Portugal possui no seu território centenas de palácios, paços e palacetes, sendo que a designação varia consoante o tamanho e a utilidade dada a cada um deles. Escolher os palácios mais bonitos de Portugal revela-se uma tarefa difícil, uma vez que existem inúmeros exemplares arquitetónicos de grande relevo e beleza.
Embora a grande maioria dos palácios portugueses se localize em Sintra e Lisboa (local de eleição das férias da realeza e capital de Portugal, respetivamente), existem palácios um pouco por todo o país, alguns mais bem conservados do que outros. Existem também palácios que foram transformados em pousadas, hotéis, museus e até bibliotecas e universidades.
Escolher os palácios mais bonitos de Portugal não é, portanto, tarefa fácil. Afinal de contas, a beleza pode ser muito subjetiva. Mas tendo em conta o estado de conservação, a importância história e a sua imponência, esta é a nossa lista. Descubra alguns dos mais bonitos palácios de Portugal que pode visitar.
1. Palácio da Pena (Sintra)
O Palácio ou Castelo da Pena está situado na Vila de Sintra, freguesia de São Pedro de Penaferrim, concelho de Sintra, no distrito de Lisboa. Este palácio é uma das principais expressões do romantismo arquitetónico do século XIX no mundo, sendo o primeiro nesse estilo na Europa, erguido cerca de 30 anos antes do castelo de Neuschwanstein, na Baviera. O grande cérebro por trás da construção deste palácio foi D. Fernando II, rei consorte de D. Maria II e grande amante da arte e da arquitetura.
2. Palácio da Bolsa (Porto)
Também chamado de Palácio da Associação Comercial do Porto, começou a ser construído em outubro de 1842, devido ao encerramento da Casa da Bolsa do Comércio, o que obrigou temporariamente a que os comerciantes portuenses discutissem os seus negócios ao ar livre na Rua dos Ingleses. Este icónico edifício mistura diversos estilos arquitetónicos, com traços do neoclássico oitocentista, de arquitetura toscana e do neopaladiano inglês.
3. Palácio de Queluz (Sintra)
Este palácio do século XVIII está localizado na cidade de Queluz, no concelho de Sintra, distrito de Lisboa. Foi um dos últimos grandes edifícios em estilo rococó a ser erguido na Europa, tendo sido construído como um recanto de verão para D. Pedro de Bragança, que mais tarde viria a ser marido e rei consorte da sua sobrinha, a rainha D. Maria I. Esta mesma rainha aqui foi discretamente encarcerada após a sua loucura continuar a piorar, com a morte de D. Pedro em 1786.
Após o incêndio que atingiu o palácio da Ajuda em 1794, o Palácio de Queluz passou a ser a residência oficial do regente português, o futuro D. João VI e da sua família, mantendo esse estatuto até à fuga da família real para o Brasil em 1807, devido à invasão francesa em Portugal.
4. Palácio da Brejoeira (Monção)
Este palácio, embora seja propriedade privada, é património nacional desde 1910, e abre as suas portas a visitas, partilhando toda a sua beleza e relíquias escondidas. É um dos ex-libris da região do Alto Minho, sendo uma grandiosa construção em estilo neoclássico datada de princípios do século XIX. O conjunto é notável, incluindo o palácio, capela, bosques, jardins, vinhas e uma adega antiga (onde hoje é estagiada a bem conhecida Aguardente Velha).
Para lá dos jardins, cultivam-se com esmero 18 dos 30 hectares da propriedade. Não existem provas evidentes sobre quem foi o autor do projeto, mas este tem sido atribuído a Carlos Amarante, um dos mais importantes arquitetos em atividade no norte do país à época.
5. Palácio de Estói (Faro)
O Palácio de Estói é único na região de Faro, sendo um pastiche rococó muito original. O palácio foi ideia de um nobre local, que morreu pouco depois do início da construção, em meados dos anos de 1840. José Francisco da Silva, outra personalidade local, adquiriu o palácio e acabou por o completar em 1909. Graças ao dinheiro e esforços que despendeu na sua construção, acabou por ser feito Visconde de Estói.
O trabalho foi dirigido pelo arquiteto Domingos da Silva Meira, que tinha um evidente interesse pela escultura. Hoje, o interior do palácio, maioritariamente em pastel e estuque, está a ser restaurado, com planos de se tornar uma pousada.
