Verdade seja dita: no interior de Portugal não há tantos monumentos como no litoral, onde estão as grandes cidades do país. Mesmo assim, existem alguns que o poderão surpreender. Vários deles foram cruciais na história de Portugal e estão muito bem conservados. Visitá-los é conhecer um pouco mais sobre nós próprios.
Existem pontes romanas ou medievais, castelos imponentes na fronteira com Espanha, conventos, mosteiros, igrejas e até palácios. Há um pouco de tudo para descobrir no Portugal mais genuíno e afastado dos grandes centros turísticos.
Por isso mesmo, se tem intenção de conhecer um pouco melhor o seu país nas próximas férias, descubra alguns dos monumentos mais bonitos e interessantes do interior de Portugal.
1. Palácio de Vidago
Foi projetado pelo Rei D. Carlos I, que desejava ali construir uma estância terapêutica de luxo que tivesse projeção Internacional. Já na altura, as águas de Vidago eram consideradas de interesse nacional, e por isso, o Vidago Palace Hotel foi inaugurado a 6 de outubro de 1910, um dia depois da instauração da Primeira República Portuguesa.
Foi o primeiro hotel do país a ter elevador. Os candeeiros a petróleo foram suprimidos e optou-se por lâmpadas elétricas (um total de 700), um luxo para a época. Todos os quartos tinham duches e frigoríficos, algo muito incomum para aquele tempo. E apesar de quase não existirem carros nas estradas portuguesas, o Palácio tinha uma ampla garagem.
2. Ponte Romana de Trajano (Chaves)
No centro de Chaves encontra esta emblemática ponte romana, obra de finais do século I e inícios do século II d. C., construída durante o processo de romanização da região, durante a vigência do imperador Marco Ulpio Trajano.
A ponte tem sido alvo de obras de restauro e de remodelações ao longo dos séculos, tendo sido mesmo parcialmente destruída numa cheia, no século XVI. Hoje, apenas se podem ver 12 arcos de volta perfeita, numa extensão máxima de cerca de 100 metros. A meio do tabuleiro, encontram-se duas colunas atribuídas aos imperadores Titus Flavius Vespasianus e a Trajano.
3. Capela dos Ossos (Évora)
Das várias capelas de ossos que existem no nosso país, a mais conhecida é a de Évora. A capela encontra-se no interior da Igreja de São Francisco, e está totalmente revestida de milhares de ossos e crânios humanos, que se prolongam por paredes, arcadas, pilares e teto. Aliás, o mote é dado à entrada: “Nós ossos que aqui estamos, pelos vossos esperamos”.
4. Palácio dos Condes de Anadia (Mangualde)
Não será estranho não ter ouvido falar deste espetacular edifício, mas não se espante se lhe dissermos que é dos Palácios mais belo do nosso país. É de facto um dos mais belos, mas também dos menos afamados, Palácios de Portugal. Talvez isso aconteça por não de localizar em Sintra mas sim bem longe dos tradicionais domínios da realeza portuguesa.
O início da construção do Palácio dos Condes de Anadia data no longínquo ano de 1644, muito embora tenha sido no século posterior que surgiu o grande impulso para o seu avanço. Nesta altura dá-se o desenvolvimento da sua construção e decoração, a qual levou cerca de um século, e teve como grandes responsáveis membros da família Paes do Amaral.
5. Castelo de Bragança
Uma fortificação primitiva no local poderá ter sido mandada construir por D. Afonso Henriques, pertencendo esta região ao seu cunhado, Fernão Mendes, a fortificação foi melhorada por D. Sancho I, que concedeu foral à povoação em 1187.
Com a crise de 1383-1385, aberta pela questão da sucessão de D. Fernando, o alcaide de Bragança oscilou entre o lado português e o castelhano, o que obrigou à intervenção de D. Nuno Álvares Pereira, o que o levou a ser reconhecido por D. João I. É ainda no reinado deste que as defesas do castelo são melhoradas e se constrói a imponente Torre de Menagem.
