Muitas das aldeias mais pequenas de Portugal encontram-se hoje praticamente desertas, já que os seus habitantes foram emigrando e deixando estas terras ao abandono. No entanto, estas aldeias são apenas pequenas em dimensão, tendo uma história rica e um património natural inigualável e que é perfeito para todos aqueles que querem passar uns dias longe do stress da cidade e da rotina.
Esta é apenas uma pequena amostra de um país que está quase a desaparecer. De norte a sul de Portugal, existem muitas pequenas aldeias com menos de 10 habitantes. Algumas acabam mesmo por desaparecer, dando origem a aldeias abandonadas. Outras começam a recuperar algum fôlego graças à recente onda de pessoas que procuram o interior do país com o objetivo de ter uma vida mais calma, como é o caso de algumas das Aldeias de Xisto.
De qualquer das formas, vale a pena olhar para um destes casos e pensar: devemos deixá-las ao abandono e seguir o caminho inevitável do progresso? Ou devemos apostar em revitalizar o interior e manter vivas as nossas tradições e as nossas origens? Deixamos-lhe aqui 5 das aldeias mais pequenas de Portugal:
1. Aldeia de Cubas (Vila Pouca de Aguiar)
Em 2012, esta aldeia tinha apenas quatro habitantes, na forma de dois casais de idosos. Em 2017, apenas um destes casais ainda aqui se encontrava. Nesta lista, esta é a aldeia menos habitada. Situada entre encostas e montanhas, a Aldeia de Cubas caminha rumo ao esquecimento, graças à sua localização de difícil acesso e à distância que a separa do centro urbano. Esta aldeia poderá inclusivamente desaparecer nos próximos anos.
O casal que ainda aqui vive, Francisco Costa e Maria da Liberação Alves, que têm 76 e 68 anos, respetivamente, são os únicos moradores desta terra que tinha mais de 70 pessoas, há cerca de 30 anos. O casal trabalha no campo e cuida dos seus animais como forma de combater a solidão, já que podem passar dias inteiros sem ver outras pessoas. A exceção é o mês de agosto, em que alguns emigrantes aqui voltam.
A aldeia é palco de paisagens magníficas que convidam à contemplação. Poderá também percorrer o Trilho de Cubas, com cerca de 12 quilómetros e duração de cinco a seis horas, circulando entre caminhos rurais e montanhas num percurso de dificuldade elevada.
2. Aldeia da Pena (São Pedro do Sul)
A 325 quilómetros de Lisboa e a 20 quilómetros de São Pedro do Sul, em Viseu, poderá encontrar a Aldeia da Pena, no fundo do vale de São Macário. É uma das aldeias mais pequenas de Portugal mas tem conseguido resistir graças a algum turismo.
Esta pequena aldeia caracteriza-se pelas suas casas de xisto e por estar perfeitamente integrada na natureza envolvente que se estende até à ribeira da Pena. Apenas existem dez casas de habitação, morando no local seis pessoas. Os carros não circulam na aldeia, que se situa a 600 metros de altitude. Os campos são regados a partir da ribeira, sendo esta usada para banhos refrescantes no verão, tanto por habitantes como por visitantes.
3. Cortecega (Góis)
A 45 quilómetros de Coimbra e a 4 quilómetros de Góis pode encontrar Cortecega, rodeada por vales e montes verdejantes e constituída por uma mistura de casarios novos e antigos, uns de xisto, outros pintados de branco, amarelo e azul. No entanto, esta pequena aldeia não se deixa definir pelo tamanho e marca a sua presença online, num esforço para contrariar o rumo à extinção. O ambiente na aldeia é ativo e dinâmico, apesar de a maioria da população ser idosa e praticante de uma agricultura de subsistência ou familiar.
As tradições ainda aqui se mantêm, como a festa em honra de Nossa Senhora das Neves (agosto), o Almoço da Amizade (março/abril) a concentração de motards (agosto) e o Encontro de Concertinas e Almoço das Vindimas (outubro), entre outras celebrações comunitárias. Apesar de ser uma das aldeias mais pequenas de Portugal, ainda vai tempo alguma vida graças à dinamização popular.
4. Cevide (Melgaço)
Pouco conhecida, mas com grande significado, já que marca o início de Portugal, a aldeia de Cevide encontra-se no concelho de Melgaço e tem menos de meia dúzia de habitantes, hoje em dia. Tem como vizinha a Galiza e a sua paisagem é marcada pelo rio Trancoso, que nasce na Portelinha e se estende por 13,6km, definindo de forma natural a fronteira entre Portugal e Espanha. Toda a região é hoje pouco povoada, estando bem preservadas a ribeira e as suas margens graças à pouca presença humana.
A aldeia em si é pequena, tem apenas 3 habitantes, e o mais digno de visitar é a sua pequena capela. Modesta mas bonita e acolhedora, vale a pena entrar nela e apreciar os seus detalhes. E acima de tudo, converse com os moradores locais: terão com certeza muitas histórias para lhe contar, a maioria ligada às aventuras do contrabando.
5. Asnela (Murça)
Há apenas 50 anos, a aldeia de Asnela, em Murça, tinha cerca de 250 pessoas. Atualmente são apenas 6. Os motivos: a falta de empregos na região e a emigração para o estrangeiro ou para outras cidades portuguesas. Uma das atrações desta aldeia transmontana são as casas de granito, típicas desta região. Os seus habitantes são autossuficientes: cultivam tudo aquilo de que precisam e criam os seus próprios animais.