6. Palácio de Monserrate (Sintra)
Este Palácio está inserido no parque de Monserrate, situado em São Martinho, Sintra. Foi projetado por James Knowles e construído em 1858 por ordem do Visconde de Monserrate, Sir Francis Cook. A elaboração dos jardins foi entregue ao pintor William Stockdale, ao botânico William Nevill e ao mestre jardineiro James Burt. Foi residência de verão da família Cook, sendo construído sobre as ruínas da mansão neogótica que tinha sido edificada pelo comerciante inglês Gerard de Visme.
William Beckford alugou a propriedade em 1793, tendo começado a realizar obras no palácio e começado a criar um Jardim paisagístico. Tal como o Palácio da Pena, é um exemplar sugestivo do romantismo português. Foi posto à venda durante a década de 1920, tendo sido adquirido pelo Estado em 1949.
7. Palácio Nacional de Mafra
Diz-se que a obra se construiu devido a uma promessa feita relativa a uma doença de que o rei padecia. Com o nascimento da princesa D. Maria Bárbara, a promessa foi cumprida e o palácio e convento barroco, que hoje domina a vila de Mafra, começou a ser construído.
Os trabalhos começaram a 17 de novembro de 1717, com o modesto projeto de abrigar 109 frades franciscanos, mas a entrada do ouro do Brasil nos cofres portugueses levou a que D. João V e o seu arquiteto Johann Friedrich Ludwig a iniciarem planos mais ambiciosos, não se poupando a despesas.
A construção empregou 52 mil trabalhadores e o projeto final acabou por abrigar 330 frades, um palácio real, e uma das mais belas bibliotecas da Europa, decorada com mármores preciosos, madeiras exóticas e inúmeras obras de arte.
8. Palácio de Vidago (Chaves)
Foi projetado pelo Rei D. Carlos I, que desejava ali construir uma estância terapêutica de luxo que tivesse projeção Internacional. Já na altura, as águas de Vidago eram consideradas de interesse nacional, e por isso, o Vidago Palace Hotel foi inaugurado a 6 de outubro de 1910, um dia depois da instauração da Primeira República Portuguesa.
Em 1936, o hotel passa a dispor de um percurso de golfe de 9 buracos, desenhado pelo arquiteto Philip Mackenzie Ross. A combinação dos tratamentos termais e do campo de golfe de luxo acabou por colocar o Vidago Palace Hotel entre as estâncias europeias com maior prestígio no período da Segunda Guerra Mundial.
Esta fama intensifica-se nos anos 50 e 60, devido às famosas festas organizadas no hotel. O Vidago Palace acabou por encerrar em 2006 e reabrir em 2010, 100 anos após a sua inauguração. Após a mais recente abertura, este hotel histórico adquiriu um novo brilho e voltou a desempenhar um papel importante na hotelaria nacional, seguindo critérios de conforto e de luxo do século XXI.
9. Palácio de D. Manuel (Évora)
Este palácio foi mandado construir por D. Afonso V, que desejava ter na cidade um paço real fora do castelo, onde se pudesse instalar. O paço foi habitado por vários monarcas portugueses, tendo-se perdido definitivamente no ano de 1895. Segundo as crónicas da altura, o paço era um dos edifícios mais notáveis do reino, tendo como principais construções o Claustro da Renascença, a Sala da Rainha, o refeitório e a biblioteca régia, esta última uma das primeiras do país.
Hoje, apenas resta a Galeria das Damas, representante exímia do estilo manuelino, com traços da renascença, e que sobreviveu por ter sido utilizada para Treino Militar. Esta Galeria compõe-se de um piso térreo, de planta retangular, onde subsiste a Galeria, um pavilhão fechado e o alpendre. No piso superior, existem dois salões e um vestíbulo ao estilo mourisco. Do lado de fora, pode-se encontrar ainda o torreão, constituído por dois andares, e terminando num pináculo hexagonal com uma porta manuelina.
10. Palácio da Ega (Lisboa)
Também conhecido como Palácio do Pátio do Saldanha ou Palácio dos Condes da Ega, está situado na Calçada da Boa-Hora, em Alcântara. Uma das suas salas interiores, o “Salão Pompeia”, é Imóvel de Interesse Público desde 1950.
