O dilema é sempre o mesmo sempre que está a chover e não apetece ficar em casa: o que visitar em Lisboa em dias de chuva? Se é daquele tipo de pessoas que não gosta de enrolar-se numa manta e ver uma série na Netflix ou aventurar-se na cozinha e preparar um bolo, então esta é a lista que procura. Afinal de contas, quem disse que era obrigatório ficar em casa quando está mau tempo?
Há muitos locais para visitar na capital portuguesa quando o sol não brilha: museus, palácios, centros culturais, sítios arqueológicos. Vale tudo menos ir ao shopping… E no final do seu passeio irá regressar a casa com um pouco mais de cultura geral, de certeza.
Por isso mesmo, largue o sofá, perca o medo da chuva e faça-se à cidade! Há todo um mundo de locais à sua espera para visitar em Lisboa e arredores quando está a chover. Estes são alguns dos melhores.
1. Museu Nacional dos Coches
Esta coleção única repousa desde 2015 para um novo edifício na Avenida da Índia, a poucos metros do antigo Picadeiro Real, primeira morada do museu fundado em 1905 e onde ainda existe um núcleo expositivo.
A coleção abrange viaturas de gala e de passeio dos sécs. XVI a XIX, vindos da Casa Real Portuguesa, da Igreja e de coleções particulares. Destaque para o Landau do Regicídio, que é talvez a peça mais icónica desta coleção.
2. Museu Nacional de Arqueologia
O acervo deste museu, fundado em 1893 por José Leite Vasconcelos, encontra-se alojado no Mosteiro dos Jerónimos. Aqui se reúne a coleção inicial, juntando-se mais tarde outras, como a coleção da antiga Casa Real Portuguesa ou do Museu das Belas Artes.
Outras peças aqui chegaram por doação ou legado de colecionadores e amigos do Museu. No entanto, o Museu deverá fechar em breve para uma profunda reabilitação, estando prevista a sua reabertura apenas em 2025.
3. Palácio Nacional da Ajuda
Destaca-se pela sua beleza e pelo seu espólio visitável, sendo o único palácio visitável em Lisboa que ainda conserva de modo fidedigno a disposição e decoração das salas ao gosto do séc. XIX, nomeadamente nos aposentos dos monarcas e na sala do Trono.
Com vista deslumbrante sobre o Tejo, aqui estão expostas importantes coleções de artes decorativas do séc. XVIII e XIX, como ourivesaria, tapeçaria, cerâmica, mobiliário, e coleções de pintura, gravura, escultura e fotografia.
4. Palácio Biester
Já há muito tempo que este palácio despertava a curiosidade de quem passava por estas paragens, até porque a sua fachada é, por si só, incrível. E em abril de 2022, as portas deste local abriram-se, finalmente, ao público, dando-nos a oportunidade de conhecer não só o Parque Botânico, mas também o interior do próprio palácio, conservado de forma perfeita e que nos surpreende pela sua elegância e toques de cor.
5. Palácio de Queluz
Construído em diversos estilos arquitectónicos (barroco, rococó e neoclássico) o Palácio Nacional de Queluz foi palco de importantes acontecimentos da História de Portugal. Os seus jardins convidam a um passeio que nos convida a imaginar como seriam as sumptuosas festas que aqui se organizavam.
Era também palco de serões musicais e literários, de bailes de máscaras e até de passeios de gôndola e caçadas. As pequenas cascatas e jogos de água proporcionam um cenário deslumbrante que vale a pena conhecer.
6. Museu Nacional de Arte Antiga
Foi construído em 1884, para receber algumas peças de mosteiros e igrejas que passaram nessa altura a ser propriedade do Estado. No acervo do museu, encontra-se arte europeia, mobiliário, cerâmica, pintura, escultura, têxteis e outras artes decorativas desde a Idade Média até ao séc. XX. Pode também admirar uma coleção impressionante de objetos vindos da África, Índia, China e Japão. Pode visitar o museu de terça a domingo.
7. Centro Cultural de Belém
Aqui encontra quatro áreas de exposição, podendo admirar fotografia, arquitetura e artes plásticas. Existem também diversas exposições temporárias e eventos a não perder no local, pelo que se recomenda que consulte a agenda do centro cultural. O local está aberto todos os dias, exceto a 25 de dezembro.
8. Núcleo Arqueológico da Casa dos Bicos
A Casa dos Bicos é a sede da Fundação José Saramago. Por 3€, pode aceder a parte do espólio do escritor, mas a entrada para o núcleo arqueológico, que está localizado no piso –1, é totalmente gratuita.
Aqui, encontra parte da antiga muralha romana de Lisboa, assim como peças que foram recolhidas ao longo de diversas intervenções arqueológicas. Destacamos os diversos objetos usados no quotidiano, antes do terramoto de 1755, que vão desde cachimbos a vasos, passando por bilhas e tachos.
9. Museu da Água
Este museu dinamiza um conjunto de edifícios e monumentos, construídos entre os séculos XVIII e XIX, relacionados com a história do abastecimento de água à cidade.
Para além dos diferentes espaços patrimoniais, terá acesso a um percurso único nos caminhos de água da cidade. No edifício da Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos, encontra-se uma exposição permanente que lhe mostra a relação entre os vários espaços do museu. A visitar de terça a sábado.
10. Palácio de Mafra
Diz-se que a obra se construiu devido a uma promessa feita relativa a uma doença de que o rei padecia. Com o nascimento da princesa D. Maria Bárbara, a promessa foi cumprida e o palácio e convento barroco, que hoje domina a vila de Mafra, começou a ser construído.
Os trabalhos começaram a 17 de novembro de 1717, com o modesto projeto de abrigar 109 frades franciscanos, mas a entrada do ouro do Brasil nos cofres portugueses levou a que D. João V e o seu arquiteto Johann Friedrich Ludwig a iniciarem planos mais ambiciosos, não se poupando a despesas.
11. Museu Calouste Gulbenkian
A coleção do museu compõe-se de mais de 6000 peças, divididas em duas áreas: uma dedicada às artes Orientais e Clássicas, com exemplares de arte egípcia, greco-romana e de Extremo-Oriente (entre outras); e outra zona dedicada à arte europeia, com temas como a Arte do Livro, Escultura, Pintura e Artes Decorativas. O museu está aberto de quarta a segunda.
12. Museu do Dinheiro
Apesar de se dedicar ao tema do dinheiro, não lhe pede um cêntimo para entrar. O espaço começou por ser a Igreja de São Julião, em finais do século XVIII, e mais tarde caixa-forte e estacionamento do Banco de Portugal. Em 2007, decidiu-se fazer algo com o espaço e, portanto, em 2016, inaugurou-se este museu, com uma forte aposta na interatividade.
Aqui pode conhecer a história do dinheiro e a sua relação com a sociedade, bem como aceder ao Núcleo de Interpretação da Muralha de D. Dinis, que foi construída no século XIII. Também poderá cunhar uma moeda à sua imagem e ver uma barra de ouro de doze quilos.