Neste pequeno país plantado à beira-mar existem locais para descobrir que o podem deixar encantado. Portugal deslumbra pela sua simplicidade, pelo seu ar genuíno, pela diversidade e pela autenticidade. É capaz de surpreender o mais experiente e exigente dos turistas. As típicas e lindas aldeias portuguesas são testemunhos vivos da história de um povo.
Muitas destas aldeias estavam esquecidas e abandonadas. Mas nos últimos anos, alguns dos seus habitantes (e alguns estrangeiros) fizeram um autêntico regresso às origens e começaram a recuperar casas, moinhos, fornos comunitários… Aos poucos, essas aldeias foram ganhando uma nova vida e parecem hoje renascer das cinzas.
Venha connosco descobrir um país que, por vezes, nem os portugueses conhecem. Deslumbre-se com 12 aldeias portuguesas para visitar que parecem saídas de um conto de fadas.
1. Vilarinho de Negrões
Localizada numa pequena península formada pela subida das águas da barragem do Alto Rabagão, Vilarinho de Negrões, em Montalegre, é uma das mais bonitas e surpreendentes aldeias de Portugal.
É uma típica aldeia transmontana mas rodeada por água, o que lhe confere uma aura difícil de explicar. As suas gentes dedicam-se à agricultura e ao pastoreio, um pouco como era há algumas décadas.
O passeio por Vilarinho de Negrões faz-se rápido: aprecie as construções em granito, o tanque comunitário e os hábitos típicos das suas gentes. Não deixe de observar as águas da barragem e, se tiver oportunidade, dê um salto até Montalegre ou até outras das aldeias mais típicas do concelho, como Pitões das Júnias ou Fafião.
2. Piódão
É outra das mais bonitas aldeias de Portugal e dificilmente encontra no país outra como ela. Piódão está classificada como Aldeia Histórica mas é também uma aldeia de zisto. Pertence ao concelho de Arganil e fica na encosta da Serra do Açor. É, talvez, uma das mais famosas aldeias portuguesas.
Chegar até ao Piódão implica vaguear pelas estradas sinuosas da serra, mas a visita vale bem a pena. As suas casas de xisto dispostas ao longo da encosta da serra conferem-lhe a alcunha de “aldeia presépio”.
Passeie pelas suas ruas sinuosas, descubra as suas janelas pintadas de azul e a sua igreja que não se parece com mais nenhuma em Portugal. No final, pare numa das esplanadas de algum dos restaurantes da aldeia e desfrute de um bom petisco da região.
Se ainda estiver com forças e com vontade de descobrir mais nas redondezas, faça o percurso até à aldeia de Foz d’Égua ou visite a deslumbrante Mata da Margaraça e a Fraga da Pena.
3. Foz d’Égua
Pequena mas cheia de encanto. Assim é Foz d´Égua. Pertence ao concelho de Arganil e fica bem perto de Piódão, pelo que se recomenda uma visita a ambas.
Foz d’Égua entrou nas bocas do mundo graças às obras de restauro de um habitante local. Algumas das suas casas foram minuciosamente restauradas e preservadas na sua essência. O melhor de tudo? Estão disponíveis para alojamento.
O cenário deslumbrante compõe-se com uma pequena praia fluvial resultante da conjugação de 2 ribeiras, atravessada por 2 pequenas pontes de xisto e com outra ponte suspensa um pouco mais acima.
Depois de desfrutar deste pequeno paraíso, rume a norte para conhecer outras aldeias de encantar: Aldeia das Dez, Alvoco das Várzeas e Poço da Broca, entre outras. Já agora: leve o fato de banho para mergulhar em alguma das excelentes praias fluviais que poderá encontrar.
4. Monsanto
Chamam-lhe a “aldeia mais portuguesa de Portugal”. Seja realidade ou seja apenas um slogan turístico, o certo é que vale bem a pena conhecer a belíssima aldeia de Monsanto. Nos últimos anos, tem atraído cada vez mais turistas nacionais e estrangeiros e não é por acaso.
As suas casas foram construídas em comunhão com a natureza que a rodeia. Quer dizer… em comunhão com as rochas enormes que aqui abundam. Os enormes pedregulhos servem de parede a muitas casas e, em alguns casos, servem também de telhado.
O charme desta aldeia é indiscutível. Agreste e bela ao mesmo tempo, recorda-nos que a motivação e o engenho do homem podem muito bem dominar a paisagem envolvente sem a danificar.
Aproveite para desfrutar da gastronomia típica da região (vai precisar depois de gastar as suas energias a percorrer a aldeia a pé). Pode dormir numa das suas casas de turismo rural e, no dia seguinte, rumar a outras paragens nas redondezas: Penha Garcia, Sortelha e Sabugal são ótimas opções para prolongar o seu roteiro.
5. Talasnal
É uma das mais bonitas e famosas aldeias de xisto da Serra da Lousã. Talasnal cativa pela disposição das suas casas e também pelos muitos projetos de recuperação em curso que, lentamente, começam a dar uma nova vida a uma aldeia outrora quase abandonada.
Uma fonte, um tanque e as videiras que decoram as casas e que proporcionam sombra a quem visita são alguns dos detalhes mais cativantes desta aldeia. Mas o melhor de tudo é mesmo vivenciar a experiência de passar uns dias de paz, em comunhão com a natureza circundante.
Veados, corços, javalis e muitas outras espécies: são muitos os encantos da floresta que circunda Talasnal. E se este pequeno paraíso não for suficiente, experimente explorar as redondezas: Candal, Catarredor, Cerdeira… são muitas as aldeias de xisto para descobrir na Lousã.