A construção do palácio iniciou-se no séc. XVI, havendo uma fonte com a inscrição do ano de 1582, altura em que já existia a Casa Nobre. O edifício tem 3 partes distintas, que derivam das obras feitas no séc. XVIII, altura em que se criou o “Salão Pompeia” e se demoliu a antiga capela. É um dos mais secretos palácios em Lisboa.
11. Palácio do Buçaco (Mealhada)
Este palácio, desenhado pelo cenógrafo Luigi Manini, ergue-se imponente no seio da Mata do Buçaco, transportando-nos assim para um mundo de contos de fadas. É considerado um dos mais belos hotéis do mundo, sendo uma recriação da arquitetura manuelina inspirada em obras como a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos. Alguns dos nomes maiores da arte portuguesa, como Norte Júnior, Carlos Vieira, e Jorge Colaço, estão ligados à estrutura e ao ornato deste edifício, que apresenta uma estreita ligação com a exuberância da mata.
12. Palácio Nacional da Ajuda
Também chamado de Paço de Nossa Senhora da Ajuda, este é um monumento nacional português situado na freguesia da Ajuda, em Lisboa. Cumpriu as funções de palácio real, mas hoje é em grande parte um museu, estando no edifício instalados também a Biblioteca Nacional da Ajuda, o Ministério da Cultura, e o Instituto dos Museus e da Conservação (IPM).
Tanto o palácio como o museu são geridos pelo Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (IGESPAR) e pela presidência da República. A decoração das suas salas encontra-se em muitos locais fiel ao original, destacando-se por isso este palácio de muitos outros palácios portugueses.
13. Palácio Nacional de Sintra
Também chamado de Palácio da Vila, está localizado na freguesia de São Martinho, em Sintra. Foi em tempos um dos Palácios Reais e é hoje propriedade do Estado Português, sendo utilizado para fins turísticos e culturais. Este palácio de implantação urbana tem traça de autor desconhecido, tendo a sua construção sido iniciada no século XV.
Tem características da arquitetura medieval, gótica, manuelina, renascentista e romântica, sendo considerado um exemplo de arquitetura orgânica, com um conjunto de corpos aparentemente separados, mas que fazem parte de um conjunto articulado entre si, recorrendo a pátios, escadas, corredores e galerias.
14. Palácio de Mateus (Vila Real)
Este palácio, onde se produz o conhecido Mateus Rosé, é uma mansão barroca do século XVIII, sendo considerada uma das mansões mais elegantes da Europa. A sua construção atribuiu-se ao arquiteto italiano Nicolau Nasoni. Na fachada, destaca-se a dupla escadaria com balaustrada, que conduz à porta principal sobre a qual aparece o escudo familiar flanqueado por duas estátuas alegóricas. Todas as esquinas do edifício estão adornadas por altos pináculos apoiadas sobre as cornijas.
Dentro do palácio pode-se visitar a tranquila biblioteca, que guarda livros editados no século XVI, a estância das Quatro Estações com mobiliário do século XVIII, diversos móveis de madeira, porcelanas chinesas e quadros que simbolizam as estações do ano.
15. Palácio Ducal de Vila Viçosa
A edificação deste palácio iniciou-se em 1501, por ordem de D. Jaime, o quarto Duque de Bragança, mas as obras que lhe deram a grandeza que hoje conhecemos prolongaram-se pelos séculos XVI e XVII. A fachada, de estilo maneirista, tem 110 metros de comprimento e está totalmente revestida a mármore da região, tornando este palácio real um exemplar único da arquitetura civil portuguesa.
Foi residência permanente da primeira família da nobreza nacional, mas com a ascensão, em 1640, da Casa de Bragança ao trono de Portugal, passou a ser apenas mais uma das habitações espalhadas pelo reino
16. Palácio dos Condes de Anadia (Mangualde)
Está situado em Mangualde, a cerca de 20 km de Viseu, e é um local mágico pronto a ser descoberto. Este é um dos mais importantes exemplos da arquitetura senhorial setecentista, sendo uma das casas mais importantes do país, contando com traços típicos da época da sua construção, o século XVIII.
Esta obra, classificada como Imóvel de interesse Público, pertenceu à família Paes do Amaral, cujos antepassados foram embaixadores de Portugal em Nápoles durante finais do século XVIII e inícios do século XIX. Aqui se produz vinho do dão através da marca Casa Anadia. Para além das vinhas, possui jardins, estufas e largos campos de sementeira, bem como uma extensa mata.