O que diferencia um monumento de outro em termos de importância? São vários os factores: o estilo, a antiguidade, o simbolismo histórico… Alguns dos monumentos portugueses destacam-se dos outros por serem expoentes máximos do estilo manuelino, por exemplo. Outros destacam-se pela antiguidade. Outros ainda destacam-se pela complexidade da sua construção.
Alguns destes monumentos, apesar de serem relativamente simples e pouco opulentos, tiveram uma importância crucial na história de Portugal. Por isso mesmo, também foram incluídos nesta lista, juntamente com outros que se destacam pelas lendas associadas a eles ou por pequenos detalhes, como os azulejos que os revestem, por exemplo.
Uma lista deste género será sempre subjetiva, obviamente. Mas de acordo com os critérios acima descritos, estes são alguns dos monumentos mais importantes de Portugal.
1. Mosteiro dos Jerónimos (Lisboa)
Está situado perto da costa, na freguesia de Belém, e é um dos monumentos mais importantes da arquitetura de estilo manuelino. Juntamente com a vizinha Torre de Belém, foi considerado Património Mundial da UNESCO em 1983. O mosteiro foi mandado construir por D. Manuel I, como forma de perpetuar a memória do Infante D. Henrique.
Foi fundado em 1496 como mosteiro de Santa Maria de Belém. É aqui que se encontram sepultados alguns reis portugueses, como D. Manuel I e a sua mulher, e D. João II e a sua mulher, e alguns poetas como Luís Vaz de Camões e Fernando Pessoa.
2. Palácio da Bolsa (Porto)
Também chamado de Palácio da Associação Comercial do Porto, começou a ser construído em outubro de 1842, devido ao encerramento da Casa da Bolsa do Comércio, o que obrigou temporariamente a que os comerciantes portuenses discutissem os seus negócios ao ar livre na Rua dos Ingleses.
Este icónico edifício mistura diversos estilos arquitetónicos, com traços do neoclássico oitocentista, de arquitetura toscana e do neopaladiano inglês.
3. Palácio da Pena (Sintra)
O Palácio da Pena está situado na Vila de Sintra, freguesia de São Pedro de Penaferrim, concelho de Sintra, no distrito de Lisboa. Este palácio é uma das principais expressões do romantismo arquitetónico do século XIX no mundo.
É o primeiro nesse estilo na Europa, erguido cerca de 30 anos antes do castelo de Neuschwanstein, na Baviera. O grande cérebro por trás da construção deste palácio foi D. Fernando II, rei consorte de D. Maria II e grande amante da arte e da arquitetura.
4. Convento dos Lóios (Arraiolos)
Localiza-se nos arredores de Arraiolos e foi fundado no ano de 1527. Pertenceu à Ordem de São João Evangelista mas com o decreto da extinção das ordens religiosas passou para mãos particulares. Mais tarde, foi reconvertido em Pousada e, atualmente, qualquer turista pode pernoitar nas suas instalações.
Nele é possível observar vários estilos arquitetónicos, que vão do gótico ao barroco e até ao classicismo renascentista. O seu grande destaque, no entanto, é o claustro, que conta com arcos sustentados por colunas toscanas e paredes completamente revestidas por azulejos com as tradicionais cores de azul e branco.
5. Mosteiro da Batalha
O mosteiro de Santa Maria da Vitória é uma daquelas obras-primas incontornáveis da arquitetura nacional e até europeia. O conjunto arquitetónico nasceu de uma promessa feita por D. João I, como agradecimento da vitória na batalha de Aljubarrota, que lhe assegurou o trono e a independência nacional face aos espanhóis. As obras duraram 150 anos, o que justifica a existência de elementos góticos, manuelinos e renascentistas.
6. Mosteiro de Alcobaça
O mosteiro está classificado como Património Mundial pela UNESCO e é considerada uma das mais importantes abadias Cistercienses da Europa. O local foi doado por D. Afonso Henriques a Bernardo de Claraval.
