A Serra da Arrábida é um local de vários contrastes, com as suas fantásticas praias desertas entre o azul do mar e o verde da serra. Aqui encontra vários percursos pedestres, consegue observar golfinhos no estuário do Sado e visitar alguns monumentos históricos de relevo. O Parque Natural da Arrábida situa-se ao longo da linha que une Sesimbra a Setúbal, e neste espaço, pode visitar localidades emblemáticas, locais históricos e autênticos monumentos naturais.
Toda a área é muito procurada, especialmente durante o Verão, muito por causa das belíssimas e famosas praias da Arrábida. Mas este Parque Natural tem muito mais para descobrir: existem monumentos, santuários, formações naturais e pequenas aldeias que valem a pena serem visitados.
Não convém esquecer, no entanto, que a Serra da Arrábida é um Parque Natural e que, portanto, existem regras a cumprir em toda a sua área. Desfrute do passeio mas respeite sempre a natureza. Descubra 16 dos melhores locais para visitar na Serra da Arrábida.
1. Portinho da Arrábida
A Praia do Portinho é considerada uma das mais belas de Portugal, graças às suas areias brancas e finas e aos tons de azul das águas límpidas do oceano, que contrastam com o verde da Serra, num cenário belíssimo que convida à contemplação e ao repouso. Aqui pode praticar mergulho e assim observar a diversidade marinha. No entanto, está interdita a caça submarina, já que o fundo do mar é considerado também uma reserva natural.
2. Convento da Arrábida
Este convento foi construído no século XVI e ao longo dos seus 25 hectares abrange o Convento Velho, na parte mais elevada da serra, o Convento Novo, a meio da encosta, e o jardim e santuário do Bom Jesus. O Convento Velho, no alto da Serra, é constituído por 4 capelas, um conjunto de guaritas de veneração dos mistérios da Paixão e algumas celas escavadas na rocha.
3. Sesimbra
Situada junto a uma baía abrigada, esta vila piscatória foi fundada no topo da colina em redor do castelo dos mouros que D. Afonso Henriques conquistou em 1165. O castelo voltou a mãos mouras em 1191, e foi definitivamente reconquistado no reinado de D. Sancho I, que o deu à Ordem de Santiago. No século XVIII foi restaurado, e é atualmente um ponto de visita obrigatório, de onde se pode admirar a paisagem deslumbrante sobre a vila e o mar.
A riqueza piscícola do mar fez com que o grupo populacional descesse do alto da colina para as suas proximidades, tornando a vila um dos principais portos de pesca da região. Sesimbra tornou-se um local de veraneio popular durante o século XX, pelas suas praias abrigadas com ótimas condições para a prática de desportos náuticos.
4. Castelo de Palmela
Este castelo está situado na vila de Palmela, distrito de Setúbal, e é visível da foz do rio Sado. O monumento encontra-se na conhecida Costa Azul. Em dias mais limpos, consegue-se ver, através da sua torre de menagem, a capital de Portugal. O castelo situa-se a 240 metros acima do nível do mar e tem uma planta poligonal de forma irregular, com vários torreões quadrados e circulares.
5. Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel
A sua origem remonta pelo menos ao século XIV, já que num documento da Chancelaria de D. Pedro I, datado de 1366, se referem os caminhos de peregrinação a Santa Maria do Cabo. A tradição oral diz que foi a descoberta da imagem de Nossa Senhora, por dois velhos da Caparica e de Alcabideche, que deu origem ao santuário, no ano de 1410.
A Ermida da Memória e a primitiva igreja são erguidas no século XV. Com as Invasões Napoleónicas, o culto entra em progressivo declínio, tendo este sido travado através das obras de recuperação que se realizaram ao longo das últimas décadas. Hoje, celebra-se no santuário a celebração dos círios de Azóia, Palmela e Sesimbra, com festividades nos meses de março, abril, agosto e setembro.
6. Gruta da Lapa de Santa Margarida
No sopé da serra, junto ao mar, acessível por barco ou por terra, descendo-se cerca de 200 degraus de pedra até ao local, encontra-se a Gruta da Lapa de Santa Margarida. Trata-se de um local muito invulgar, encontrando-se nele uma capela em estado degradado, que ali foi construída no século XVII. Nela existiam 3 imagens nos nichos, mas que desapareceram com o tempo, sendo que uma delas está guardada no Convento da Arrábida.
O local era alvo de muitas peregrinações nos séculos passados, especialmente de pescadores, que vinham nos seus barcos, num clima festivo, mas ao mesmo tempo de recolhimento espiritual.
7. Castelo de Sesimbra
É o último castelo português sobre o mar que mantém a traça medieval original. Tem uma planta irregular e ocupa todo o topo da encosta, sendo o seu lado nascente composto pela alcáçova, com a torre de menagem e os torreões, e o restante perímetro comporta a cerca vilã, protegida nas portas por torreões e no seu extremo poente por uma torre.
O castelo foi reforçado no século X pelo emirado Omíada, e foi reconquistado definitivamente antes de 1199 por colonos francos. Acolheu a vila de Sesimbra até ao século XVI e entrou depois em ruína, que só foi travada pelo restauro que se realizou entre 1936 e 1941.
8. Azeitão
Azeitão compreende diversas povoações características, com destaque para a Vila Fresco e Vila Nogueira, que adotaram os nomes das quintas à volta das quais se desenvolveram. Por exemplo, Vila Fresca de Azeitão cresceu em redor da Quinta Fresca, local onde o Rei D. João I fundou, no século XV, um palácio que mais tarde se passou a chamar Palácio da Quinta da Bacalhôa.
