Óbidos tem um maravilhoso centro histórico, que se encontra cercado por muralhas com ameias clássicas, e é composta por um labirinto de ruas calcetadas e casas caiadas de branco. Não admira, por isso, que seja considerada uma das localidades mais bonitas de Portugal.
Passear por esta vila é uma experiência fabulosa em qualquer época do ano, uma vez que a localidade soube manter o seu charme medieval ao longo do tempo. Perca o tempo necessário para descobrir todos os recantos de Óbidos porque de certeza que não se irá arrepender.
Assim, visitar esta vila é uma sugestão inspiradora tanto para uma escapadinha de fim-de-semana como para uma estadia mais prolongada. Para que comece a planear a sua visita, deixamos-lhe alguns locais imperdíveis a conhecer em Óbidos.
1. Castelo de Óbidos
Pensa-se que este castelo foi originalmente edificado pelos árabes, tendo sido tomado por D. Afonso Henriques por volta de 1148. No reinado de D. Sancho I aqui se fizeram obras, e, na crise que levaria à deposição e subida ao trono de D. Afonso III, o castelo manteve-se fiel a D. Sancho II, tomada de posição que passou a fazer parte do seu brasão de armas.
O castelo fazia parte do dote entregue pelo rei D. Dinis à rainha Santa Isabel, passando a fazer parte do dote das rainhas seguintes. O terramoto de 1755 causou muitos danos à fortaleza, mas esta ainda desempenhou a sua função durante as invasões francesas. Desde 1951 que a Pousada de Óbidos ocupa este local.
2. Igreja de Santa Maria
É a principal igreja da cidade, tendo sido erguida sobre as fundações de um templo visigótico que tinha sido convertido em mesquita. A sua construção começou no século XII, e foi restaurada diversas vezes ao longo do tempo, sendo que a maior parte do edifício hoje tem estilo renascentista.
O seu interior é conhecido pelo seu maravilhoso teto pintado e pelas paredes, decoradas com azulejos azuis do século XVII. A igreja é também conhecida pelas mais de vinte pinturas a óleo que adornam as suas paredes, feitas por diversos autores, entre os quais se contam Baltasar Gómez Figueira, João da Costa e Josefa de Óbidos.
3. Santuário do Senhor da Pedra
Encontra-se fora das muralhas da cidade e é um santuário imponente, concebido pelo arquiteto Rodrigo Franco. O templo foi construído em pedra no ano de 1747, em memória de D. João V. Este local é muito conhecido pela sua estrutura hexagonal, sendo um dos edifícios barrocos mais interessantes do nosso país.
No seu interior iremos encontrar três capelas ricamente decoradas, mas o grande destaque vai para a autêntica cruz cristã, que em tempos permaneceu numa capela adjacente, mas que hoje se encontra no altar-mor. Esta cruz recebeu imensa devoção, especialmente por parte de D. João V.
4. Porta da Vila
É a entrada principal da vila e consiste num portão duplo com o interior revestido a azulejos do século XVIII; que conduz diretamente à Rua Direita, a rua principal da vila. Por cima da monumental entrada, podemos encontrar uma inscrição que diz “A Virgem Nossa Senhora foi concebida sem pecado original”. Esta descrição foi encomendada pelo rei D. João IV, como agradecimento ao sucesso na restauração da Independência.
No interior da Porta da Vila, vamos encontrar a capela de Nossa Senhora da Piedade, a padroeira de Óbidos, assim como uma varanda barroca e azulejos azuis e brancos, datados de 1740 a 1750, com motivos que representam a Paixão de Cristo.
5. Museu Municipal de Óbidos
A sua exposição permanente é uma viagem pela produção artística e pela devoção religiosa da história desta vila, merecendo bem uma visita demorada. Esta colecção é um testemunho da ação das colegiadas religiosas e do enriquecimento cultural fortemente marcado por encomendas a alguns dos maiores nomes da arte portuguesa.
Não podemos deixar de destacar a colecção de pintura dos séculos XVI e XVII, onde podemos ver obras de André Reinoso e de Josefa de Óbidos. O Museu Municipal faz parte da Rota de Museus do Oeste e funciona também como sede da Rede de Museus e Galerias de Óbidos.
6. Praça de Santa Maria
Esta sublime praça é rodeada por um mercado coberto e por algumas casas antigas. É aqui que podemos encontrar o Pelourinho do século XV, que coroa uma fonte e que suporta as armas da rainha D. Leonor, entre as quais constam uma rede de pesca, que evoca a morte do seu filho, afogada no Tejo em 1491.
