O despovoamento tem vindo a afetar diversas zonas do nosso país, embora seja sobretudo o interior de Portugal o que mais sofre com esta realidade. Fruto dos poucos trabalhos e do acesso dificultado a elementos essenciais, como hospitais, muitas pessoas abandonam aldeias à procura de melhores condições de vida.
Trata-se de uma evolução natural dos tempos, embora isso seja difícil de aceitar de ânimo leve. Afinal de contas, o despovoamento do interior é um assunto sério e que deveria ser devidamente debatido por toda a sociedade. Só assim se evitaria que aumentasse o número de aldeias abandonadas um pouco por todo o interior de Portugal.
Para trás ficam os mais velhos, com a morte dos poucos resistentes a levar a que aldeias inteiras fiquem abandonadas e à mercê da natureza. Nesta lista, reunimos um conjunto de aldeias abandonas em Portugal que conseguiram manter a sua beleza e encantos, apesar da falta de habitantes.
1. Broas (Mafra)
Esta aldeia medieval, com uma vegetação abundante que vai aos poucos tomando conta da encosta, encontra-se completamente abandonada há 40 anos. Em Broas pode encontrar pouco mais de uma dezena de habitações, a maioria das quais já sem telhado, assim como currais e pequenas instalações, que serviam de armazéns agrícolas.
2. Safira (Montemor-o-Novo)
Esta belíssima aldeia medieval encontra-se na região do Alentejo. Apesar de não se saber ao certo quando foi fundada, sabe-se que a igreja local foi mandada construir no século XV. Ainda hoje esta igreja é uma das atrações locais, apesar de se encontrar parcialmente em ruínas. A aldeia de Safira está desabitada desde meados de 1930.
3. Drave (Arouca)
Integrada no Geoparque de Arouca, esta é uma das aldeias desabitadas mais populares do nosso país. A localidade encontra-se a cerca de 600 metros de altitude, não é acessível de carro e não tem os luxos do mundo atual. As casas de Drave são feitas em pedra e têm coberturas em xisto, sendo que outra das atrações é a paisagem única e deslumbrante do vale.
4. Vale de Poldros (Monção)
Graças às parecenças com os cenários verdejantes típicos da saga “O Senhor dos Anéis”, de J.R.R. Tolkien, Vale de Poldros tem sido identificada como a aldeia dos Hobbits, o que lhe tem dado alguma notoriedade. Em Vale de Poldros, apenas vive um habitante em permanência, Fernando Gonçalves, embora algumas casas sejam ocupadas para turismo rural.
5. Catarredor (Lousã)
Em tempos completamente abandonada, esta aldeia está atualmente apenas “quase abandonada”, uma vez que, nos últimos anos, alguns habitantes de outros países europeus resolveram investir no local, tendo recuperado algumas casas para habitação. Isto aconteceu igualmente com outras aldeias desabitadas da região.
6. Levadas (Castro Daire)
Esta aldeia encontra-se em plena serra de Montemuro e faz parte da freguesia de Cabril. É constituída por casas de arquitetura tradicional, com as paredes em granito e os telhados de xisto a serem traços comuns. A localidade transformou-se numa aldeia fantasma após o seu último habitante daqui ter saído, o que aconteceu em inícios dos anos 2000.
7. Picões (Valpaços)
Encontra-se na freguesia de Bouçoães e tem ainda um núcleo urbano interessante. Para além das diversas casas de pedra, tipicamente transmontanas, pode aqui encontrar a capela de Santo António, ainda em bom estado de conservação. Outra atração local era a Ponte Romana, que atualmente se encontra submersa pelas águas da albufeira da barragem de Rebordelo.
8. Colcurinho (Oliveira do Hospital)
Esta aldeia, localizada na serra do Açor, está desabitada desde a década de 50 do século passado. Hoje, apenas restam as paredes das casas feitas em xisto. O único edifício que não está em ruínas é a capela de Santo Antão, construída no século XVI. Pode também ver uma ponte, construída em xisto, e um moinho de água, junto à capela.
9. Barbelote (Monchique)
Esta aldeia da serra de Monchique encontra-se numa encosta muito inclinada, parecendo estar escondida num vale profundo, num cenário de grande beleza. A localidade tem uma dezena de casas abandonadas, que ainda hoje se pode ver. O seu ex-libris é a cascata do Barbelote, uma das quedas de água mais bonitas do concelho.
10. Rocha Amarela (Loulé)
Faz parte do concelho de Loulé, mais precisamente da freguesia de Alte, e encontra-se completamente deserta desde a década de 70 do século passado. Se visitar a aldeia hoje em dia, encontrará diversas construções em ruínas, como casas de habitação, anexos agrícolas e ainda alguns armazéns.
11. Antas de Mazes (Lamego)
Apesar de estar completamente desabitada, muitas das casas desta aldeia apresentam um bom estado de conservação. Ainda é possível ver as caraterísticas rústicas na maior parte das habitações, construídas em granito e com telhados de colmo. Os anteriores habitantes agora limitam-se a cultivar as terras locais e a levar o gado a pastar à aldeia.
12. Adagoi (valpaços)
Até inícios dos anos 80 do século passado, aqui viviam cerca de 50 pessoas. Hoje, esta aldeia não tem ninguém, apesar de ter algumas das mais belas paisagens de todo o concelho de Valpaços. A localidade tem um nome peculiar, de origem germânica, que vem de Adeguaoy, que significa “pequeno vale”, o que comprova a passagem de povos suevos e visigodos por este espaço.