Ao longo da História de Portugal, várias foram as catástrofes naturais que assolaram o país, provocando um número enorme de vítimas. Em muitos destes acontecimentos, por terem ocorrido há vários séculos, é quase impossível confirmar os números exatos da sua magnitude, existindo apenas estimativas do que poderá ter ocorrido.
Sendo um país localizado próximo das fronteiras das placas tectónicas, Portugal é particularmente vulnerável a sismos de grandes magnitudes. O mais famoso é o terramoto de 1755, que afetou sobretudo Lisboa, mas existem outros exemplos igualmente devastadores. As regiões mais propensas a este tipo de catástrofe são precisamente a capital e ainda o arquipélago dos Açores.
Para além dos sismos, existem ainda outros tipos de origens, como as doenças, as inundações ou os incêndios, por exemplo. Conheça algumas das maiores catástrofes naturais da História de Portugal e as suas consequências.
1. Sismo de Lisboa em 1755
De uma população total de 300 mil habitantes que viviam na cidade, crê-se que morreram 90 mil, 900 dos quais vítimas diretas do tsunami. Pensa-se também que 85% das construções de Lisboa foram destruídas, incluindo bibliotecas, conventos, igrejas, hospitais e palácios famosos.
Muitas das construções que sobreviveram foram depois destruídas pelo fogo que se seguiu ao sismo, causado por lareiras e velas e, mais tarde, por saqueadores que pilhavam os destroços.
2. Peste negra em 1569
Lisboa sofreu cerca de 20 períodos de epidemia da peste ao longo da sua história, mas este de que aqui falamos foi um dos mais mortais. Esta Grande Peste começou em julho de 1569 e apenas terminou na primavera do ano seguinte.
Ao longo desses meses, morreram cerca de 600 pessoas por dia, num total de 60 mil pessoas no final da pandemia. Cidade com uma grande taxa populacional, após a peste negra de 1569, Lisboa transformou-se numa autêntica necrópole.
3. Sismo na Ilha de São Jorge em 1757
Este grande sismo e maremoto que abalou a ilha de São Jorge a 9 de julho de 1757 ficou com o nome popular de Mandado de Deus. Deste abalo resultou a morte imediata de pelo menos 1053 pessoas na ilha de São Jorge e 11 na ilha do Pico.
No total, pensa-se que tenham morrido cerca de 1500 pessoas. Este terramoto causou destruição generalizada e formou muitas das atuais fajãs. Os deslizamentos resultaram também num maremoto, que atingiu todo o Grupo Central.
4. Sismo na Ilha de São Miguel em 1522
Na noite de 21 para 22 de outubro de 1522, um sismo provocou grandes movimentos de terra e destruição generalizada das habitações na ilha de São Miguel.
Este sismo atingiu a ilha com intensidade máxima de grau X da Escala Macrossísmica Europeia de 1998, tendo derrubado a maioria dos edifícios e desencadeado movimentos de vertente que mobilizaram cerca de 6, 75 milhões de metros cúbicos de material. Em resultado, morreram de 3.000 a 5.000 pessoas.
5. Sismo de Lisboa em 1531
Este violento terramoto atingiu a zona de Lisboa a 26 de janeiro de 1531. Do terramoto e posterior tsunami resultaram aproximadamente 30 mil mortos. Os danos causados foram bastante severos, especialmente na parte baixa sendo que aproximadamente um terço das edificações da cidade foram destruídas.
Mil vidas foram perdidas no choque inicial, ao qual se seguiu um violento tsunami que arrasou com o resto da cidade.
6. Peste negra em 1348
A peste entrou no nosso país no outono de 1348 e matou entre um terço a metade da população nacional, levando a nação ao caos. Tiveram de ser inclusivamente convocadas Cortes (as Cortes de 1352) para restaurar a ordem.
A peste, que nunca antes existira na Península Ibérica, acabou por voltar ao nosso país por diversas vezes até finais do século XVII, sempre que nasciam suficientes novos hóspedes não imunes.
7. Gripe espanhola em 1918
Esta doença varreu o nosso país a grande velocidade, contando com um número oficial de vítimas superior a 60 mil. O primeiro caso surgiu em finais de maio em Vila Viçosa, e rapidamente o contágio se propagou pelo país.
Na localidade de Benavente, 7 em cada 100 pessoas morreram com a gripe, sendo o local com os índices de maior mortalidade no nosso país. Esta doença apanhou todo o mundo de surpresa, tendo vitimado mais de 20 milhões de pessoas.