Ainda existem locais secretos em Lisboa? E, para além de serem quase desconhecidos, possuem o dom de deslumbrar quem os visitar? Sim, ainda é possível encontrar lugares com esse tipo de magia na capital e muitos deles estão bem mais acessíveis do que possa imaginar.
Falamos de palácios quase secretos, casas decoradas com azulejos, ruas calcetadas com pura arte… é possível encontrar tudo isto e muito mais em Lisboa, uma cidade que cativa cada vez mais turistas graças aos seus pequenos detalhes e à beleza da sua (complexa) simplicidade).
Se quer conhecer estes sítios, basta prestar atenção à lista que lhe trazemos hoje. Temos a certeza que irá encontrar ótimas sugestões para um passeio nada habitual pelos becos e ruelas de Lisboa.
1. Museu do Azulejo
O Museu do Azulejo está instalado num magnífico edifício do século XVI, e revela-nos mais a produção e a arte do azulejo desde o século XV até aos nossos dias. Na coleção, encontra diversas obras-primas portuguesas e estrangeiras, o que faz do local uma instituição de referência nesta arte.
A sua obra mais emblemática é uma composição com 1300 azulejos e 36 metros de comprimento, que ilustra Lisboa antes do grande terremoto de 1755. Destacamos também o retábulo “Nossa Senhora da Vida” de 1580, a “Lição de Dança” de 1707, o “Retrato de Senhora”, do início do século XIX, e ainda “O Casamento da Galinha”, obra de 1665.
2. Fábrica Viúva Lamego
O edifício, situado no Largo do Intendente, foi revestido de azulejos em 1865. Inicialmente, era uma residência privada, mas ficou mais tarde nas mãos da fábrica de cerâmica Viúva Lamego, que o ocupou até 2021.
As imagens da fachada incluem vasos de plantas e figuras de inspiração asiática, que relembram o comércio entre Portugal e o Oriente. Existe outro edifício da Fábrica Viúva Lamego em Lisboa e igualmente revestido de azulejos, mas este é o mais deslumbrante.
3. Palácio dos Condes de Óbidos
Junto ao jardim 9 de abril e ao Museu Nacional de Arte Antiga, encontra este palácio, chamado também de Palácio das Janelas Verdes, em Santos. Construído no séc. XVII a mando de D. Vasco de Mascarenhas, a sua fachada marcada pela sobriedade das linhas é pontuada com torreões quadrangulares, ao estilo dos velhos solares medievais.
A sul, encontra-se um grande terraço com vista para o rio, decorado com um fantástico painel de azulejos. Hoje, é a sede da Cruz Vermelha Portuguesa e no seu interior pode visitar uma das bibliotecas mais bonitas de Portugal.
4. Casa do Alentejo
Na freguesia de Santa Justa, em Lisboa, encontra-se este palácio, também conhecido como Antigo Palácio Pais do Amaral, Antigo Palácio São Luís e Casa do Alentejo. O edifício foi caracterizado como Imóvel de interesse Público pelo IGESPAR. A construção do local deu-se no final do séc. XVII, e ao longo do tempo, chegou a funcionar aqui um liceu e um armazém de mobiliário.
Em 1919, nele esteve instalado um dos primeiros casinos de Lisboa, o Majestic Club, altura em que o edifício foi remodelado a fundo e as decorações ganharam um estilo revivalista. Em 1932, o Grémio Alentejano adquiriu o imóvel, tendo em 1981 passado para a propriedade da Casa do Alentejo.
5. Largo Rafael Bordalo Pinheiro
É certamente um dos edifícios mais fotografados da cidade, já que se encontra mesmo no centro do Chiado. Data de 1869 e está forrado com azulejos amarelos e laranja, que retratam imagens mitológicas que representam a Terra, a Água, a Ciência, a Agricultura, o Comércio e a Indústria. No topo, encontra-se uma estrela com o olho da Providência.
6. Palácio Fronteira
Apesar de estar aberto a visitas, o Palácio Fronteira ainda é habitado pelos descendentes dos marqueses que o inauguraram em 1675. Pode escolher fazer uma visita guiada ao interior, mas também pode apenas passear pelo magnífico jardim. Se decidir visitar o interior, irá passar pela biblioteca, pela capela e por salas cobertas com azulejos históricos portugueses e holandeses, dos quais se destacam painéis que reconstituem a Guerra da Restauração.
A maior parte destes conjuntos de azulejo foi colocada entre 1660 e 1670, espalhando-se o conjunto pelo interior e pelo jardim. É considerada uma das obras mais extraordinárias em azulejo do mundo, misturando obras portuguesas e holandesas com diversas esculturas decorativas.
7. Palácio da Ega
Também conhecido como Palácio do Pátio do Saldanha ou Palácio dos Condes da Ega, está situado na Calçada da Boa-Hora, em Alcântara. Uma das suas salas interiores, o “Salão Pompeia”, é Imóvel de Interesse Público desde 1950.
A construção do palácio iniciou-se no séc. XVI, havendo uma fonte com a inscrição do ano de 1582, altura em que já existia a Casa Nobre. O edifício tem 3 partes distintas, que derivam das obras feitas no séc. XVIII, altura em que se criou o “Salão Pompeia” e se demoliu a antiga capela.