A maioria dos turistas não conhece muitos palácios em Lisboa, já que, quando pensamos em palácios, pensamos em Sintra. Mas a verdade é que a capital de Portugal tem nos seus limites diversos palácios e palacetes, construídos ao longo dos séculos a mando de nobres e mesmo da família real.
Alguns desses palácios foram destruídos pelo terramoto de 1755, mas muitos dos que resistiram são hoje museus, bibliotecas, restaurantes e hotéis, que podem hoje ser visitados. Nos arredores de Lisboa, Sintra destaca-se por ser o local com maior concentração de palácios em Portugal, o que se explica por este ser um destino de eleição para a nobreza desfrutar das suas férias.
Visitá-los é fazer uma viagem no tempo e descobrir como era faustosa a vida destas famílias nobres em contraste com a vida da restante população. Muitos deles albergam interiores repletos de obras de arte, pinturas e azulejos que merecem ser apreciados. Conheça alguns dos mais bonitos palácios de Lisboa e arredores.
1. Palácio de Queluz
Este palácio do século XVIII está localizado na cidade de Queluz, no concelho de Sintra, distrito de Lisboa. Foi um dos últimos grandes edifícios em estilo rococó a ser erguido na Europa, tendo sido construído como um recanto de verão para D. Pedro de Bragança, que mais tarde viria a ser marido e rei consorte da sua sobrinha, a rainha D. Maria I. Esta mesma rainha aqui foi discretamente encarcerada após a sua loucura continuar a piorar, com a morte de D. Pedro em 1786.
Após o incêndio que atingiu o palácio da Ajuda em 1794, o Palácio de Queluz passou a ser a residência oficial do regente português, o futuro D. João VI e da sua família, mantendo esse estatuto até à fuga da família real para o Brasil em 1807, devido à invasão francesa em Portugal.
2. Palácio dos Condes de Óbidos
Junto ao jardim 9 de abril e ao Museu Nacional de Arte Antiga, encontra este palácio, chamado também de Palácio das Janelas Verdes, em Santos. Construído no séc. XVII a mando de D. Vasco de Mascarenhas, a sua fachada marcada pela sobriedade das linhas é pontuada com torreões quadrangulares, ao estilo dos velhos solares medievais.
A sul, encontra-se um grande terraço com vista para o rio, decorado com um fantástico painel de azulejos. Hoje, é a sede da Cruz Vermelha Portuguesa e no seu interior pode visitar uma das bibliotecas mais bonitas de Portugal.
3. Palácio Burnay
Foi mandado edificar no séc. XVIII por D. César de Meneses, na altura principal da Sé de Lisboa, e por isso é também chamado de Palácio dos Patriarcas. Foi palácio de verão dos patriarcas de Lisboa, até ter sido comprado no séc. XIX pelo banqueiro Henrique Burnay, que o mandou decorar sumptuosamente. Destacamos as estufas, que integram o edifício, e o zimbório, que envolve a escadaria.
O palácio, anexos e jardim são considerados Imóvel de Interesse Público. O edifício alberga hoje os serviços de Reitoria e Ação Social da Universidade Técnica de Lisboa e o Instituto de Investigação Científica Tropical.
4. Palácio da Pena
O Palácio da Pena está situado na Vila de Sintra, freguesia de São Pedro de Penaferrim, concelho de Sintra, no distrito de Lisboa. Este palácio é uma das principais expressões do romantismo arquitetónico do século XIX no mundo.
É o primeiro nesse estilo na Europa, erguido cerca de 30 anos antes do castelo de Neuschwanstein, na Baviera. O grande cérebro por trás da construção deste palácio foi D. Fernando II, rei consorte de D. Maria II e grande amante da arte e da arquitetura.
5. Palácio da Ajuda
Destaca-se pela sua beleza e pelo seu espólio visitável, sendo o único palácio visitável em Lisboa que ainda conserva de modo fidedigno a disposição e decoração das salas ao gosto do séc. XIX, nomeadamente nos aposentos dos monarcas e na sala do Trono.
Com vista deslumbrante sobre o Tejo, aqui estão expostas importantes coleções de artes decorativas do séc. XVIII e XIX, como ourivesaria, tapeçaria, cerâmica, mobiliário, e coleções de pintura, gravura, escultura e fotografia.
6. Palácio de Monserrate
Este Palácio está inserido no parque de Monserrate, situado em São Martinho, Sintra. Foi projetado por James Knowles e construído em 1858 por ordem do Visconde de Monserrate, Sir Francis Cook. A elaboração dos jardins foi entregue ao pintor William Stockdale, ao botânico William Nevill e ao mestre jardineiro James Burt. Foi residência de verão da família Cook, sendo construído sobre as ruínas da mansão neogótica que tinha sido edificada pelo comerciante inglês Gerard de Visme.
William Beckford alugou a propriedade em 1793, tendo começado a realizar obras no palácio e começado a criar um Jardim paisagístico. Tal como o Palácio da Pena, é um exemplar sugestivo do romantismo português. Foi posto à venda durante a década de 1920, tendo sido adquirido pelo Estado em 1949.
7. Palácio Nacional de Sintra
Também chamado de Palácio da Vila, está localizado na freguesia de São Martinho, em Sintra. Foi em tempos um dos Palácios Reais e é hoje propriedade do Estado Português, sendo utilizado para fins turísticos e culturais. Este palácio de implantação urbana tem traça de autor desconhecido, tendo a sua construção sido iniciada no século XV.
Tem características da arquitetura medieval, gótica, manuelina, renascentista e romântica, sendo considerado um exemplo de arquitetura orgânica, com um conjunto de corpos aparentemente separados, mas que fazem parte de um conjunto articulado entre si, recorrendo a pátios, escadas, corredores e galerias.
8. Palácio de Mafra
Diz-se que a obra se construiu devido a uma promessa feita relativa a uma doença de que o rei padecia. Com o nascimento da princesa D. Maria Bárbara, a promessa foi cumprida e o palácio e convento barroco, que hoje domina a vila de Mafra, começou a ser construído.
Os trabalhos começaram a 17 de novembro de 1717, com o modesto projeto de abrigar 109 frades franciscanos, mas a entrada do ouro do Brasil nos cofres portugueses levou a que D. João V e o seu arquiteto Johann Friedrich Ludwig a iniciarem planos mais ambiciosos, não se poupando a despesas.