As obras começaram em 1178, sendo esta a primeira obra verdadeiramente ao estilo gótico a ser erguida em Portugal. Os traços gerais são de rigor, austeridade e de pureza das formas, num ambiente que se queria de oração, penitência e em constante comunidade, em absoluto silêncio.
7. Capela dos Ossos (Évora)
Na cidade de Évora, na Igreja de São Francisco, pode encontrar aquela que é a mais conhecida capela do género em Portugal. Foi construída no séc. XVII por iniciativa de 3 monges franciscanos, que queriam provocar reflexão sobre a transitoriedade da vida.
No total, existem aqui mais de cinco mil ossos e crânios, ao longo do teto, colunas, paredes e até no exterior, todos provenientes dos cemitérios da cidade. Pode também encontrar dois esqueletos inteiros pendurados, sendo um deles o de uma criança.
8. Palácio Nacional de Mafra
Diz-se que a obra se construiu devido a uma promessa feita relativa a uma doença de que o rei padecia. Com o nascimento da princesa D. Maria Bárbara, a promessa foi cumprida e o palácio e convento barroco, que hoje domina a vila de Mafra, começou a ser construído.
A construção empregou 52 mil trabalhadores e o projeto final acabou por abrigar 330 frades, um palácio real, e uma das mais belas bibliotecas da Europa, decorada com mármores preciosos, madeiras exóticas e inúmeras obras de arte.
9. Ponte romana de Trajano (Chaves)
No centro de Chaves encontra esta emblemática ponte romana, obra de finais do século I e inícios do século II d. C., construída durante o processo de romanização da região, durante a vigência do imperador Marco Ulpio Trajano. É a ponte mais antiga de Portugal.
A ponte tem sido alvo de obras de restauro e de remodelações ao longo dos séculos, tendo sido mesmo parcialmente destruída numa cheia, no século XVI. Hoje, apenas se podem ver 12 arcos de volta perfeita, numa extensão máxima de cerca de 100 metros. A meio do tabuleiro, encontram-se duas colunas atribuídas aos imperadores Titus Flavius Vespasianus e a Trajano.
10. Igreja Paroquial de válega (Ovar)
Se há obra-prima da arte do azulejo, é a Igreja de Válega, particularmente bela ao pôr-do-sol, quando a sua fachada reflete a luz. O destaque são os azulejos de múltiplas cores, que revestem a igreja.
O templo esteve em mãos privadas até 1150, altura em que passou para o patronato do Mosteiro de São Pedro da Ferreira (e assim ficou até 1288). De 1583 a 1833 foi propriedade do Bispo e da Sé Catedral do Porto. A igreja está localizada na atual posição desde meados do séc. XVIII.
11. Ponte da Mizarela (Montalegre/Vieira do Minho)
Também chamada de Ponte do Diabo, esta ponte está localizada sobre o Rio Rabagão, a cerca de 1 quilómetro da sua foz, no rio Cávado, na freguesia de Ruivães, concelho de Vieira do Minho. A ponte liga as freguesias de Ruivães à de Ferral, já no concelho de Montalegre.
A Ponte da Misarela encontra-se implantada no fundo de um desfiladeiro escarpado, assente sobre os penedos, e conta com alguma altitude em relação ao leito do rio, sendo sustentada por um único arco com cerca de 13 metros de vão. A Ponte da Misarela foi erguida na Idade Média e reconstruída no início do século XIX.
12. Palácio do Buçaco (Mealhada)
Este palácio, desenhado pelo cenógrafo Luigi Manini, ergue-se imponente no seio da Mata do Buçaco, transportando-nos assim para um mundo de contos de fadas. É considerado um dos mais belos hotéis do mundo, sendo uma recriação da arquitetura manuelina inspirada em obras como a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos.
Alguns dos nomes maiores da arte portuguesa, como Norte Júnior, Carlos Vieira, e Jorge Colaço, estão ligados à estrutura e ao ornato deste edifício, que apresenta uma estreita ligação com a exuberância da mata.
