Nos últimos anos, Arouca ganhou uma projeção turística muito pouco habitual, tanto em território nacional como no estrangeiro. E isto aconteceu muito graças aos seus famosos Passadiços do Paiva, que acumularam prémios internacionais e que atraem milhares de turistas todos os anos. Mas há muito mais para descobrir nesta região.
Localizada numa zona onde a natureza caprichou, em Arouca existem também as famosas pedras parideiras e fósseis com milhões de anos de idade. E ainda rios selvagens, cascatas deslumbrantes e aldeias típicas feitas de xisto encravadas nos vales profundos destas montanhas.
Tratando-se de um destino relativamente perto do Porto, é fácil fazer dele a escapadinha ideal de fim de semana ou até de mais alguns dias. Estes são alguns dos melhores locais para visitar em Arouca.
1. Passadiços do Paiva
São os passadiços mais conhecidos e premiados de Portugal, atraindo milhares de visitantes todos os anos. Liga as praias fluviais de Areinho e da Espiunca e tem uma extensão total de 8,7km. O passadiço em madeira acompanha o rio Paiva no Geopark de Arouca.
O percurso demorar cerca de 2h30 a completar e é de dificuldade um pouco mais elevada graças às subidas e descidas acentuadas. Aqui poderá também encontrar a maior ponte pedonal suspensa do mundo, aberta recentemente ao público.
2. Cascata da Frecha da Mizarela
Esta queda de água precipita-se com alguma violência, tendo uma altura de 70 metros. Está próxima da nascente do Caima, na serra da Freita, entre Vale de Cambra e Arouca, mais concretamente na freguesia de Albergaria da Serra.
Esta é a mais alta cascata do país e uma das maiores da Europa ocidental, e fascina pelas suas características únicas. A cascata formou-se graças à força do rio Caima e à morfologia da região, com granito e xisto alternados, o que causou a dita frecha por onde jorra a água.
3. Mosteiro de Arouca
Segundo as fontes mais confiáveis, a construção do Mosteiro de Arouca terá tido início ainda no século X. No entanto, o seu primeiro momento de destaque terá ocorrido no ano de 1210, quando é doado a D. Mafalda pelo seu pai, o rei D. Sancho I. Será também por esta altura que foi incorporado na Ordem de Cister.
Sofreu várias obras de reconstrução e ampliação ao longo do tempo, sendo que a aparência atual resulta das intervenções feitas nos séculos XVII e XVIII. Alberga o museu de Arte Sacra de Arouca e também merecem destaque a sua igreja, o coro das freiras, os claustros, o refeitório e a cozinha.
4. Drave
Drave é, talvez, uma das mais especiais aldeias abandonadas de Portugal. Encaixada entre a Serra da Freita e a Serra de São Macário, esta aldeia deslumbra facilmente quem a visita. E não é por acaso. É impossível chegar até aqui de carro e uma das melhores opções é seguir um trilho que parte de uma aldeia vizinha, o PR14 ARC. O caminho é exigente mas a chegada compensa: uma paisagem deslumbrante e uma pequena lagoa onde se pode refrescar.
Drave foi “redescoberta” pelos escuteiros, que fizeram dela uma das suas bases nacionais. Não se pode falar, portanto, de uma aldeia abandonada, tal é a quantidade de gente que recebe durante quase todas as alturas do ano.
5. Paradinha
Chegar à aldeia de Paradinha é uma aventura, mas o esforço compensa. É necessário serpentear pela montanha. E quando mais se aventurar pela estrada, mais perto estará de contemplar Paradinha e as suas típicas casas de xisto e ardósia.
O rio Paiva corre lá ao fundo e existe uma pequena praia fluvial que ganha vida durante os meses quentes do Verão. Toda a aldeia vive em torno da agricultura e ainda hoje é possível ver vestígios de utensílios e construções relacionados com esta atividade, como os tradicionais canastros.
6. Janarde
Janarde é uma das mais típicas aldeias de Arouca e também uma das mais visitadas. O seu casario de xisto com ruas e ruelas labirínticas coexistem em perfeita comunhão com o rio Paiva.
Várias casas começaram a ser recuperadas, o que faz antever uma maior vida na aldeia num futuro próximo, seja com turistas ou moradores. A partir de Janarde é possível realizar o trilho pedestre PR5 – Livraria do Paiva, que possibilita a descoberta da natureza circundante à aldeia.
