Chaves é uma cidade milenar (uma das mais antigas de Portugal). E é também uma das mais bonitas do país. Longe dos radares turísticos, o interesse por Chaves despertou nos últimos anos e a cidade transformou-se num dos principais destinos de férias no Norte de Portugal. E não faltam motivos para isso: monumentos romanos, castelos seculares, águas termais e uma gastronomia de qualidade fazem de Chaves um destino de férias apetecível.
A cidade ganhou ainda mais notoriedade desde que a Estrada Nacional 2 ganhou fama entre os mais aventureiros. É aqui, em Chaves, que começa esta que é a estrada que corta o país de norte a sul até faro, no Algarve. E por isso são muitos os que visitam Chaves durantes alguns dias e depois partem em viagem pela EN2 rumo ao sul.
Existe muito para desvendar na cidade e nos seus arredores e, para conhecer a região, irá precisar de vários dias de estadia. Conheça alguns dos melhores locais para visitar em Chaves. Escolha os seus preferidos e viaje até à capital do Alto Tâmega.
1. Ponte romana de Trajano
Tem mais de 2 mil anos de idade e fica na belíssima cidade de Chaves, no Norte de Portugal. Falamos da ponte romana de Trajano, um dos monumentos deste género mais bem conservados em todo o mundo. A ponte está tão bem conservada que, até há pouco tempo, ainda passavam carros por cima dela.
No total, possui 140 metros de comprimento e 16 arcos, embora apenas 12 deles sejam visíveis já que os outros 4 estão soterrados ou escondidos entre as construções que foram feitas ao seu redor.
2. Castelo de Chaves
Hoje, apenas restam a Torre de Menagem e parte das muralhas desta antiga construção, que foi mandada edificar por ordem de D. Afonso III. O local foi palco de muitas batalhas e crucial na defesa da cidade contra ataques vindos de Espanha.
No seu interior funciona o Museu Militar sendo que este é um dos melhores locais para apreciar as vistas do vale onde se localiza Chaves. A partir do castelo, desça pelas ruas do centro histórico e desfrute da zona mais pitoresca da cidade.
3. Jardim Público
Nos últimos anos, a área verde desta cidade cresceu de forma exponencial, e ocupa hoje as duas margens do Tâmega. Mesmo assim, o Jardim Público continua a ser o seu recanto mais encantador, tendo sido oferecido à cidade por um dos seus mais valiosos cidadãos do século passado, Cândido Sotto Mayor, antigo banqueiro.
Aqui eram feitas, em tempos, as famosas “verbenas”, uma espécie de arraial em que uma banda tocava no coreto, no centro do parque. O Jardim Público de Chaves passou por várias remodelações, algumas mais consensuais do que outras, mas continua a manter as suas imponentes árvores centenárias que lhe conferem uma beleza especial.
4. Vidago
Esta belíssima vila no concelho de Chaves é conhecida pelo seu palácio e pelas suas termas. Antes da descoberta das suas águas termais, Vidago era apenas pequena aldeia, mas tornou-se mais tarde num destino de eleição da aristocracia portuguesa e europeia, que buscava as propriedades terapêuticas das suas famosas águas.
Aqui poderá também encontrar o famoso Vidago Palace, que ainda hoje é uma referência na hotelaria em Trás-os-Montes (e em todo o país). O hotel possui um jardim histórico muito romântico que convida a um passeio com a sua cara metade.
5. Forte de São Neutel
O Forte de São Neutel foi construído entre 1664 e 1668 por ordem do rei D. Afonso VI, durante as Guerras da Restauração, que opuseram Portugal à Espanha entre 1640 e 1668. O objetivo era reforçar a defesa da cidade de Chaves, que era uma das principais entradas para o território português pela fronteira norte.
É um testemunho da resistência e da soberania de Portugal face às ameaças externas. A sua arquitetura e a sua localização estratégica revelam a importância militar e histórica desta fortificação, que merece ser preservada e valorizada como património cultural.
6. Forte de São Francisco
O Forte de São Francisco é uma fortificação do século XVI que fazia parte da defesa da cidade de Chaves na fronteira com a Espanha. Tem uma planta em forma de estrela com cinco baluartes e um convento franciscano no seu interior.
Teve um papel importante na resistência às invasões francesas no início do século XIX. Foi utilizado como quartel-general pelos franceses em 1809, mas foi libertado após seis dias de combates pelo General Silveira. Atualmente, o forte é um hotel histórico que preserva o património arquitetónico e cultural da região.
7. Igreja Matriz
A Igreja Matriz de Chaves, também chamada de Igreja de Santa Maria Maior, foi construída na Idade Média, provavelmente no século XII, sobre os restos de templos anteriores. Ao longo dos séculos, sofreu várias intervenções e remodelações que lhe conferiram elementos dos estilos medieval, maneirista e tardo-barroco. Destacam-se na sua fachada o portal gótico com arquivoltas decoradas e o campanário octogonal com relógio.
É um dos monumentos mais emblemáticos da cidade e um lugar de culto para os fiéis católicos. Nela se celebram missas diárias e festas religiosas ao longo do ano. É também um espaço cultural que acolhe eventos artísticos e musicais.
8. Igreja da Misericórdia
A Igreja da Misericórdia de Chaves é uma igreja barroca que se situa na Praça de Camões, no centro histórico da cidade de Chaves. Foi construída no século XVII, depois da instalação da Misericórdia em Chaves, em 1580. É considerada a mais bela igreja da cidade, mas não é sede paroquial.
