atalaia, com 163 metros de altura, de onde se pode avistar os 3718 metros do Pico de Teide, na ilha de Tenerife, Canárias.
A Selvagem Grande é habitada todo o ano por dois vigilantes da natureza, dois elementos da Polícia Marítima e um elemento da Capitania do Funchal. O acesso à ilha é restrito, pelo que potenciais visitantes devem pedir atempadamente uma autorização especial ao Parque Natural da Madeira.
9. Ilha de Almourol (Vila Nova da Barquinha)
A ilha em si tem 310 metros de comprimento e 75 metros de largura, e está ocupada em grande parte pelo Castelo, monumento militar medieval emblemático da Reconquista Cristã, que evoca a memória Templária no nosso país, já que a ilha e o seu castelo lhes foram entregues para reconstrução e defesa.
Pode visitar a ilha e o castelo de Almourol e o Centro de Interpretação Templário (que se encontra em Vila Nova da Barquinha, no Centro Cultural) todos os dias, exceto à segunda-feira. O bilhete tem um custo de 4 euros.
10. Ilha da Ínsua (Caminha)
Esta pequena ilha, com cerca de 200 metros de comprimento máximo, encontra-se junto à foz do rio Minho, a cerca de 300 metros da costa. No local, podemos encontrar um bonito forte, ruínas de um mosteiro e uma bela praia de areia branca.
Pode visitar a ilha de barco-táxi, que parte da praia do Camarido, ou indo de caiaque ou stand-up paddle, apesar de esta opção não ser muito recomendada devido às fortes correntes. Quanto ao Forte da Ínsua, foi concessionado à DiverMinho, pelo que apenas poderá visitar o interior através desta empresa.