Berço da nação, o Norte de Portugal possui uma imensidão de monumentos ou de construções que atestam bem a sua importância histórica e os povos que por aqui passaram. Ao longo dos séculos foram sendo construídos aqui santuários, pontes, palácios ou solares que, à época em que foram edificados, foram considerados obras de arte da arquitetura.
Algumas destas construções são manifestações da arquitetura popular, como os famosos espigueiros, por exemplo. Outras, mais imponentes e sumptuosas, foram mandadas edificar pela Igreja ou por famílias nobres. Muitas delas não chegaram até aos dias de hoje mas, as que chegaram, são agora alguns dos pontos turísticos mais interessantes do Norte de Portugal.
Visitar estes monumentos é mergulhar na história da arquitetura portuguesa e também na cultura de um povo que soube domar a paisagem e adaptar-se a ela. Por isso mesmo, acrescente esta lista ao seu próximo roteiro de viagem. Descubra 10 maravilhas da arquitetura no Norte de Portugal.
1. Bom Jesus do Monte
Neste espaço alia-se a arte e a natureza, criando-se um ambiente sagrado e de repouso. A Igreja atual é um bom exemplar do neoclássico português, tendo começado a ser construída em 1784, substituindo um antigo templo que foi demolido por ameaçar ruína. As obras foram concluídas em 1811. Destacamos os escadórios que ligam a parte alta da cidade ao santuário e que estão divididos em 3 lanços.
Temos o Pórtico Barroco de 1723, onde começam os lanços de escadaria que conduzem às capelas da Via Sacra e às fontes contíguas; o Escadório dos Cinco Sentidos; e o Escadório das Três Virtudes Teologais, que foi construído em 1837.
2. Castelo de Guimarães
A lista das maravilhas arquitetónicas do Norte de Portugal nunca ficaria completa sem mencionar o castelo de Guimarães, onde ocorreu, em 1128, a batalha de S. Mamede, de onde saiu vencedor o primeiro rei português, D. Afonso Henriques.
O castelo era originalmente de terra e madeira, embora hoje conte com sete torres bem sólidas, e ostenta uma placa nas suas muralhas, onde se diz com orgulho que “aqui nasceu Portugal”. Para além da visita ao castelo, não deixe de visitar o Palácio dos Duques de Bragança, o centro histórico (Património da Humanidade) e de provar a gastronomia local.
3. Palácio dos Duques de Bragança
Inspirado nas moradias senhoriais francesas, o Paço dos Duques de Bragança serviu de habituação a esta mesma família, mas após a sua deslocação para o Alentejo, este edifício começou a degradar-se, ao longo dos séculos. Mais tarde, veio a tornar-se num quartel militar e atualmente, é um museu. O seu restauro causou muitas polémicas na altura, mas hoje é um dos principais símbolos de Guimarães.
4. Espigueiros
Conhecidos também como canastros ou caniceiros, em função dos materiais usados na sua construção, os espigueiros são celeiros onde os lavradores guardam as espigas de milho. Podendo ser particulares ou comunitários, a dimensão de um espigueiro reflete a grandeza da produção e colheita efetuada. A sua ornamentação depende já da fantasia do construtor e dos recursos do proprietário.
Normalmente, podemos encontrar os espigueiros em zonas de terreno mais elevado, de forma a permitir a secagem do milho. Por perto, existirá uma eira, num solo mais plano e lajeado, onde se malha o centeio, desfolha o milho e se dá lugar às alegres descamisadas, onde muitos namoricos se arranjavam.
5. Citânia de Briteiros
A Citânia de Briteiros é um dos mais bem preservados locais da civilização celta em Portugal, antes de estes terem sido vencidos pelos romanos. Terá sido construída há cerca de 2300 anos e era uma das cidades mais importantes naquele tempo em todo o Norte de Portugal.
Possui um total de 150 habitações, emparelhadas num padrão geométrico e com um sistema de água canalizada que revela uma sociedade bastante mais avançada do que aquilo que se poderia pensar.
6. Palácio da Bolsa
Se há local de paragem obrigatória é este. O Palácio da Bolsa foi construído na segunda metade do século XIX, no estilo neoclássico, com o objetivo de ser a sede da Associação Comercial do Porto. Em 1841, o edifício passou a servir de Bolsa do Comércio por ordem da Rainha D. Maria II, mas foi devolvido à Associação em 1911.