6. Palácio do Buçaco (Mealhada)
Este Palácio Real, em plena Mata do Buçaco, foi projetado em finais do séc. XIX por Luigi Manini, contando com intervenções de Nicola Bigaglia, Manuel Joaquim Norte Júnior e José Alexandre Soares. É Imóvel de Interesse Público desde 1996 e encontra-se num conjunto paisagístico e arquitetónico único na Europa.
A arquitetura em si é um misto de elementos encontrados em outros monumentos como o Convento de Cristo ou o Mosteiro dos Jerónimos, sendo o interior decorado com azulejos, frescos e painéis alusivos aos Descobrimentos.
7. Palácio de Mateus (Vila Real)
O Palácio de Mateus, situado na freguesia de Mateus, em Vila Real, é considerado uma das mais bonitas representações da arquitetura barroca em Portugal. Encontra-se a apenas 2 km de Vila Real e há quem o conheça exclusivamente pelo seu vinho Mateus Rosé.
No entanto, os maravilhosos jardins, os terrenos dedicados à viticultura que rodeiam o edifício, o espelho de água e o próprio solar imponente fazem deste um dos monumentos mais importantes do Norte de Portugal.
8. Ponte da Misarela
Também chamada de Ponte do Diabo, esta ponte está localizada sobre o Rio Rabagão, a cerca de 1 quilómetro da sua foz, no rio Cávado, na freguesia de Ruivães, concelho de Vieira do Minho. A ponte liga as freguesias de Ruivães à de Ferral, já no concelho de Montalegre.
A Ponte da Misarela encontra-se implantada no fundo de um desfiladeiro escarpado, assente sobre os penedos, e conta com alguma altitude em relação ao leito do rio, sendo sustentada por um único arco com cerca de 13 metros de vão. A Ponte da Misarela foi erguida na Idade Média e reconstruída no início do século XIX.
9. Forte da Graça (Elvas)
Com uma história marcada pela guerra, não é de admirar que existem diversos fortes em Elvas. O Forte da Graça destaca-se pela sua posição dominante, no cimo do monte Nossa Senhora da Graça, mas também pela sua arquitetura peculiar, que dá ao visitante uma vista aérea impressionante. Não deixe de visitar construções semelhantes na sua visita à cidade.
10. Templo Romano de Évora
Também chamado de Templo de Diana, é um templo ao estilo coríntio, construído em inícios do séc. I d.C. É constituído pelo que resta do fórum romano de Évora, dedicado ao culto imperial. A identificação popular, no entanto, identificou as ruínas como sendo de um templo dedicado a Diana, a deusa da Caça, mito que tem sido desfeito ao longo do tempo.
O templo é em granito, estando rodeado por várias colunas coríntias. as colunas da fachada estão desaparecidas, mas restam ainda as colunas da retaguarda e algumas das laterais. Ao longo dos séculos, sofreu diversas alterações, começando no séc. V com as invasões bárbaras e continuando até ao séc. XIV, altura em que era casa-forte do castelo da cidade.
11. Castelo de Penedono
A mais antiga referência a este castelo é de 960, mas crê-se que este deve ser anterior, já que na base da estrutura se encontraram fiadas paralelas, caraterísticas das construções árabes. O castelo está associado à figura do Magriço, Álvaro Gonçalves Coutinho, natural de Penedono, e que foi imortalizado por Camões n’Os Lusíadas, onde narra os feitos dos Doze de Inglaterra. O castelo foi classificado como Monumento Nacional a 16 de junho de 1910.
12. Paço Ducal de Vila Viçosa
Não há dúvidas de que este é um dos edifícios mais emblemáticos do Alentejo, sendo rico em história. Afinal, este palácio foi um dos favoritos da família real portuguesa ao longo de séculos. A sua fachada é icónica, com 110 metros revestidos a mármore da região. Hoje, o palácio é um museu, contando no seu acervo com mobiliário antigo da família real portuguesa.