13. Convento de Cristo (Tomar)
É um impressionante símbolo da passagem da Ordem dos Templários por Portugal, tendo sido construído entre os séculos XII e VXII. O Convento de Cristo é Património da Humanidade da UNESCO desde 1983, impressionando pela sua grandiosidade e beleza, assim como pela sua história e arquitetura, numa mistura de estilos gótico, manuelino e renascentista.
14. Torre de Belém (Lisboa)
Esta torre fortificada está localizada na freguesia de Santa Maria de Belém e é Património Mundial, graças ao papel significativo que desempenhou nas descobertas marítimas portuguesas.
O edifício foi encomendado por D. João II, como parte do sistema de defesa na foz do rio Tejo, que serviu de porta de entrada para Lisboa. Construída em 1515, a Torre de Belém foi ponto de partida para muitas das viagens dos Descobrimentos, e para muitos marinheiros, foi a última visão da sua pátria.
15. Castelo de Guimarães
A lista dos mais fantásticos e simbólicos monumentos do Norte de Portugal nunca ficaria completa sem mencionar o castelo de Guimarães, onde ocorreu, em 1128, a batalha de S. Mamede, de onde saiu vencedor o primeiro rei português, D. Afonso Henriques.
O castelo era originalmente de terra e madeira, embora hoje conte com sete torres bem sólidas, e ostenta uma placa nas suas muralhas, onde se diz com orgulho que “aqui nasceu Portugal”. Para além da visita ao castelo, não deixe de visitar o Palácio dos Duques de Bragança, o centro histórico (Património da Humanidade) e de provar a gastronomia local.
16. Templo Romano de Évora
Esta ruína, com mais de 2.000 anos, é uma das mais importantes e conhecidas em Portugal, sendo um símbolo reconhecido da ocupação romana na cidade de Évora e no nosso país. Este ponto é de visita obrigatória quando estiver na região, estando classificado como Património Mundial pela UNESCO.
17. Palácio da Brejoeira (Monção)
Este palácio, embora seja propriedade privada, é património nacional desde 1910, e abre as suas portas a visitas, partilhando toda a sua beleza e relíquias escondidas.
É um dos ex-libris da região do Alto Minho, sendo uma grandiosa construção em estilo neoclássico datada de princípios do século XIX. O conjunto é notável, incluindo o palácio, capela, bosques, jardins, vinhas e uma adega antiga (onde hoje é estagiada a bem conhecida Aguardente Velha).
18. Quinta da Regaleira (Sintra)
O homem sonha e a obra nasce. Este poderia muito bem ser o título de algum livro sobre a Quinta da Regaleira. Mandada construir por António Augusto de Carvalho Monteiro, foi graças ao génio deste homem e de Luigi Manini, o arquiteto, que nasceu um dos mais famosos postais ilustrados de Sintra.
Tanto o edifício como o parque que o rodeia estão repletos de simbolismos ocultos, misticismo e esoterismo. O resultado é uma obra sublime, repleta de recantos especiais, poços e túneis secretos que apetece percorrer e descobrir. Uma visita a não perder em Sintra!
19. Palácio de Monserrate (Sintra)
Este Palácio está inserido no parque de Monserrate, situado em São Martinho, Sintra. Foi projetado por James Knowles e construído em 1858 por ordem do Visconde de Monserrate, Sir Francis Cook.
A elaboração dos jardins foi entregue ao pintor William Stockdale, ao botânico William Nevill e ao mestre jardineiro James Burt. Foi residência de verão da família Cook, sendo construído sobre as ruínas da mansão neogótica que tinha sido edificada pelo comerciante inglês Gerard de Visme.
20. Basílica de Santa Luzia (Viana do Castelo)
Trata-se de um grande monumento da arquitetura romântica em cima de um monte, onde é possível ter uma vista privilegiada para uma grande parte da cidade. É, sem dúvidas, um dos santuários mais bonitos de Portugal.
Sendo o ícone mais carismático da cidade, o Santuário de Santa Luzia é considerado o ex-libris desta região, atraindo imensos turistas que atravessam o seu interior detentor de uma beleza incrível, até chegar ao topo e maravilharem-se com a paisagem espetacular sobre a cidade.