Vila Nogueira de Azeitão formou-se, por sua vez, em redor da Quinta de Nogueira, propriedade de D. Constança, esposa do rei D. Pedro. A povoação foi elevada à categoria de vila e sede do concelho em 1786, categoria que perdeu em 1855. Diversas famílias nobres fixaram aqui a sua residência de verão, graças à beleza natural da região, e por isso por aqui pode encontrar diversas casas senhoriais e palácios dignos de visita.
9. Forte de Santa Maria da Arrábida
O forte situa-se sobre um rochedo que existe no sopé da encosta sul da Serra, a sudoeste do Portinho da Arrábida e a cerca de 5 km a oeste da Foz do Sado. A construção faz parte de um conjunto de fortalezas seiscentistas, que se estendiam de Setúbal até ao Forte da Baralha, já bem perto do cabo Espichel, e que se enquadravam dentro do plano de guerra defensivo contra a Espanha que D. João IV instituiu em 1640.
10. Cabo Espichel
Este promontório, situado a oeste da vila de Sesimbra, é delimitado pelo Oceano Atlântico e pela estrada nacional 379 e a Ribeira dos Caixeiros. A partir do cabo, vislumbra-se a vertiginosa e abissal baía dos Lagosteiros. No cabo Espichel, encontra o conjunto do Santuário de Nossa Senhora da Pedra Mua, que é constituído pela Igreja de Nossa Senhora do Cabo, pela Ermida da Memória, a Casa dos Círios, o terreiro no cabo Espichel, o Cruzeiro, a Casa da Água e o aqueduto.
11. Praia da Figueirinha
Esta é uma das praias mais populares da região, não só pela sua envolvente, como pela facilidade de acesso e pela tranquilidade das suas águas. A praia tem um areal extenso, que na maré baixa se prolonga mar adentro, numa língua de areia que dá origem a uma espécie de enseada onde se costuma praticar windsurf.
12. Praia de Galapos
Esta estreita faixa de areia, banhada por um mar calmo, azul e transparente, está envolvida pela luxuriante vegetação mediterrânica da Arrábida, naquilo que constitui um autêntico paraíso a não perder na região e a visitar pelo menos uma vez na vida.
13. Praia de Galapinhos
Se procura um local com paisagem arrebatadora e, ao mesmo tempo, muita tranquilidade, a praia de Galapinhos é ideal para si. Está delimitada por uma encosta verde e dispõe de águas calmas e límpidas, misturando de forma quase selvagem a vegetação com o mar. O espaço tem um parque de estacionamento e bons acessos, bem como ofertas de restauração muito próximas. É perfeita para amantes de pesca desportiva ou para famílias com crianças, já que o mar tem aqui um comportamento muito pacato.
14. Quinta da Bacalhôa
Esta quinta, antiga propriedade da Casa Real Portuguesa, está situada na freguesia de Azeitão, na pequena aldeia de Vila Fresca de Azeitão. É considerada a mais formosa quinta da primeira metade do século XVI que ainda hoje existe. No século XV, foi quinta de recreio de D. João, infante de Portugal (filho de D. João I).
A sua filha, D. Brites, mãe do rei D. Manuel, herdou a quinta, sendo que ainda hoje existem edifícios e o grande tanque, que foram beneficiações mandadas construir por D. Brites. Em 1528, a quinta foi vendida ao filho primogénito de Afonso de Albuquerque. O novo proprietário enriqueceu as construções com azulejo e mandou construir a “casa do prazer” junto ao tanque, bem como dois robustos pavilhões junto aos muros laterais.
No final do século XVI, a quinta fazia do morgadio pertencente a D. Jerónimo Teles Barreto. O morgadio viria a ser herdado pela sua irmã, D. Maria Mendonça de Albuquerque, casada com D. Jerónimo Manuel, da Casa de Atalaia, conhecido pela alcunha de “bacalhau”. Pensa-se que será daí que veio o atual nome da quinta.
15. Praia da Ribeira do Cavalo
Esta praia é considerada uma das mais belas da Costa da Arrábida, com as suas águas ricas em flora e fauna marinhas a fazer a delícia dos apreciadores de mergulho, sendo frequente observarem-se diversos peixes, crustáceos e moluscos. O local é facilmente acessível por barco, já que está próximo do porto de abrigo.
Mais difícil é chegar lá a pé, já que se tem de caminhar pela serra abaixo durante cerca de 20 minutos, através de um trilho sinuoso e com alguma inclinação, que exige alguma preparação física. O tempo de subida pode assim chegar aos 30 minutos.
16. Palácio da Comenda
Este belo palácio, situado no topo de um pequeno monte banhado pelo rio Sado, está ao abandono desde a morte do empresário António Xavier de Lima, em 2009. Ao longo da propriedade, com 600 hectares, é possível encontrar casais ou grupos de amigos a explorar o local. Estes grupos não se ficam pelos terrenos e jardins, percorrendo depois os 5 pisos que compõem o edifício.
O interior está em muito mau estado, com algumas das escadarias em madeira prestes a ceder e áreas em que o telhado já abateu. Ainda assim, no meio da destruição e do vandalismo, existe uma sala onde resta uma parede de azulejos com a imagem de dois marqueses, que nos transporta para os tempos de ouro do Palácio da Comenda.