15 monumentos romanos em Portugal que sobreviveram até aos dias de hoje

Os romanos deixaram em Portugal inúmeros vestígios da sua passagem pelo nosso país, desde ruínas de vilas, cidades, estradas e locais de culto ou até mesmo industriais, podendo ser apreciadas pontes, teatros, barragens e aquedutos um pouco por todo o território.

Alguns destes monumentos romanos ainda continuam de pé e são testemunhas imponentes das avançadas técnicas de construção deste povo, com muitos destes monumentos a serem usados até há relativamente pouco tempo.

A Ponte Romana de Trajano em Chaves, por exemplo, foi usada para tráfego automóvel até há 20 anos atrás, apesar de já contar com uns respeitáveis 2000 anos de idade. Descubra alguns dos mais icónicos e bem conservados monumentos romanos em Portugal.

1. Barragem romana da Nossa Senhora da Represa

Esta barragem, com uma amurada de 80 m de comprimento por 1 m e 60 cm de largura, e com altura máxima de 1 m e 80 cm, foi construída para reter as águas pluviais e das fontes que se localizam nas imediações.

A intenção era que que estas pudessem ser utilizadas nos diversos trabalhos agrícolas realizados na zona, algo que demonstra o engenho dos romanos em construções deste tipo. Este local é um Imóvel de Interesse Público desde 1997.

2. Ponte romana da Ribeira de Odivelas

Esta ponte, a cerca de 3 km de Vila Ruiva, é uma das mais monumentais pontes romanas existentes em Portugal, com cerca de 120 m de comprimento, cerca de 5 m de largura e cerca de 5 m de altura máxima.

Fazia parte de uma antiga estrada romana que ligava Faro a Beja. É sustentada por pilares e rematada com mais de 20 arcos. Está classificada como Monumento Nacional. Tal como outras pontes romanas no território nacional, encontra-se algo degradada.

3. Ruínas de Conímbriga

O sítio de Conímbriga, povoado desde tempos pré-históricos, foi ocupado por tropas romanas em 139 a.C., tendo-se tornado uma próspera capital da província da Lusitânia.

As ruínas da cidade são uma atração muito popular, podendo deleitar-se com os diversos vestígios de casas, de locais como o fórum e com um Museu que guarda vestígios encontrados durante escavações.

4. Ruínas de Milreu

A 8 km de Faro, a Villa Romana de Milreu teve ocupação continuada desde o século I até ao século XI, e terá sido habitada por famílias de elevado estatuto social e político.

O local mantém preservados os diversos edifícios do quotidiano e de vivência lúdica. Entre os séculos XVI e XIX, foi erguida uma casa rural sobre as divisões privadas da antiga casa romana.

5. Ruínas do teatro Romano de Lisboa

Foi construído na época de Augusto e inaugurado na de Nero, tendo sido abandonado no século IV d.C. As suas ruínas foram descobertas em 1798, e a partir de 1964 diversas campanhas arqueológicas recuperaram parte das bancadas, da orquestra, da boca da cena e do palco.

Em 2001, criou-se o Museu do Teatro Romano, que nos dá a conhecer melhor este espaço. Como curiosidade, refere-se o pormenor de este ter sido um dos primeiros edifícios a ser construído na antiga Lisboa romana, o que teria sido um sinal da importância que a cidade tinha na época.

6. Ammaia

A cidade romana de Ammaia ficou perdida no vale da Aramanha, no Alentejo, e apenas foi redescoberta no século passado. Desde então, está a ser escavada e investigada por cientistas de todo o mundo, e graças a isso, os arqueólogos conhecem hoje o desenho e arquitetura de Ammaia.

Os trabalhos de exploração prometem trazer a lume mais revelações sobre esta cidade única. Ammaia era uma cidade muito importante na época dos romanos e ainda hoje não se sabe ao certo por que motivo terá sido abandonada.

7. Ruínas romanas de Tróia

Com mais de dois mil anos de história, é o maior complexo de produção de salgas de peixe conhecido no mundo romano. O local foi construído para aproveitar a riqueza de peixe do Atlântico e a qualidade do sal das margens do Sado.

