O que visitar no distrito de Castelo Branco? Localizado no interior centro de Portugal, o distrito de Castelo Branco é fortemente influenciado por várias formações montanhosas, como a Serra da Estrela, a Serra da Gardunha e a Serra da Malcata. Por isso mesmo, trata-se de uma região repleta de pontos de interesse típicos de destinos montanhosos onde não faltam belíssimas aldeias históricas como Castelo Novo ou Monsanto, por exemplo.
O facto de estar longe do mar não constitui um problema para se refrescar nos dias quentes de Verão: são várias as praias fluviais e até algumas lagoas e cascatas onde pode ir a banhos.
Uma das melhores formas de explorar o distrito de Castelo Branco é realizando alguns dos seus muitos percursos pedestres que atravessam locais emblemáticos da região. Estes são os melhores locais para visitar no distrito de Castelo Branco.
1. Castelo Branco
É a capital da Beira Baixa e uma cidade de luz, património e fortes tradições. Esta cidade secular tem um ambiente próximo e familiar, bem como uma oferta cultural ímpar, que nos revela a história que moldou a região ao longo de séculos, com a Rota dos Museus a revelar-nos a “História da Seda em Portugal”, a herança deixada pela indústria têxtil, a história dos canteiros, a presença judaica na cidade, e permite-nos saber mais sobre o Bordado de Castelo Branco, entre outros.
2. Belmonte
Em pleno centro da Cova da Beira, com vista para a Serra da Estrela, encontra a aldeia de Belmonte, terra natal do navegador Pedro Álvares Cabral. Segundo conta a lenda, o nome da aldeia vem do facto de ter sido construída sobre uma soalheira colina, cheia de encantos naturais.
Visite o castelo, a torre de Centum Cellas e as igrejas de Santa Maria e de São Tiago, e esteja atento à herança cultural deixada pelos judeus, expulsos de Espanha no século XV, que aqui encontraram refúgio.
3. Alcaide
A aldeia de Alcaide, que se encontra na encosta norte da serra da Gardunha e faz parte do concelho do Fundão, é um local cheio de história e com uma paisagem envolvente de cortar a respiração. A partir daqui, consegue vislumbrar a Cova da Beira e a Serra da Estrela, rodeado dos pinheiros, castanheiros e cerejeiras da Gardunha.
Se decidir visitar Alcaide, procure percorrer os seus becos e ruelas com calma. Não é difícil encontrar os seus principais pontos de interesse, como as igrejas, a capela, a torre sineira, a Casa da Câmara e a casa onde viveu João Franco, personagem mais famosa da terra e antigo ministro de D. Carlos I. Através deste passeio, descobrirá uma aldeia tipicamente beirã, com balcões, tradicionais varandas, os cunhais e as cimalhas. As fontes de água são igualmente uma presença constante na localidade.
4. Idanha-a-Velha
É uma aldeia com lugar de destaque nos locais arqueológicos nacionais, uma vez que tem um notável conjunto de ruínas. É das aldeias mais antigas do país, tendo sido construída sobre um antigo assentamento, conhecido como Egitânia.
Em Idanha-a-Velha encontram-se ruínas que refletem influências celtas, romanas, visigóticas, árabes e manuelinas. Em 2017, foi construída a capela de Nossa Senhora de Fátima, distinguida por diversos prémios arquitetónicos e culturais.
5. Monsanto
Chamam-lhe a “aldeia mais portuguesa de Portugal”. Seja realidade ou seja apenas um slogan turístico, o certo é que vale bem a pena conhecer a belíssima aldeia de Monsanto. Nos últimos anos, tem atraído cada vez mais turistas nacionais e estrangeiros e não é por acaso.
As suas casas foram construídas em comunhão com a natureza que a rodeia. Quer dizer… em comunhão com as rochas enormes que aqui abundam. Os enormes pedregulhos servem de parede a muitas casas e, em alguns casos, servem também de telhado.
6. Praia Fluvial do Pego (Penha Garcia)
Para uns, é praia fluvial, para outros, piscina natural. Mas que interessa isso, quando nos deparamos com a pequena queda de água que brota das montanhas, ao lado da Rota dos Fósseis de Penha Garcia? A praia está inserida no Parque Icnológico de Penha Garcia, que pertence ao Geopark Naturtejo, geoparque mundial da UNESCO.
As rochas graníticas do local têm fósseis com cerca de 480 mil milhões de anos. O açude está limitado por muros, que forma uma piscina natural que convida a um mergulho, com a cascata a embelezar ainda mais o cenário.
7. Castelo Novo
A aldeia de Castelo Novo, construída numa colina na Serra da Gardunha, encontra-se ligada à independência portuguesa. Durante o reinado de D. Sancho I, mais concretamente em 1208, a localidade foi entregue aos Templários, que prosseguiram com a construção do castelo que estava a ser erguido.
Séculos mais tarde, a estrutura foi remodelada a mando de D. Dinis, ganhando o estilo gótico que hoje pode ser observado. Pelas ruas da aldeia, encontrará diversas marcas e pormenores arquitetónicos que contam a história de Castelo Novo.