Tem uma fachada granítica com uma escadaria de pedra e um portal com colunas salomónicas e frontão curvo interrompido. No seu interior, destaca-se o revestimento das paredes com azulejos do século XVIII, que representam cenas bíblicas e obras de misericórdia. O teto de madeira está pintado com a cena da visitação. A Igreja da Misericórdia de Chaves é um dos monumentos mais emblemáticos da cidade e um testemunho da arte e da fé dos flavienses.
9. Santuário de São Caetano
O Santuário de São Caetano é um santuário religioso que se localiza na freguesia de Ervededo, a 13 km de Chaves. O santuário tem origem na época visigótica e foi reconstruído no século XVIII. Trata-se de um lugar de grande devoção e importância para os flavienses, que o consideram o seu santo preferido para fazer promessas e pedir graças.
O Santuário de São Caetano é também um espaço natural muito bonito e tranquilo, rodeado por árvores frondosas e com uma vista panorâmica sobre as serras de Chaves e Montalegre. É um local ideal para quem procura paz, silêncio e contacto com a natureza.
10. Museu de arte contemporânea Nadir Afonso
O Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso (MACNA) é um museu dedicado à obra do pintor flaviense Nadir Afonso, um dos maiores nomes da arte abstrata e geométrica do século XX. Foi inaugurado em julho de 2016 e está instalado num edifício projetado pelo arquiteto Álvaro Siza Vieira, que se harmoniza com a paisagem e a arquitetura da cidade.
O MACNA tem vários espaços culturais, como salas de exposições, auditório, arquivo, biblioteca, loja e atelier de artes plásticas. O museu exibe obras de Nadir Afonso e de outros artistas consagrados no panorama artístico nacional e internacional. Tem também uma programação diversificada de atividades educativas, culturais e artísticas para o público em geral.
11. Museu da Região Flaviense
O Museu da Região Flaviense é um museu público que tem como missão sensibilizar os públicos para a história da região flaviense, através dos seus diversos núcleos expositivos. Está instalado nos Paços do Duque de Bragança, um complexo monumental do século XV que honra a memória de D. Afonso e Dª Brites, filhos de D. João I e do Condestável D. Nuno Álvares Pereira.
Possui vários núcleos temáticos, como o Núcleo de Arqueologia e Pré-História, o Núcleo de Etnografia e História Local, o Núcleo de Arte Sacra e o Núcleo Militar. Apresenta também exposições temporárias e atividades educativas e culturais para os visitantes.
12. Igreja da Madalena
A Igreja da Madalena, também conhecida como Igreja de São João de Deus, é uma igreja barroca do século XVIII que se situa no Bairro da Madalena, junto ao rio Tâmega. A igreja foi construída no reinado de D. João V e o seu projeto é atribuído ao coronel Tomé de Távora e Abreu, um engenheiro militar flaviense.
Tem uma fachada imponente com duas torres sineiras e um portal decorado com colunas e esculturas. No interior, destaca-se o altar-mor em talha dourada e o teto pintado com cenas da vida de São João de Deus. Está ligada a um edifício que já foi convento, hospital militar, quartel da GNR e cavalariça.
13. Castelo de Monforte de Rio Livre
Este castelo encontrava-se em avançado estado de degradação mas alvo de alguns restauros nos últimos, apesar de ainda ser necessário fazer mais. Em tempos foi um local de grande importância já que Monforte de Rio Livre foi vila e sede de concelho até 1853.
Com a extinção do concelho, a população abandonou a vila e o seu castelo, do qual existem apenas ruínas. Mesmo assim, as vistas a partir deste local são deslumbrantes, podendo ver o vale de Chaves na perfeição.
14. Castro de Curalha
O Castro de Curalha é um povoado fortificado que remonta à época celta e que foi ocupado pelos romanos e pelos povos alti-medievais. Situa-se num monte rochoso a 400 metros de altitude, dominando o rio Tâmega, a aldeia de Curalha e a antiga estrada romana de Chaves a Braga.
É rodeado por três linhas de muralhas reforçadas por um campo de pedras fincadas. No interior do castro há várias construções circulares e retangulares, algumas das quais foram reconstruídas. O castro é um dos mais bem conservados do concelho de Chaves e um testemunho da história e da cultura da região flaviense.
15. Termas de Chaves
A água termal de Chaves é naturalmente quente (76°C) e rica em minerais como sódio, sílica, fluoreto e hidrogenocarbonato. A sua exploração remonta à época romana, quando os soldados imperiais vinham curar as suas feridas e doenças.
As Termas de Chaves oferecem diversos tratamentos, técnicas e programas para prevenir, tratar e reabilitar várias patologias, especialmente do foro respiratório, músculo-esquelético e dermatológico. Além disso, as Termas de Chaves também disponibilizam serviços de spa e bem-estar para relaxar o corpo e a mente.
16. Museu das Termas Romanas de Chaves
O Museu das Termas Romanas é um espaço que preserva e divulga os vestígios do maior balneário termal romano da Península Ibérica e o mais importante complexo termal romano português. Abriu ao público em dezembro de 2021 e conta uma história de 2000 anos que ficou “congelada” no tempo após um sismo.
Permite aos visitantes conhecer as diferentes partes do balneário, como as salas de banhos frios, mornos e quentes, as piscinas, os fornos e os canais de água. O museu também expõe objetos encontrados nas escavações, como moedas, cerâmicas, vidros e joias.