No interior, pode visitar o Pátio das Nações e o magnífico Salão Árabe, inspirado no estilo mourisco, um espaço com uma grande riqueza decorativa, criado por Gonçalves e Sousa em 1862. Aqui se realizavam alguns atos oficiais do governo português, sendo atualmente mais usado para eventos culturais.
7. Sé de Braga
Já alguma vez ouviu a expressão “mais velho que a Sé de Braga” quando alguém se refere à antiguidade de algo? Não é por acaso. A verdade é que, segundo a tradição, a diocese bracarense foi criada no século III, apesar de a história só a confirmar a partir do ano de 400. O edifício atual encontra-se implantado sobre outra construção religiosa, que foi possivelmente a anterior catedral.
A Sé apresenta duas torres na fachada, o que a aproxima das grandes catedrais do românico português, mas com o correr dos séculos foi muito modificada. Destacamos, no Coro Alto, o cadeiral e os órgãos em talha dourada, obras excecionais de conceção e execução artística. É um dos monumentos mais famosos de Braga, uma das cidades mais antigas de Portugal.
8. Santuário de Santa Luzia
Trata-se de um grande monumento da arquitetura romântica em cima de um monte, onde é possível ter uma vista privilegiada para uma grande parte da cidade. É, sem dúvidas, um dos santuários mais bonitos de Portugal.
Sendo o ícone mais carismático da cidade, o Santuário de Santa Luzia é considerado o ex-libris desta região, atraindo imensos turistas que atravessam o seu interior detentor de uma beleza incrível, até chegar ao topo e maravilharem-se com a paisagem espetacular sobre a cidade.
9. Ponte Romana de Trajano
A antiga Ponte de Trajano, situada sobre o leito do rio Tâmega, e construída em sólido granito transmontano, ligava ambas as margens da importante Civitas romana Aquae Flaviae, que hoje corresponde à moderna cidade de Chaves. Esta ponte romana foi uma importante obra de engenharia do eixo viário que estabelecia a ligação entre Braga e Astorga, em Espanha.
O comprimento total do tabuleiro alcança os 140 metros sendo que os parapeitos em pedra que o resguardavam foram desmantelados e substituídos por ferro em 1880. No centro da ponte e de ambos os lados, erguem-se os marcos-coluna, que contêm importantes inscrições epigráficas comemorativas. Este par de marcos foi deslocado do seu lugar original, graças à construção de casas sobre a margem direita da ponte.
10. Palácio de Mateus
Este palácio, onde se produz o conhecido Mateus Rosé, é uma mansão barroca do século XVIII, sendo considerada uma das mansões mais elegantes da Europa. A sua construção atribuiu-se ao arquiteto italiano Nicolau Nasoni. Dentro do palácio pode-se visitar a tranquila biblioteca, que guarda livros editados no século XVI, a estância das Quatro Estações com mobiliário do século XVIII, diversos móveis de madeira, porcelanas chinesas e quadros que simbolizam as estações do ano.
12. Torre dos Clérigos
Esta obra barroca, com autoria de Nicolau Nasoni, foi construída na primeira metade do século XVIII. É um dos monumentos mais emblemáticos da cidade, contando com uma vista panorâmica sobre o Porto e o rio Douro a partir do alto da Torre, valendo bem a pena o esforço de subir a escadaria com cerca de 240 degraus.
Aproveitando alguns trabalhos de renovação e reconversão de um dos mais prestigiados edifícios do Porto, instalou-se um posto de perceção multissensorial, que simula a sensação da subida à Torre dos Clérigos, tornando a experiência acessível a todos os visitantes.
12. Ponte D. Luís
Tem o nome oficial de Luiz I, é um dos ex-libris da cidade do Porto, e está incluída na zona classificada como Património Mundial pela UNESCO desde 1996. A 21 de novembro de 1881, a obra foi adjudicada à empresa Société Willebreck de Bruxelas, cujo administrador e autor do projeto, Théophile Seyrig, era discípulo de Gustave Eiffel.
Foi uma ponte com portagem (de 5 réis por pessoa), portagem essa que foi instituída um dia depois da inauguração do tabuleiro superior, a 1 de novembro de 1886, e que só deixou de ser cobrada a 1 de janeiro de 1944, ou seja, quase 58 anos depois.