8. Unhais da Serra
Unhais da Serra é uma bonita vila pertencente ao concelho da Covilhã, em pleno Parque Natural da Serra da Estrela. Oferece a todos os visitantes uma excelente hospitalidade, como a grande maioria do território português, e um termalismo de qualidade. É um dos melhores locais do parque natural para fazer uma escapadinha capaz de fazer recuperar as energias perdidas.
Em Unhais da Serra, o Miradouro do Cruzeiro, com vista para toda a vila, é um dos principais pontos de interesse. Daí, é possível ver a prainha de Unhais, onde se pode refrescar nos meses quentes, bem como moinhos de água e belas cascatas chamadas Poço da Nogueira, Poço da Cal e Poço da Pinha, existentes ao longo da ribeira de Unhais.
9. Portas de Ródão
A alguns quilómetros da fronteira entre Portugal e Espanha, encontramos um estrangulamento no curso de água, que tem 45 metros de largura, e que deu origem às Portas de Ródão, uma ocorrência geológica natural que abrange as duas margens do Tejo e os concelhos de Vila Velha de Ródão e Nisa. Trata-se de um dos mais interessantes fenómenos geológicos do Centro de Portugal.
Esta particularidade na paisagem situa-se na crista quartzítica da Serra do Perdigão, que serve de habitat para a maior colónia de grifos do país, e é assim um lugar privilegiado para pesquisas de fauna e avifauna. Aqui encontra 116 espécies de aves, muitas delas consideradas em vias de extinção, como a cegonha-preta ou a águia perdigueira.
10. Alpedrinha
Quem visitar Alpedrinha nos dias de hoje pode ter uma pequena ideia da importância que esta vila terá tido no passado. Alpedrinha foi sede de concelho até ao século XIX. Mas mais importante do que isso, é a quantidade de solares e de casas senhoriais que por aqui abundam, testemunhos das famílias poderosas que viveram aqui.
Foi graças a esta quantidade invulgar de casas brasonadas que Alpedrinha ganhou o apelido de “Sintra das Beiras”. Na verdade, muitas pessoas importantes para a história de Portugal nasceram aqui ou fizeram desta vila o seu lar.
11. Janeiro de Cima
A aldeia de Janeiro de Cima está situada numa zona quase plana, na margem esquerda do Zêzere, e está rodeada de plantações. As casas são feitas de xisto, tendo seixos redondos e brancos a compor as fachadas, e encontram-se bem encostadas umas às outras, por entre os sinuosos caminhos da aldeia. Aqui pode encontrar a Casa das Tecedeiras, ponto de visita obrigatório.
12. Serra da Malcata
A Reserva Natural da Serra da Malcata foi criada para se tornar um santuário de linces ibéricos e situa-se na transição entre a Beira Alta e a Beira Baixa, sendo também o berço do rio Bazágueda. Tem muitos bosques, áreas de matagal e lagos, e permanece num estado selvagem.
Poderá subir à Torre de Vigia, fazendo o percurso pedestre desde a Malcata, junto ao Sabugal. Também pode seguir o percurso da Patada da Mula e o percurso do Sobreiral, que são muito populares.
13. Centum Cellas
Localizada perto de Belmonte, a Torre de Centum Cellas foi durante anos considerado um dos monumentos portugueses mais enigmáticos, sendo única em toda a Península Ibérica graças à sua invulgar monumentalidade. Com formato paralelepípedo, silhares bem aparelhados e uma altura considerável, tem-se especulado muito acerca da sua construção, que foi atribuída a vários povos, desde os Incas aos judeus sefarditas, tudo isto em plena Beira Interior.
14. Sobral de São Miguel
A aldeia de Sobral de São Miguel, também chamada de “coração do xisto”, encontra-se na serra do Açor, no concelho da Covilhã, e é um dos maiores aglomerados de casas construídas neste material em Portugal. As aldeias de xisto da Serra do Açor são únicas e irrepetíveis, cada uma diferente das outras mas todas com muito encanto.
Esta é uma das “aldeias brancas” das Aldeias do Xisto, já que, apesar de a construção usar este material, as fachadas se encontram rebocadas e pintadas de branco, criando assim um contraste único com a paisagem envolvente. É uma experiência diferente mas, que mesmo assim, consegue deslumbrar os turistas que visitam a aldeia de Sobral de São Miguel.
15. Nossa Senhora da Boa Estrela
Se já foi à Serra da Estrela e subiu à Torre, certamente já viu uma imagem grandiosa, esculpida na pedra, do lado direito da estrada. A estátua impressiona, com a sua grandiosidade, e pela peculiaridade do local onde se encontra inserida. Se já alguma vez se perguntou qual é a origem deste magnífico santuário, deixamos-lhe aqui a história, embora não existam muitas informações disponíveis.
Antes de mais, convém esclarecer de quem é a imagem esculpida na rocha. Trata-se nada mais, nada menos que Nossa Senhora da Boa Estrela, santa protetora dos pastores. A estátua, situada no Covão do Boi, e esculpida em baixo-relevo foi inaugurada em 1946.