De nada vale se você é mais um dos muitos portugueses que emigrou para a capital. Para compreender estas expressões populares lisboetas tem que ser um alfacinha de gema, nascido e criado nos bairros de Lisboa, com “pedigree” confirmado em notário. Descubra 55 expressões populares lisboetas e divirta-se a tentar descobrir se percebe ou conhece algumas delas.
- Afragatar-se – galantear, requestar alguém para atingir fins libidinosos.
- Alpinar – fugir
- Alambiques – pés que cheiram mal com o suor (colégio militar).
- Altamar – nome dado à margem do Tejo, de Cacilhas à Trafaria
- Bairro Bife – bairro Alto
- Bate-sornas – gatuno que se dedica a roubar indivíduos que se deixam dormir na rua.
- Beateiro – indivíduo que percorre as ruas à procura de pontas de cigarro.
- Benzer – roubar
- Bibe – sobretudo ou gabardina
- Bidé – terrinha
- Bilargo – travessa
- Bordo – facada
- Botica do Xexé – local onde existe muita coisa, mas mal arrumada.
- Branca – lençol
- Broi ou Broia – boa
- Calcas – botas
- Cantar a cigana – estar bêbedo
- Carmoso – tostão
- Carrapata – ferida de cura demorada
- Carreira – camioneta que faz o transporte de passageiros (Estremadura)
- Burogaço – caruma (Estremadura)
- Castiço – castelhano
- Cecear – falar afectadamente à Lisboeta, pronunciando o S como Z ou os SS como c.
- Chá-de-fora – carne de vaca entre a alcatara e o pojadouro.
- Chão-grande – terreiro do paço
- Chibato – Preso delator
- Corcar – torcer
- Cravo – carvoeiro
- Derrete – galanteio (Estremadura)
- Desorinado – desorientado
- De uma figa – pessoa indispensável
- Embarcar – empurrar
- Engadanhado – ter as mãos tolhidas de frio (Estremadura)
- Esbroncado – desconfiado
- Escanência – comida
- Estampilha – bofetada
- Facha’vôr – faz favor
- Fraqueta – faca
- Gabedo ou gebaba – pancada no chapéu
- Gaita – pénis
- Garchinho – garfo
- Lega – patroa
- Macavenco – excêntrico
- Malva – chapéu-de-chuva
- Miomba – espécie de bife metido no pão
- Neta – água-pé
- Obras de Sta. Engrácia – Coisa que leva muito tempo a fazer, que perece não terminar. Teve origem nas celebradas obras de St-a Engrácia, igreja próxima da feira da Ladra, Campo de Sta. Clara, começadas em 1682 e que terminaram em 1966. Sta igreja deu origem nessa altura ao panteão nacional.
- Palheta – pá de apanhar o lixo
- Pandar – apalpar as algibeiras
- Panta – troca-tintas
- Pano de esfrega – a língua
- Pente – mocetona airosa
- Pinóia – bom negócio
- Vianinha – pãozinho fino e reduzido
- Volta dos tristes – passeio muito frequente dos lisboetas, ao domingo, de Lisboa a Sintra, Cascais e volta a Lisboa.