Portugal é um dos países da Europa com mais castelos, existindo quase 500 ao longo do território nacional, alguns mais bem conservados do que outros. Estes locais desempenharam um papel crucial na nossa história e foram baluarte de defesa contra ataques de mouros ou espanhóis. No Alentejo, podemos encontrar diversos castelos que desempenharam funções de relevo e que, após a paz com Espanha, foram abandonados e entraram em acentuado declínio.
Por estranho que possa parecer, existem até castelos que se encontram em mãos privadas e em avançado estado de declínio. Outros, pertencentes ao estado, aguardam obras de reabilitação. Mas também existem alguns castelos abandonados no Alentejo que já possuem projetos de recuperação para fins turísticos, como é o caso de Juromenha.
Hoje, são apenas vestígios de uma história turbulenta e já não cumprem a sua função defensiva, servindo sobretudo como atrações turísticas. Assim, deixamos-lhe 5 castelos abandonados que não pode deixar de descobrir no Alentejo. Visitá-los é também prestar homenagem a todos aqueles que, ao longo dos séculos, lutaram para fazer de Portugal um país independente.
1. Castelo de Noudar
Encontra-se entre a ribeira da Múrtega e o rio Ardila, num local que foi escolhido pelas suas defesas naturais, pela sua facilidade de acesso e pela possibilidade de se aproveitar a água da Fonte da Figueira, que se encontra a 250 metros do local.
Este castelo foi construído em 1307, no reinado de D. Dinis, e desempenhou um importante papel na defesa da fronteira com Castela, em inícios do século XIV. Hoje, é parte central do Parque de Natureza de Noudar.
2. Castelo de Valongo
No Alentejo, podemos encontrar um castelo abandonado, que se encontra em mãos de privados, e que se está a tornar em ruínas sem que alguém faça alguma coisa. E, ainda por cima, encontra-se numa zona com elevado potencial turístico, o que deveria servir de incentivo para o recuperar.
Falamos do Castelo Real de Montoito, também conhecido como castelo de Valongo, que se encontra a 25 km de Évora, e que nos deixa sem palavras, principalmente pelo estado de degradação em que se encontra. Este é um dos raros castelos nacionais que manteve a sua traça tipicamente medieval.
3. Castelo de Ouguela
Ouguela é uma típica e belíssima aldeia alentejana, situada em Campo Maior. No alto de um monte com 270 metros de altitude, o seu castelo olha altivo para a paisagem em redor, recordando-nos da sua principal função de defesa.
Terão sido os mouros a criar as primeiras muralhas, que viriam mais tarde a dar origem ao castelo. Este foi um dos mais importantes castelos da raia alentejana, tendo perdido a sua importância quando chegaram os tempos de paz. Aconselha-se vivamente uma visita à pequena aldeia de Ouguela e ao seu castelo, assim como também aos arredores da localidade.
4. Castelo de Veiros
É certamente um dos mais peculiares castelos do Alentejo e até mesmo de Portugal, já que foi construído em xisto e conta com pormenores de granito e mármore. Apenas outro castelo em Portugal foi construído também em xisto, o de Arouce, na Lousã.
Não se sabe a data da sua construção, sabendo-se apenas que a sua torre de menagem foi mandada construir durante o reinado de D. Dinis. O local fazia parte de um conjunto estratégico de castelos defensivos, juntamente com o castelo de Campo Maior, Monforte e Ouguela.
5. Fortaleza de Juromenha
A fortaleza de Juromenha guarda inúmeras memórias de alguns dos episódios mais importantes da história de Portugal, sendo um dos maiores símbolos da luta pela defesa do nosso território. Infelizmente, o local encontra-se hoje ao abandono mas existem projetos para o recuperar.
O terramoto de 1755 danificou em muito a fortaleza, que nunca mais voltou a ser a mesma. Com a paz com Espanha, perdeu o seu papel crucial de defesa, conduzindo ao lento definhar da aldeia e ao êxodo da sua população.
… é lamentável saber-se que há dinheiro para tanta coisa inútil e destruição e… não há dinheiro para se conservar estruturas que fazem parte dum Património Deste Nosso “Belo País á Beira-Mar Plantado”.