As aldeias de Portugal são belas, rústicas, de uma beleza simples. Albergam dentro de si gente que teima em manter vivas as tradições dos seus antepassados, gente que teima em resistir ao avanço dos tempos e que nos faz lembrar que nem todo o progresso é saudável. As aldeias são maravilhas de Portugal, são património que deve ser preservado e valorizado.
Podem ser de granito, de xisto, de basalto ou caiadas de branco, dependendo da área do país onde se encontram. Apesar de ser um país relativamente pequeno, Portugal possui uma enorme variedade de paisagens e isso reflete-se também nas características das suas aldeias mais tradicionais.
Visitar estas aldeias é fazer uma autêntica viagem no tempo e descobrir um país que muitos julgavam já não existir. Conheça 15 aldeias que, com toda a certeza, irão fazer com que se apaixone definitivamente por Portugal (caso ainda não esteja apaixonado por este país, claro).
1. Monsanto
É conhecida como a “aldeia mais portuguesa de Portugal” desde 1938, título que empunha com orgulho. As ruas e casas da aldeia foram construídas a partir das falésias rochosas e das grandes pedras em granito que a rodeiam.
Rica em história, Monsanto ainda hoje se realiza o Festival das Cruzes, a cada 3 de maio, que celebra a resistência da aldeia a um cerco feito pelos romanos, no século II a.C. Não deixe de visitar o castelo e aí apreciar a bela paisagem envolvente.
2. Sortelha
É considerada uma das aldeias históricas mais bonitas de Portugal, e uma das mais bem conservadas, o que faz com que o visitante tenha a sensação de que está a viajar no tempo. Sortelha mantém intactos os traços medievais das suas casas, feitas em granito, e está coroada por um castelo que se encontra sobre um afloramento rochoso, a 760 metros de altitude.
A aldeia mantém assim o seu charme e atrai cada vez mais visitantes, que procuram por tranquilidade, num local rico em cultura, história e paisagens de cortar a respiração. Passear pelas suas ruas e reparar em cada pequeno detalhe é a melhor forma de conhecer esta aldeia histórica e todo o seu vasto património.
3. Castelo Novo
A paisagem em tons de verde e cinza da Serra da Gardunha dá-nos as boas vindas a Castelo Novo, uma aldeia envolvida numa aura de misticismo. E não será por acaso: por aqui passaram mouros e templários que deixaram vestígios que ainda hoje podem ser apreciados.
A estrutura da aldeia, tipicamente medieval, é caracterizada por elementos arquitetónicos de estilo Manuelino e Barroco. Destaque para o Largo do Pelourinho (e o próprio Pelourinho), a casa da Câmara, a cadeia e o chafariz. O Largo da Bica também merece algum tempo para ser apreciado.
4. Piódão
É outra das mais bonitas aldeias de Portugal e dificilmente encontra no país outra como ela. Piódão está classificada como Aldeia Histórica mas é também uma aldeia de xisto. Pertence ao concelho de Arganil e fica na encosta da Serra do Açor. É, talvez, uma das mais famosas aldeias portuguesas.
Chegar até ao Piódão implica vaguear pelas estradas sinuosas da serra, mas a visita vale bem a pena. As suas casas de xisto dispostas ao longo da encosta da serra conferem-lhe a alcunha de “aldeia presépio”. Passeie pelas suas ruas sinuosas, descubra as suas janelas pintadas de azul e a sua igreja que não se parece com mais nenhuma em Portugal.
5. Candal
Esta é uma das aldeias de serra mais visitadas, estando situada numa colina virada para sul da Serra da Lousã, na estrada nacional que liga Lousã a Castanheira de Pera. As belas ruas de Candal são íngremes e levam-nos até um espetacular miradouro, com uma vista magnífica sobre o vale. Encontrará diversas atividades a fazer na aldeia e na região envolvente. Não pode deixar de visitar a Loja das Aldeias do Xisto.
6. Castelo Rodrigo
A pequena aldeia de Castelo Rodrigo é um daqueles locais parados no tempo que nos fazem sentir noutro local e noutra época. Tudo aqui está preservado até ao mais pequeno detalhe e todos os seus becos e ruelas contam histórias da nossa história. Hoje, faz parte da rede de Aldeias Históricas de Portugal e é também uma das mais bonitas e peculiares povoações do nosso país.
Um passeio pelas suas ruas íngremes e sinuosas irá revelar vários pequenos detalhes que merecem ser apreciados com calma e atenção. Casas de origem manuelina e até árabe pontuam os seus becos e ruelas, onde também se encontram a torre do relógio e a antiga cisterna de água.
7. Castelo Mendo
É uma das mais desconhecidas aldeias históricas de Portugal. Mas é também uma das mais pitorescas e ricas em património. Falamos da belíssima Castelo Mendo, no concelho de Almeida. Trata-se de uma aldeia tipicamente medieval, bem na fronteira com Espanha, e testemunha da luta pela defesa do território nacional.
Desses tempos resta hoje um imenso património. O seu castelo é o principal destaque, mas existe muito mais para ver. Para além das várias igrejas e das fontes de água, vale a pena passear pelas ruas da aldeia e apreciar as suas várias casas manuelinas e filipinas. Aprecie cada detalhe com atenção e sinta a história a desenrolar-se perante os seus olhos.