O local, ocupado até ao século VI, é Monumento Nacional desde 1910. O sítio arqueológico está aberto a visitas e é possível compreender a importância económica que este local teve no império romano e na Península Ibérica.

8. Termas romanas de São Pedro do Sul

Nestas termas romanas podem ainda observar-se restos de uma piscina, troços de fustes e capitéis, grandes colunas e lápides com inscrições. O edifício conhecido como Piscina de D. Afonso Henriques é propriedade da Câmara Municipal de São Pedro do Sul e encontra-se classificado como Monumento Nacional desde 1938.

9. Ponte de Trajano

Obra-prima da engenharia romana com praticamente dois mil anos de existência, ligava a cidade de Bracara Augusta (atual Braga) e Asturica Augusta (a atual Astorga), estendendo o seu tabuleiro granítico ao longo de quase 150 metros.

A ponte conta com 18 arcos originais, mas nem todos eles se veem. Hoje, é uma ponte pedonal, embora tenha sido usada para o trânsito até há 20 anos atrás. Trata-se de um dos grandes símbolos da cidade de Chaves e é, provavelmente, a ponte romana mais antiga de Portugal (e também aquela que se encontra em melhor estado de conservação).

10. Templo romano de Évora

A construção deste templo remonta ao primeiro século, altura em que a cidade era conhecida como Liberatias Iulia. Com as invasões germânicas do século V, a cidade foi praticamente destruída na totalidade e, do fórum romano, apenas sobraram as ruínas do templo, que perduram até aos nossos dias.

Na Idade Média, as ruínas foram incorporadas nas paredes do castelo, mas felizmente recuperou-se este Monumento. Hoje, é um dos mais icónicos monumentos do centro histórico de Évora.

11. Vila Cardílio

No concelho de Torres Novas podemos encontrar as ruínas romanas de Villa Cardilio, postas a descoberto a partir de 1962. Descobriu-se um conjunto de alicerces, bases de colunas e pavimentos ornamentados com diversos padrões, e foi permitido recolher um vasto espólio, parte do qual se encontra no Museu Municipal Carlos Reis. A Villa Cardilio é Monumento Nacional desde 1967.

12. Vila de São Cucufate

Esta Villa romana é considerada “a melhor residência rural romana em Portugal”, embora, a partir do século XVII, os frades Agostinhos de São Vicente de Fora tenham ocupado este local, abandonado a partir do século XVII. Numa visita a esta Villa, podemos encontrar um edifício de dois pisos, com um longo corpo central e delimitado por dois corpos laterais salientes.

13. Termas Romanas do Alto da Cividade

Encontram-se próximas do museu arqueológico D. Diogo Sousa e são um grande complexo de banhos, compostos por valiosas ruínas que contam com um teatro anexado, datado do século II d.C. As termas foram descobertas durante escavações levadas a cabo em Cividade, uma pequena freguesia do concelho de Braga, durante o ano de 1977.

14. Geira Romana

No Parque Nacional da Peneda-Gerês, concelho de Terras de Bouro, perdura no tempo uma relíquia histórica que vale a pena conhecer. A Geira, Via Nova ou Via Romana XVIII – três nomes pelos quais é conhecida – é uma estrada romana pertencente ao itinerário de antonino, e a mais bem preservada na Península Ibérica.

Estima-se que esta rede de acessos tenha sido construída pelos romanos no século I d.C., e que antigamente se desenrolasse por mais de 318 km, ligando Braga (Bracara Augusta) à cidade espanhola de Astorga (Asturica Augusta).

15. Termas Romanas de Chaves

A cidade de Chaves é, provavelmente, a mais rica do país em monumentos romanos. Para além da sua famosa Ponte de Trajano, existem também as termas romanas, descobertas recentemente durante as escavações para um parque subterrâneo.

Terão sido construídas há 2 mil anos, aproximadamente. A existência das águas termais foi um dos motivos para o desenvolvimento da cidade na época. Por razões desconhecidas, foram abandonadas e acabaram soterradas e esquecidas. Hoje, estão de novo abertas ao público num museu situado na zona histórica da cidade.