6. Aldeia da Pena
A aldeia da Pena, em São Pedro do Sul, é um daqueles pequenos segredos que, quando se descobrem, preferimos guardar para nós próprios. Aqui moram apenas 6 pequenas e apenas 10 casas estão em condições de serem habitadas. Todas são de xisto e com telhados de ardósia.
Aninhada na Serra de São Macário, em pleno maciço da gralheira, chegar à aldeia da Pena é apenas para destemidos: na estrada que lhe dá acesso só passa um carro de cada vez e olhar para baixo pode ser um pouco assustador. Mas vale bem a pena ir à Pena!
Desfrute da gastronomia local e da simpatia dos seus poucos habitantes. Explore a serra e as aldeias circundantes. Se tiver um pouco mais de tempo, dê um salto até Drave e Covas do Monte.
7. Drave
Chamam-lhe “aldeia mágica” e não é por menos. Tudo em Drave é especial e cativante. Outrora abandonada, a aldeia foi “adoptada” pelos escuteiros, que aqui construíram uma base e onde passam algum tempo todos os anos. Aproveitam ainda para ir recuperando parte das casas da aldeia.
Chegar a Drave exige algum esforço físico: não é possível ir de carro e o caminho é de terra batida. Descer até à aldeia é fácil. Subir de volta é mais complicado. Em alternativa, pode seguir o trilho pedestre que começa em Covelo de Paivô e termina nesta aldeia.
Qualquer das duas opções vale a pena, tendo em conta o destino final: uma aldeia abandonada, aninhada num vale da Serra da Freita, com casas de xisto e lagoas onde se pode refrescar.
8. Cerdeira
Cerdeira é uma daquelas aldeias abandonadas que se soube reinventar. Fruto da dedicação de alguns entusiastas, esta belíssima aldeia de xisto da Serra da Lousã é hoje um centro dedicado às artes. Algumas das suas casas foram também recuperadas para turismo rural.
Passear pela Cerdeira é uma experiência mágica: logo à entrada somos presenteados com uma pequena ponte que dá acesso à povoação. As suas ruas de ardósia serpenteiam as casas, construídas na encosta de forma a deixar os terrenos planos livres para a agricultura.
E se a paz e o sossego desta aldeia não forem suficientes, explore as redondezas e descubra outras preciosidades quase secretas, como o Talasnal, Catarredor ou Candal.
9. Rio de Onor
Metade portuguesa, metade espanhola. Terra de ninguém e terra de todos. Assim é a mítica aldeia de Rio de Onor, em pleno Parque Natural de Montesinho, no concelho de Bragança. É uma das poucas aldeias portuguesas onde ainda hoje se praticam hábitos comunitários, outrora frequentes em muitas povoações do norte de Portugal.
A população explora as terras em conjunto, os rebanhos são cuidados por todos e as decisões que afetam a vida da comunidade são tomadas por acordo de todos os habitantes. Rio de Onor é uma lição de história. Os habitantes possuem até um dialeto próprio, fruto do seu isolamento e do contacto próximo com os vizinhos espanhóis.
A sua ligação com Espanha é muito forte e nem a fronteira acabou com o diálogo com os habitantes das aldeias do país vizinho. Experimente a rica gastronomia da região, faça um passeio pelo Parque de Montesinho e dê um salto até Bragança. Se quiser explorar um pouco mais, viaje até Puebla de Sanabria, na vizinha Espanha.
10. Covas do Monte
Uma aldeia com mais cabras do que pessoas. Um pequeno recanto, perdido no tempo, onde os seus habitantes e as cabras percorrem as ruas de xisto e aqui vivem como viveriam há algumas décadas atrás: com o mesmo ritmo e os mesmos hábitos de antigamente.
O caminho para chegar a Covas do Monte é sinuoso e de rara beleza. Atravessa a Serra de São Macário e chega à Serra da Freita, onde está a aldeia, que pertence ao município de São Pedro do Sul. Mas as vistas, o ar puro e o cheiro a tradição fazem compensar a viagem.
Aqui chegado, caminhe pela aldeia e desfrute do cenário bucólico. Converse com os habitantes locais, conheça suas tradições e prove a gastronomia da região. Se tiver energia para mais, descubra a Serra da Freita e alguns dos seus segredos: Drave, Pena e Janarde.
11. Pia do Urso
No concelho da Batalha, a aldeia da Pia do Urso é muito mais do que uma aldeia (aliás, é um pouco diferente das restantes aldeias portuguesas). Toda ela é um ecoparque sensorial, destinado a invisuais. Mas a visita não se justifica apenas por causa do ecoparque.
A aldeia foi recuperada e é muito agradável explorar os seus recantos caminhando pelas suas ruas. A paisagem atrativa e a calma envolvente proporcionam o resto do encanto. Pode passar aqui apenas uma tarde ou alguns dias, já que algumas das casas foram recuperadas e transformadas em espaços de turismo rural.
Pode mesmo fazer da Pia do Urso o centro para explorar as redondezas, tal é a quantidade de locais nesta região que merecem uma visita: Batalha, Ourém, Tomar, Nazaré, São Martinho do Porto… o difícil é mesmo escolher.
12. Casal de São Simão
Uma aldeia com apenas uma rua. Uma fonte que encanta com o borbulhar das suas águas. Um caminho que nos leva até às Fragas de São Simão, onde podemos dar um mergulho. Assim é a pequena, mas encantadora, aldeia de Casal de São Simão, em Figueiró dos Vinhos.
Esta é mais uma aldeia que, nos últimos anos, ganhou uma nova vida. Alguns dos seus antigos moradores deitaram mãos à obra e recuperaram as suas casas de xisto. Existe ainda um restaurante onde pode apreciar os pratos típicos da região e uma pequena loja.
Se estiver calor, pegue no fato de banho e faça uma caminhada até às Fragas de São Simão. O esforço vale bem a pena. Mas leve merenda e protetor solar!