8. Rio de Onor
Metade portuguesa, metade espanhola. Terra de ninguém e terra de todos. Assim é a mítica aldeia de Rio de Onor, em pleno Parque Natural de Montesinho, no concelho de Bragança. É uma das poucas aldeias portuguesas onde ainda hoje se praticam hábitos comunitários, outrora frequentes em muitas povoações do norte de Portugal.
A população explora as terras em conjunto, os rebanhos são cuidados por todos e as decisões que afetam a vida da comunidade são tomadas por acordo de todos os habitantes. Rio de Onor é uma lição de história. Os habitantes possuem até um dialeto próprio, fruto do seu isolamento e do contacto próximo com os vizinhos espanhóis.
9. Pedralva
Esta é, talvez, a aldeia mais especial desta lista. Localizada em Vila do Bispo, chegou a ter mais de 100 habitantes. Aos poucos, todos foram partindo e resistiram apenas 9, que viviam em casas degradadas ou com poucas condições. Mas Pedralva renasceu!
Após um longo processo, todas as casas da aldeia foram compradas e recuperadas para turismo rural. O município viu na ideia uma oportunidade única de promover o Algarve mais típico e instalou rede elétrica e saneamento. Hoje, Pedralva pode ser a sua aldeia: pode alugar uma das suas várias casas e passar aqui uns dias, em comunhão com a Natureza.
10. Casal de São Simão
Uma aldeia com apenas uma rua. Uma fonte que encanta com o borbulhar das suas águas. Um caminho que nos leva até às Fragas de São Simão, onde podemos dar um mergulho. Assim é a pequena, mas encantadora, aldeia de Casal de São Simão, em Figueiró dos Vinhos.
Esta é mais uma aldeia que, nos últimos anos, ganhou uma nova vida. Alguns dos seus antigos moradores deitaram mãos à obra e recuperaram as suas casas de xisto. Existe ainda um restaurante onde pode apreciar os pratos típicos da região e uma pequena loja.
11. Alte
Alte é uma encantadora aldeia algarvia pertencente ao concelho de Loulé. Um pouco longe do mar e de todo o caos urbanístico do litoral, conserva ainda as açoteias (chaminés tradicionais) e as ruas pavimentadas em calçada portuguesa.
E se acha que, por estar longe do mar, não pode dar uns banhos, prepare-se para descobrir as Fontes de Alte. Esta zona arborizada fica mesmo ao lado de uma ribeira de águas cristalinas onde se pode refrescar. Também pode fazer churrascos e piqueniques.
12. Fajã dos Cubres
Na Ilha de São Jorge, nos Açores, a aldeia da Fajã dos Cubres está localizada num daqueles locais improváveis, onde muita pouca gente se lembraria de construir a sua casa. De um lado, a falésia imponente. Do outro, o oceano imenso. A separá-los, apenas a Lagoa dos Cubres, local privilegiado para a observação de aves marinhas.
É difícil imaginar como seria a vida nesta aldeia há algumas décadas. A pesca era a atividade principal (e ainda hoje continua a ser). O acesso à aldeia não é fácil, mas o esforço compensa largamente.
13. Branda da Aveleira
Encontra-se às portas do Parque Nacional da Peneda-Gerês e é um local que nos mostra que a resiliência humana não tem limites. A Branda da Aveleira foi usada durante séculos como residência temporária, mas este pequeno aglomerado de casas esteve quase a desaparecer no século passado. No entanto, a localidade não só resistiu, como renasceu das cinzas e espera agora pela sua visita.
Para melhor compreendermos a história da Branda da Aveleira, em Melgaço, precisamos primeiro de perceber o que é uma branda. As brandas eram sítios localizados em altitudes elevadas, que se encontravam espalhados um pouco por todo o Parque Nacional, e era para aqui que os pastores traziam o gado nos meses mais quentes da primavera e verão.
14. Brotas
Encontra-se no concelho de Mora e, apesar de ficar já na fronteira com o Ribatejo, tem uma essência do mais puro e genuíno que o Alentejo tem. Brotas fica a pouco mais de uma hora de viagem de Lisboa e, assim, é uma excelente opção para um passeio de fim-de-semana. Trata-se de uma das aldeias mais típicas e genuínas desta região e, no entanto, uma das mais desconhecidas.
Irá ficar encantado com as suas casas caiadas de branco, com as típicas faixas azuis e um risco colorido sobre ombreiras e portadas. As ruas são sinuosas e íngremes, existem flores a decorar janelas e varandas e as pessoas reúnem-se para dois dedos de conversa no largo da aldeia.
15. Drave
Desabitada desde há 10 anos atrás, Drave é uma aldeia pertencente ao Geoparque de Arouca, situando-se numa cova entre as serras da Freita, de São Macário e da Arada. Esta aldeia típica da região, com casas de pedra lousinha e telhados em xisto, parece verdadeiramente parada no tempo. Não é acessível de carro, não tem eletricidade, nem água canalizada, rede móvel, gás, correio ou telefone.
Para se chegar à aldeia, tem de se percorrer um trilho de cerca de 4 quilómetros com início em Regoufe. Mas é um local que vale a pena visitar e onde o tempo parece não passar, de tão absorvidos que estamos pela paisagem e pelo encanto de Drave.