No Norte de Portugal, podemos encontrar uma enorme riqueza de fauna e flora, inúmeros tesouros geológicos, um património arquitetónico que merece um destaque especial. Um bom exemplo dessa riqueza de património é a abundância de pontes medievais, que tinham como principal função permitir a passagem de uma margem para outra.
A designação de “medieval” pode ser difícil de atribuir. Muitas destas pontes foram reconstruídas posteriormente de forma tão severa que pouco ou nada restou da estrutura original. Outras delas foram construídas aproveitando estruturas de antigas pontes romanas existentes no mesmo local. Por isso, optámos por escolher apenas aquelas que não oferecem dúvidas quando à sua idade e que se encontram bem conservadas.
Construídas numa época em que se recorria a pouca tecnologia, não deixam de impressionar ainda hoje pela sua beleza. Muitas destas pontes encontram-se inseridas em trilhos, rotas e percursos pedestres que lhe vão permitir conhecer melhor a envolvente em que se inserem. Assim, deixamos-lhe algumas pontes medievais do Norte do nosso país que tem mesmo que conhecer.
1. Ponte da Misarela
Esta bela ponte encontra-se sobre o rio Rabagão, em pleno Gerês, rio esse que serve de fronteira natural entre Montalegre e Vieira do Minho. A estrutura da ponte está datada da época medieval, enquadrando-se de forma espetacular na paisagem envolvente.
O local encontra-se associado a uma lenda famosa, onde o protagonista é o Diabo, e é por isso que esta ponte é muitas vezes apelidada de “ponte do Diabo”.
2. Ponte Medieval do Rio Sabor
Trata-se de uma ponte composta por cinco arcos largos e que é muitas vezes referida, erroneamente, como tendo origem romana. No entanto, este magnífico exemplar tem uma construção inequivocamente baixo-medieval.
A escassos metros, ergueu-se em 1987, uma nova ponte em betão, que serve para a circulação. Caso queira visitar esta ponte, basta ir a Izeda, concelho de Bragança, e fazer a viagem até Santulhão, pertencente a Vimioso.
3. Ponte de Ucanha
Esta ponte era a entrada monumental para o Couto do Mosteiro de Salzedas, com a torre a servir de local de cobrança de portagem, de defesa e de armazenamento de diversos produtos. Apesar de tudo, a função militar da ponte era secundária.
A existência da ponte vem já documentada no século XII, e pensa-se que a ponte tenha sido originalmente construída pelos romanos, no seguimento de uma estrada que ali passava.
4. Ponte da Cava da Velha
Também chamada de Ponte Nova de Castro Laboreiro, esta é uma das pontes medievais mais bem conservadas de todo o Parque Nacional da Peneda-Gerês.
A ponte terá origens romanas (foi construída originalmente por estes), mas foi reconstruída na Idade Média, altura em que ganhou o seu aspeto atual. É por essa razão que é considerada uma ponte medieval, até porque foi alvo de uma profunda reconstrução nessa época.
5. Ponte da Ladeira
Não se sabe muito sobre esta bonita ponte, mas o seu aspeto medieval é evidente, apesar de ter sofrido algumas obras de restauro e de ter recebido proteções laterais em ferro, que em nada combinam com a estrutura em granito da ponte.
Pensa-se que a sua construção foi iniciativa dos monges do Mosteiro do Ermelo. O local encontra-se perto do Soajo, num antigo caminho que conduzia até Lindoso.
6. Ponte Velha de Castro Laboreiro
A história desta ponte encontra-se fortemente ligada à ponte da Cava da Velha, de que já lhe falamos neste artigo. Não podemos deixar de destacar um pormenor curioso: graças às sucessivas reconstruções, a ponte nova de Castro Laboreiro é mais antiga que a ponte velha.
Apesar de ter sofrido uma profunda reconstrução já na Idade Moderna, no entanto, a ponte velha não deixa de ter um aspeto fortemente medieval.
7. Ponte de Quintão
Esta ponte medieval liga as freguesias de Brufe e Carvalheira e atravessa o leito do rio Homem. A estrutura foi construída para permitir a passagem de pessoas, de carroças e de cavalos, algo patente no tamanho da estrutura.
Apesar de esta ponte ser conhecida por muitos como “ponte romana”, a verdade é que foi construída na Idade Média, como pode ser ainda hoje atestado pela sua arquitetura e aspeto.