7. Museu de Arte Sacra
Foi inaugurado em 1933 e encontra-se nas instalações do Mosteiro de Arouca. Aqui estão expostas peças que datam desde o século XII até ao século XVIII, constituindo um dos espólios mais interessantes e valiosos que se podem encontrar em museus deste género em Portugal.
As religiosas de Arouca, que habitaram no Mosteiro até 1886, eram conhecidas pela sua maestria na produção destas obras de arte, recebendo encomendas de clientes de Lisboa, Porto, Coimbra e Braga. O museu possui ainda peças de autores como João de Ruão, Bento Coelho ou Josefa d’Óbidos.
8. Pedras parideiras
Em plena Serra da Freita, no concelho de Arouca, dá-se um fenómeno geológico único no nosso país e extremamente raro no mundo inteiro, que se estende por uma área de cerca de um quilómetro quadrado. Tratam-se das chamadas pedras parideiras, cujo nome oficial é “granito nodular da Castanheira”. Trata-se de uma rocha granítica de cor clara e com uma invulgar quantidade de nódulos biotíticos, um mineral e cor negra que se acumula em aglomerados pequenos.
Estes nódulos, por ação da erosão e das oscilações térmicas, libertam-se e acumulam-se no solo, deixando uma cavidade de cor escura na rocha-mãe. O processo decorre de forma lenta, podendo demorar até 300 milhões de anos até à libertação dos nódulos.
9. Covelo do Paivô
A aldeia de Covelo de Paivô ganhou o seu nome do rio que a atravessa, o rio Paivô, que nasce na Serra da Arada. No Verão, as águas límpidas, frescas e transparentes do rio atraem banhistas e dão vida à aldeia.
É também conhecida por ser um ponto de passagem para quem se desloca a pé até Drave, outra das aldeias da região. As casas tradicionais ainda e são construídas de granito com telhados de xisto. A serra, a floresta e os socalcos compõem a paisagem.
10. Museu das trilobites
A Serra da Freita é conhecida pela abundância de diversos tipos de fósseis, mas as grandes estrelas são mesmo as trilobites, que aqui são encontradas em grande número e em bom estado de conservação. O museu das trilobites, inaugurado em 2006 valoriza este património arqueológico e é uma excelente opção para visitar com crianças.
11. Serra da Freita
Estas montanhas são o lar de diversas espécies de animais, algumas delas protegidas, como o lobo-ibérico e a toupeira-de-água. Poderá encontrar também espécies como a lontra, o falcão-peregrino e o bufo-real.
Em termos de flora, existem ainda extensas áreas de flora nativa e diversas espécies raras. Destacamos o mirtilo, o feto-vaqueiro, o narciso-das-turfeiras e o azevinho, mas pode encontrar muitas mais espécies vegetais.
12. Meitriz
Aninhada numa pequena curvatura do rio Paiva que a separa da vizinha aldeia de Barco, Meitriz é um pequeno paraíso que ainda preserva muitas das suas características ancestrais.
As casas de xisto e lousa espalham-se pelas ruas antigas e pelos socalcos agrícolas, criando uma paisagem em perfeita harmonia com a montanha, o rio e a pequena praia fluvial da aldeia. Uma visita a não perder!
Boa tarde:
Gostei de ver os locais para visitar no concelho de Arouca, mas saliento UM PONTO MUITO IMPORTANTE:
A imagem da aldeia de Meitriz não está correta, a que mostram é de Meitriz d Além, ou seja a que vocês falam “do Barco”, margem direita. Devem mostrar a verdadeira aldeia de Meitriz, atravessam a ponte do rio Paiva, sobem até ao cimo da aldeia e tiram foto da estrada com vista para a aldeia. Essa sim será a verdadeira imagem. Ela fica na margem esquerda do rio Paiva!
Não enganem, investiguem. Já não é a primeira vez que vejo a imagem errada de Meitriz e isso desgosta-me muito. Conheço MEITRIZ, vou para lá há mais de 40 anos, sei muito bem a sua localização!
Se pudesse colocava aqui a imagem correta!
Cumprimentos.
Júlia Peres Campos