Na praça também pode encontrar outros locais de interesse, como a igreja de Santa Maria, o Museu Municipal de Óbidos, o Telheiro (que serviu como mercado da cidade até inícios do século XX) e a Casa do Pelourinho, que hoje alberga uma galeria municipal e um espaço de acesso à Internet.
7. Aqueduto de Óbidos
Também chamado de aqueduto da Usseira (uma vez que é ali o seu início), esta construção veio revolucionar o sistema de abastecimento de água da vila. Foi mandado edificar por D. Catarina de Áustria em 1573, e, possivelmente, foi finalizado já em reinados de Filipe I.
O aqueduto finaliza no Chafariz Real da Praça de Santa Maria de Óbidos, perfazendo um total de 6 km, 3 dos quais subterrâneos. A estrutura, formada por três troços com apenas um registo, sofreu obras de restauração em 1611 e 1622. Nesse ano, a fonte também sofreu restauros, sendo que os últimos trabalhos decorreram em 1717.
8. Museu Abílio de Mattos e Silva
Abílio de Mattos e Silva foi um pintor, cenógrafo e figurinista, nascido no Sardoal em 1908 e falecido em 1985. Mesmo não sendo natural de Óbidos, esta era a sua terra de eleição, onde foi criado e manteve uma residência com a sua mulher, a arquiteta de interiores Maria José Salavisa.
Este museu nasceu da vontade da sua esposa há mais de 10 anos. Estava inicialmente previsto para a Casa do Facho, em 2002, mas a ideia foi abandonada, passando-se a dispor do edifício dos antigos Paços do Concelho (que albergaram o Museu Municipal até 2004), em articulação com a Casa do Arco, onde este artista viveu.
9. Lagoa de Óbidos
Este belíssimo local situa-se a cerca de 17 km de Óbidos. Um pouco antes de chegar à lagoa vai encontrar uma antiga vila de pescadores, atualmente convertida numa modesta estância balnear, conhecida como Aldeia dos Pescadores, situada perto do canal que faz a ligação das águas doces da lagoa ao oceano.
Em frente ao canal, podemos distinguir a Foz do Arelho, localidade e estância balnear bastante cuidada e familiar, muito procurada nos meses de julho e agosto. Junto a esta localidade, nasce a praia Rei Cortiço, que se estende até à praia do Baleal, sendo que toda a zona é ideal para a prática de windsurf.
10. Igreja da Misericórdia
Foi fundado pela rainha D. Leonor no século XVI, sobre a capela do Espírito Santo, e é um marco importante na história e arte. Afinal, esta é a primeira obra de arte barroca em Portugal. No interior da igreja, poderá observar o túmulo de D. Maria Luísa, aia da rainha D. Maria Ana da Áustria, assim como uma importante coleção de obras de arte.
No templo, pode encontrar também uma imagem de Nossa Senhora da Paz, à qual os fiéis de Óbidos de todas as gerações têm dedicado uma imensa devoção ao longo dos tempos, até porque supostamente foi um presente da rainha Santa Isabel para a capela do Espírito Santo.
11. Igreja de São Pedro
Esta é uma igreja medieval, que foi fundada nos séculos XVII-XIX, e que foi reconstruída após o terramoto de 1755. Do edifício original, apenas se conservam vestígios do antigo pórtico gótico na fachada, sendo que, após o terramoto de 1755, apenas se salvou o altar em talha dourada e a torre com escadas em espiral.
O templo alberga um valioso retábulo barroco, datado do século XVII e ao início do século XVIII, que pode encontrar na parede do lado da Epístola. Nesta igreja estão sepultados a famosa pintora Josefa de Óbidos e o padre Rafael Malhão da Silveira. Em frente à igreja, pode encontrar a capela de São Martinho.
12. Igreja de São Tiago
Este templo de estilo barroco e neoclássico foi construído em 1186 por ordem de D. Sancho I, tendo mais tarde sido reconstruído após ter sido arruinado pelo terramoto de 1755. Esta igreja destinava-se ao uso da Família Real durante as suas estadias na vila, tendo sido enriquecida ao longo do tempo com numerosas obras de arte, com destaque para a Galeria da Rainha, uma obra de escultura gótica.
A igreja dispunha também de um retábulo que representava São Tiago Maior, datado da segunda metade do século XVI e cujo autor é desconhecido. Atualmente, esta obra encontra-se em exposição no Museu Municipal de Óbidos.