Os dias são mais curtos, está um pouco mais de frio, mas nem por isso o Alentejo perde o seu encanto. Aliás, talvez até ganhe um pouco mais de magia, com o fumo das chaminés a fazer-se notar no horizonte e com o cheiro a petiscos que se comem à lareira na companhia da família e dos amigos. Mas o que visitar no Alentejo no Inverno?
As opções são muitas e variadas! Há muito tempo que esta região deixou de ser um destino sazonal. Por aqui pode encontrar aldeias, vilas e cidades repletas de história, monumentos, atividades e de eventos culturais que se estendem durante todo o ano e que dão vida às estações mais calmas, como é o caso do Inverno.
E se tiver oportunidade, pare num qualquer típico restaurante alentejano, de preferência com lareira, e desfrute da sua rica gastronomia e da excecional hospitalidade das suas gentes. Descubra alguns dos melhores locais no Alentejo para visitar no Inverno.
1. Marvão
A poucos quilómetros de Espanha, situada entre Portalegre e Castelo de Vide, no ponto mais alto da Serra de São Mamede, encontramos a tranquila vila de Marvão. Antigamente conhecida como Monte de Ammaia, deve o seu atual topónimo ao facto de ter servido de refúgio a Ibn Marwan, um conhecido guerreiro mouro que viveu no século IX.
No interior das muralhas, pode encontrar um bonito conjunto de arquitetura popular alentejana, com destaque para os arcos góticos, janelas manuelinas, varandas de ferro forjado e outros detalhes de interesse em recantos feitos de granito.
2. Mértola
Este museu vivo, debruçado sobre o Guadiana, terá sido cidade romana, capital de um reino árabe, e a primeira sede da Ordem de Santiago. Como é o porto mais a norte do Guadiana, levou até ao mar os pesados minérios da região. Assim, Mértola guarda valiosos tesouros, guardados em diversos núcleos museológicos, dos tempos romanos, suevos, árabes e dos portugueses.
A vila, depois de cair no esquecimento durante uns tempos, revitalizou-se graças à intervenção dos arqueólogos, que não só criaram o conceito de museu aberto, como integraram neste a recuperação das artes tradicionais. Assim, seguindo pelo traçado irregular das ruas, intacto na sua expressão medieval, folheia páginas da história local.
3. Évora
Situada sobre uma suave colina e coroada pela sua imponente catedral, Évora guarda no seu centro histórico, rodeado de uma vasta cintura de muralhas, uma valiosa herança cultural, que está hoje classificada como Património da Humanidade pela UNESCO. As ruas estreitas, de inspiração mourisca, contrastam na perfeição com as praças inundadas de luz, numa combinação de dois milénios de história.
A grande diversidade de culturas ao longo dos tempos tornou Évora uma cidade única e a não perder. Aliada à História, encontra-se a modernidade e o dinamismo modernos, visíveis nos excelentes restaurantes, bares, esplanadas e na gente jovem que frequenta a Universidade.
4. Elvas
Situada a apenas 8 km em linha reta de Badajoz, Elvas foi uma importante praça-forte da fronteira portuguesa, e a cidade mais fortificada da Europa. Daí lhe vem o cognome “Rainha da Fronteira”, pela qual ainda hoje é conhecida.
A cidade é rica em património, contando com um imenso espólio de monumentos megalíticos e um bom acervo arqueológico da época pré-histórica e romana. Destacamos o bonito castelo do século XIII, a Igreja de São Domingos ou a igreja de São Pedro, do século XII, como exemplos de arquitetura medieval a não perder.
5. Juromenha
Pertencente ao concelho do Alandroal, Juromenha é a testemunha perfeita dos conflitos constantes na Raia. Hoje está ao abandono, embora existam planos para recuperar todo o local. Mas esta pequena aldeia-fortaleza foi em tempos a grande sentinela do Guadiana e desempenhou um papel crucial na defesa do território nacional.
Foi conquistada aos mouros por D. Afonso Henriques e mais tarde doada à Ordem de Avis. Os seus domínios trocaram de dono várias vezes durante as guerras com Espanha. O terramoto de 1755 danificou muito a fortaleza, que nunca mais voltaria a ser a mesma. Com a paz com Espanha, perdeu o seu papel crucial na defesa do território, o que conduziu ao lento definhar da aldeia e ao êxodo da sua população.
6. Castelo de Vide
Encontra-se nos limites do Parque Natural de S. Mamede e parece um local saído de um postal, pelas suas ruas estreitas e labirínticas e casas caiadas. Não podemos deixar de destacar a zona da Judiaria, que remonta ao século XIII e ao reinado de D. Dinis.
Assim, Castelo de Vide é uma das provas mais evidentes da presença judaica em Portugal, contando com uma sinagoga-museu que conta o passado cultural daquela região. Naturalmente, não pode perder também uma visita ao Castelo.
7. Estremoz
Esta nobre cidade pode dividir-se em dois núcleos, que demonstram a sua evolução ao longo do tempo: junto ao castelo, vai encontrar o casario medieval e, fora das muralhas, encontrará a vila moderna.
Estremoz é rica em património cultural, do qual podemos destacar o castelo, com as suas muralhas medievais, e a antiga cidadela do século XIII, onde se situa atualmente a pousada Rainha Santa Isabel, parte da rede Pousadas de Portugal.