Portugal descobriu diversos territórios durante a sua odisseia pelo mundo. Não é por acaso que Portugal ficou com metade do mundo na sequência do Tratado de Tordesilhas, ficando a outra metade para o reino de Espanha. Portugal colonizou assim diversos territórios que não eram considerados ainda países, e que pouca gente hoje sabe que foram colonizados pelos portugueses. Deixamos-lhe 11 territórios que provavelmente não sabia que foram descobertos pelos portugueses:
1. Ilha Maurícia
Esta ilha que se encontra na parte sul da África foi descoberta por portugueses em 1505, mas nunca chegou a ser colonizada pelo nosso reino – em 1598 este território passou para domínio holandês. Durante o século XVIII tornou-se numa colónia francesa, sob o nome de “Îlle de France”, e em 1814 passou para as mãos dos ingleses, que lhe restauraram o nome de Maurícia. Em 1968, o país tornou-se finalmente independente do governo inglês, embora só se tenha tornado oficialmente numa república em 1991.
2. Austrália
Apesar de não haver referências a uma viagem à Austrália nos arquivos históricos portugueses, o primeiro contacto com a Austrália terá sido feito por navegadores lusos, como algumas descobertas no país podem atestar. A principal evidência foi a descoberta de dois canhões portugueses afundados ao largo da baía de Broome, costa noroeste da Austrália, e que eram de fabricação portuguesa, podendo os canhões ser datados entre os anos 1475 e 1525.
3. Ilhas Comores
Este país, localizado na África Oriental, foi descoberto por exploradores portugueses em 1505, mas a rota era já usada por árabes para a troca de escravos e de marfim. A visita portuguesa acabou por ser bastante rápida, sendo que as ilhas se tornaram eventualmente uma colónia francesa. A partir do séc. XIX a presença francesa no local acabou por diminuir, até que o país se tornou independente em 1975, formando a República Federal Islâmica das Comores.
4. Ilhas Molucas
O arquipélago das Molucas faz atualmente parte da Indonésia, sendo que estas ilhas são conhecidas como as “ilhas das especiarias”, sendo um dos segredos mais bem guardados do comércio oriental. De 1511 a 1512, uma expedição nacional, capitaneada por António de Abreu, chegou com sucesso às Molucas, ficando neste local durante cerca de um mês. Regressaram com um barco carregado de especiarias raras na altura, como cravinho e noz-moscada.
5. Sri Lanka
Os primeiros europeus a chegar ao Sri Lanka, ou Ceilão como era conhecido, foram os portugueses. Quando estes chegaram, sob o comando de D. Lourenço de Almeida, encontraram a ilha numa guerra civil, com os habitantes incapazes de se defenderem das forças organizadas portuguesas.
Por isso, os portugueses fundaram a cidade de Colombo, em 1517, estendo ao longo dos anos o domínio sobre as restantes áreas costeiras. Para se tentarem defender, os habitantes do Sri Lanka mudaram a capital para um local menos acessível, Kandy.
Em 1602, o Império Holandês chega ao Ceilão, tendo o rei de Kandy pedido auxílio aos holandeses para se livrar dos portugueses. Apesar disso, os holandeses apenas se envolveram no conflito em 1638, sendo que Colombo caiu alguns anos mais tarde.
Em 1660, o Império Holandês controlava já toda a ilha, exceto o reino de Kandy, tendo os portugueses sido expulsos. Apesar disso, a influência portuguesa ainda hoje se faz sentir no Sri Lanka, onde se podem encontrar algumas famílias com apelidos de origem portuguesa.
6. Ilha de Espiritu Santu, Vanuatu
São 82 as ilhas que formam o país de Vanuatu, talvez um dos menos conhecidos do mundo. O arquipélago foi descoberto por Pedro Fernández de Queirós, em 1606. Achando que tinha encontrado um continente, batizou a primeira ilha que encontrou de Espiritu Santu.
Não houve interesse de Portugal em colonizar a ilha, tendo esta caída no esquecimento até ser novamente avistada por franceses em 1768. Hoje em dia, Vanuatu é um país muito pacífico, com 113 línguas distintas e vários dialetos, sendo um dos países com mais diversidade cultural do mundo.
7. Maldivas
Este país localizado no Oceano Índico é constituído por 1.196 ilhas, das quais apenas 203 são habitadas. Durante 15 anos, o arquipélago foi ocupado por portugueses, entre 1558 e 1573. O controlo das ilhas era administrado a partir da colónia de Goa. Mas o domínio português não foi apreciado na região, tendo uma revolta popular acabado por expulsar os portugueses das Maldivas.
8. Madagáscar
Madagáscar, situada na costa leste de África, é a quarta maior ilha do mundo, tendo sido descoberta em 1500 por uma expedição lusa comandada por Diogo Dias. Ao longo do séc. XVI, portugueses, franceses e holandeses tentaram tornar a ilha numa colónia, mas sem sucesso.
Os piratas acabaram por controlar a costa leste de Madagáscar durante anos, até que os franceses foram finalmente bem-sucedidos na colonização, em finais do séc. XIX. Madagáscar tornou-se independente em 1960.
9. Tristão da Cunha
O nome deste arquipélago do sul do Oceano Atlântico, tão português, foi dado pelo navegador Tristão da Cunha em 1506, que deu o seu nome à ilha. A expedição portuguesa não conseguiu, no entanto, atracar na ilha devido aos penhascos que a rodeavam, com mais de 60 metros de altura. Hoje, Tristão da Cunha é uma colónia britânica.
10. Santa Helena
Santa Helena, localizada no meio do Oceano Atlântico, é uma das ilhas mais isoladas do mundo. A ilha foi descoberta em 1501 pelo galego João da Nova, que se encontrava ao serviço da Coroa Portuguesa. Este navegador dirigia-se para a Índia, tendo acabado por tropeçar neste território até então desconhecido.
Apesar de Portugal nunca ter chegado a colonizar Santa Helena, o seu primeiro morador permanente foi Fernão Lopes, que aqui viveu isolado entre 1515 e 1545. No século XIX a ilha foi ocupada pela marinha britânica, sendo que ainda hoje é uma colónia britânica. Foi nesta ilha que Napoleão Bonaparte veio a falecer, durante o seu exílio.
11. Papua-Nova Guiné
Este país da Oceânia, situado no sudoeste do Oceano Pacífico, foi descoberto por navegadores portugueses em 1511. Originalmente chamava-se Nova Guiné, mas durante os anos seguintes vários exploradores de outros países chegaram ao território, tendo a ilha sido dividida em três partes: uma alemã, a norte, uma holandesa, a ocidente, e a zona sul era britânica.
Em 1906, os ingleses entregaram a sua parte da ilha à Austrália, e com a derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial, a parte alemã passou também para controlo australiano. As partes a norte e a sul fundiram-se assim numa só, constituindo o país da Papua-Nova Guiné em 1971.