Se há região que nunca nos deixa de surpreender, é o Alentejo. Quando achamos que já conhecemos tudo, somos presenteados com a descoberta de locais quase secretos, desconhecidos para a maioria dos turistas. As aldeias alentejanas cativam pelas suas casas caiadas de branco e azul, locais de grande beleza e simplicidade.
Por outro lado, existem castelos, praticamente abandonados, que nos parecem transportar no tempo. Seja qual for o local, a melhor maneira de descobrir estes sítios mais secretos é saindo das estradas principais e partindo à aventura através do Alentejo. Deixamos-lhe algumas sugestões.
1. Veiros

Encontra-se no concelho de Estremoz e é considerada uma das aldeias mais bonitas do Alentejo, cativando pelo seu casario branco e pelo castelo altaneiro. A aldeia é um reflexo da região onde se insere, cativando-nos com o seu ar verdadeiramente alentejano, mas quem a vê hoje poderá não notar a sua importância histórica. Afinal, em tempos, este local teve uma função crucial na defesa do nosso território.
Veiros foi doada à Ordem de Avis, que construiu o castelo, e o manteve. Com o apaziguamento das relações com Espanha e a expulsão dos mouros, no entanto, o local foi perdendo importância e população. Mesmo assim, a aldeia merece a sua visita. Não deixe de percorrer as suas ruas, conversar com os habitantes, e descobrir as suas igrejas e o pelourinho.
2. Ouguela

Encontra-se em Campo Maior e é uma típica e bela aldeia alentejana. Conta com um castelo, no alto de um monte com 270 metros de altitude, que olha altivo para a paisagem que o rodeia e nos lembra a sua função passada de defesa da raia. Tal como aconteceu noutros locais, a aldeia foi perdendo população e importância à medida que a defesa das fronteiras deixou de ser crucial para a segurança do nosso país.
Apesar de tudo, é uma aldeia relativamente bem conservada e que conta com traços típicos alentejanos. As casas encontram-se no exterior e interior das muralhas, existindo surpresas a cada recanto, e por isso recomenda-se um passeio pelas suas ruas.
3. Terena

Esta belíssima localidade, também conhecida como São Pedro ou São Pedro de Terena, encontra-se no concelho do Alandroal e é uma acolhedora e típica vila do Alentejo, que foi, noutros tempos, muito importante na defesa do nosso território. Ao passear pelas suas ruas, becos e ruelas, irá descobrir uma localidade rica em história, como o atestam o pelourinho do séc. XVI, os antigos Paços do Concelho, do séc. XVIII, e um edifício que serviu de hospital até inícios do séc. XX.
Tudo isto contrabalançado com as casas caiadas de branco e com faixa azul, assim como pelas inúmeras flores que enfeitam portas, janelas e varandas, num encanto alentejano que nos deixa sempre saudades.
4. Alegrete

Esta pequena e graciosa vila encontra-se no concelho de Portalegre, às portas do Parque Natural da Serra de São Mamede. A melhor forma de conhecer Alegrete é percorrendo as suas ruelas e becos, apreciando as casas caiadas de branco, as ruas tipicamente alentejanas, e as flores que adornam portas e janelas. E, como não podia deixar de ser, todos os caminhos vão dar ao castelo, ex-libris da localidade.
Tal como em todo o Alentejo, em Alegrete poderá provar gastronomia tipicamente alentejana, entre porco preto, enchidos, migas e açordas, todos deliciosos e de comer e chorar por mais, pratos que vão certamente deixar saudades e que lhe permitirão recuperar energias depois do passeio.
5. Messejana

Não se sabe ao certo quando foi fundada, mas sabe-se que esta vila alentejana já existia no tempo dos mouros. Foi conquistada em 1235 e foi durante algum tempo sede de concelho, embora tenha perdido essa distinção, entretanto.
Esta vila alentejana, de ruas estreitas e casas caiadas de azul e branco, cativa quem passeia pelas suas ruelas, mostrando-nos um lado do Alentejo que podíamos julgar perdido. Até a própria igreja de Messejana se destaca da paisagem pelas suas cores, sendo um belíssimo ponto de interesse a visitar.
6. Brotas

Tal como noutras aldeias alentejanas, aqui encontra casas caiadas de branco, com as típicas faixas azuis, assim como ruas íngremes e sinuosas, com um toque de cor graças às diversas flores que adornam janelas e varandas.
No entanto, Brotas é diferente das restantes localidades, muito graças à sua história. Afinal, a aldeia cresceu por causa do imponente santuário de Nossa Senhora das Brotas, que é o maior ponto de interesse da aldeia. Antes do santuário, nada existia aqui; depois, as casas começaram a ser construídas, e assim nasceu Brotas.
7. Cascata do Pego do Inferno

Também se chama Cascata dos Mosteiros, devido à proximidade com a aldeia de Mosteiros. Aliás, a cascata encontra-se um pouco antes de chegar a esta localidade, vindo de Portalegre. Basta procurar pela rua de São Bento, pequena via que conduz à aldeia pelo campo de futebol.
Estacione nessa rua e siga ladeira abaixo, durante 5 minutos, até chegar à cascata. E, se for verão, aproveite para dar uns mergulhos e refrescar-se do inclemente calor.
8. Castelo de Valongo

Encontra-se no topo de uma colina, rodeado de campos com grandes vinhedos, e perto de uma represa de água que lhe dá uma atmosfera mágica, e que proporciona as condições ideias para os amantes de fotografia.
O castelo de Valongo é um dos raros castelos nacionais com traça tipicamente medieval – existem outros castelos medievais no nosso país, mas foram bastante alterados ao longo do tempo. Segundo documentos antigos, o castelo sofreu obras no século XV e XVI, altura em que ganhou uma torre de menagem com traça manuelina.
9. Convento de São Paulo

Foi construído no séc. XIV nas encostas da serra de Ossa, por monges que procuravam um local calmo para rezar e encontrar paz espiritual. No entanto, o convento hoje é um confortável hotel, com 600 hectares de floresta, dois grandes jardins, duas fontes estilo florentino, e 50.000 azulejos a revestir as paredes, e que são um grande ponto de interesse.
O local respira história e presenciou alguns eventos importantes. Foi visitado por D. Catarina de Bragança (que se casou com Carlos II de Inglaterra em 1661), por D. Sebastião e por D. João IV. E mesmo em 1892, o rei D. Carlos convidou toda a corte e nobreza para um piquenique nos jardins deste mosteiro.
10. Cascata da Cabroeira

É também chamada de Cascata da Rabaça e é uma das quedas de água mais imponentes do Alentejo, apesar de não ser fácil dar com ela. Encontra-se perto da fronteira espanhola, perto de uma pequena aldeia chamada Rabaça. Para lá chegar, siga pela M1044 em direção a Cabroeira de Baixo.
Estacione o carro na berma, 2 quilómetros antes de chegar à aldeia. A partir daqui, são apenas 1000 metros a pé até chegar a um penhasco, de onde se pode ver a cascata e uma paisagem pouco comum para o Alentejo.