Visitar o Algarve não significa apenas desfrutar das suas praias, até porque existe muito mais a descobrir na região, por entre cascatas, aldeias, serras e diversos monumentos. Por outros castelos, igrejas, palácios e fortificações poderemos compreender melhor a história desta que foi a última região continental portuguesa a ser integrada em território nacional.
Este conjunto de monumentos foi construído ao longo dos séculos pelos povos que por aqui passaram. No Algarve, existem ruínas romanas, castelos construídos pelos mouros e palácios mandados edificar pelos portugueses. Representam um património que vale a pena ser preservado e visitado e que é testemunha o riquíssimo passado histórico desta região.
Portanto, para que possa descobrir um Algarve diferente, deixamos-lhe alguns monumentos fantásticos que tem mesmo de conhecer. Escolha o seu preferido e parta à descoberta de uma região tem muito mais para desvendar do que apenas as suas belíssimas praias.
1. Castelo de Tavira
Este castelo foi construído por mouros, entre os séculos IX e X, por cima de uma antiga fortificação militar fenícia, datada do século VIII a.C. Graças às constantes batalhas na região, o castelo foi remodelado ao longo dos séculos, tendo sido disputado por árabes, portugueses e espanhóis.
O castelo encontra-se também ligado a um episódio triste no século XIX, em que o espaço foi usado como cemitério após uma epidemia de cólera na região do Algarve.
2. Capela dos Ossos de Faro
Ao lado da Igreja de Nossa Senhora do Carmo de Faro (construção que deve, certamente, visitar) vai encontrar esta capela, que atrai a atenção dos visitantes. Trata-se de uma das mais deslumbrantes capelas dos ossos em Portugal.
O solo do espaço encontra-se repleto de sepulturas, já que o local foi em tempos cemitério, e, ao entrar na capela, vai-se deparar com mais de mil ossadas humanas, com destaque para crânios e tíbias, que se diz terem pertencido aos antigos monges carmelitas, que pretendiam lembrar o povo da efemeridade da vida.
3. Forte de São João do Arade
Em Ferragudo, num sítio estratégico na margem do rio Arade, encontrará esta fortificação, com origem no século XVII. O local foi reconstruído após o terramoto de 1755, e continuou em uso até finais do século XIX, quando foi vendido em hasta pública.
O forte foi adquirido pelo poeta Coelho Carvalho, que o transformou em residência particular, e encontra-se hoje muito bem conservado, servindo de ligação entre a praia da Angrinha e a praia Grande.
4. Castelo de Silves
Este é o maior castelo do Algarve, encontrando-se no ponto mais alto da cidade de Silves, local de onde poderá apreciar os arredores de maneira desimpedida. A fortaleza em si tem uma dimensão considerável, contando com 11 torres, 2 das quais a flanquear a entrada.
A fortificação foi já alvo de diversos trabalhos arqueológicos, que nos ajudaram a compreender melhor a história da cidade e dos povos que por aqui passaram, graças a estruturas e artefactos encontrados.
5. Farol do Cabo de São Vicente
Este farol encontra-se no extremo sudoeste da Europa, e os seus clarões rotativos são visíveis a 32 milhas, o que o torna num dos faróis que atingem maior alcance ao nível europeu.
Devido à sua localização, o cabo de São Vicente sempre teve uma grande importância estratégica para diferentes rotas marítimas, mas só em 1846 é que o convento que aí se encontrava foi reconvertido num farol. Bem perto deste farol, pode visitar a bela Fortaleza de Sagres.
6. Capela dos Ossos de Alcantarilha
Esta capela única encontra-se anexada ao lado sul da Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Conceição, em Alcantarilha, construída no século XVI. O interior da capela está praticamente todo revestido com mais de 1500 ossadas humanas.
Não podemos deixar de destacar os crânios à volta do centro do altar, com a imagem de Jesus crucificado a contrastar com a envolvente. Um mito diz-nos que estas ossadas eram provenientes de frades jesuítas que por aqui existiam.
7. Palácio de Estoi
Este original palácio foi ideia de um nobre local, que faleceu pouco depois do início da sua construção, em meados dos anos de 1840. O palácio foi depois comprado por José Francisco da Silva e ficou completo em 1909. Fica situado em Estói, Faro.
Os trabalhos foram dirigidos pelo arquiteto Domingos da Silva Meira, que tinha um grande interesse pela escultura, algo patente no palácio. Hoje, o interior do edifício encontra-se a ser restaurado, com planos de se tornar numa pousada.