Não existe outro local com tanta concentração de Palácios em Portugal como em Sintra. Localizada a poucos minutos de Lisboa numa zona de vegetação luxuriante e clima ameno, esta vila atraiu sempre a realeza e famílias ricas, que aqui construíram palácios que serviam de casa de campo e de férias.
Com o passar dos anos, grande parte destes palácios acabou por se tornar propriedade pública e hoje estão abertos ao público. Cada deles é diferente e foi construído no seu próprio estilo, mas todos possuem um encanto especial. Vários deles também possuem jardins botânicos que podem ser visitados.
Não existem dúvidas de que estes são os grandes atrativos deste local, embora a vila tenha muito mais para descobrir. Conheça alguns dos mais bonitos palácios que pode visitar em Sintra.
1. Palácio da Pena
Resulta do génio criativo de D. Fernando II e é o expoente máximo do romantismo do século XIX no nosso país, contendo referências à arquitetura manuelina e mourisca. Foi construído para poder ser observado a partir de qualquer ponto do parque, floresta e dos jardins luxuriantes, com mais de 500 espécies arbóreas vindas de todos os cantos do globo.
O palácio da Pena foi construído a partir de um antigo mosteiro e tem uma forte influência do romantismo alemão, tendo sido provavelmente inspirado pelos castelos à beira do Reno de Stolfenz e Rheinstein. As obras no palácio terminaram em 1860, embora tenham havido campanhas posteriores de decoração de interiores.
2. Palácio de Queluz
Este palácio do século XVIII está localizado na cidade de Queluz, no concelho de Sintra, distrito de Lisboa. Foi um dos últimos grandes edifícios em estilo rococó a ser erguido na Europa, tendo sido construído como um recanto de verão para D. Pedro de Bragança, que mais tarde viria a ser marido e rei consorte da sua sobrinha, a rainha D. Maria I. Esta mesma rainha aqui foi discretamente encarcerada após a sua loucura continuar a piorar, com a morte de D. Pedro em 1786.
Após o incêndio que atingiu o palácio da Ajuda em 1794, o Palácio de Queluz passou a ser a residência oficial do regente português, o futuro D. João VI e da sua família, mantendo esse estatuto até à fuga da família real para o Brasil em 1807, devido à invasão francesa em Portugal.
3. Palácio Nacional de Sintra
Também chamado de Palácio da Vila, está localizado na freguesia de São Martinho, em Sintra. Foi em tempos um dos Palácios Reais e é hoje propriedade do Estado Português, sendo utilizado para fins turísticos e culturais. Este palácio de implantação urbana tem traça de autor desconhecido, tendo a sua construção sido iniciada no século XV.
Tem características da arquitetura medieval, gótica, manuelina, renascentista e romântica, sendo considerado um exemplo de arquitetura orgânica, com um conjunto de corpos aparentemente separados, mas que fazem parte de um conjunto articulado entre si, recorrendo a pátios, escadas, corredores e galerias.
4. Palácio de Monserrate
Este Palácio está inserido no parque de Monserrate, situado em São Martinho, Sintra. Foi projetado por James Knowles e construído em 1858 por ordem do Visconde de Monserrate, Sir Francis Cook. A elaboração dos jardins foi entregue ao pintor William Stockdale, ao botânico William Nevill e ao mestre jardineiro James Burt. Foi residência de verão da família Cook, sendo construído sobre as ruínas da mansão neogótica que tinha sido edificada pelo comerciante inglês Gerard de Visme.
William Beckford alugou a propriedade em 1793, tendo começado a realizar obras no palácio e começado a criar um Jardim paisagístico. Tal como o Palácio da Pena, é um exemplar sugestivo do romantismo português. Foi posto à venda durante a década de 1920, tendo sido adquirido pelo Estado em 1949.
5. Palácio da Quinta da Regaleira
O homem sonha e a obra nasce. Este poderia muito bem ser o título de algum livro sobre a Quinta da Regaleira. Mandada construir por António Augusto de Carvalho Monteiro, foi graças ao génio deste homem e de Luigi Manini, o arquiteto, que nasceu um dos mais famosos postais ilustrados de Sintra.
Tanto o edifício como o parque que o rodeia estão repletos de simbolismos ocultos, misticismo e esoterismo. O resultado é uma obra sublime, repleta de recantos especiais, poços e túneis secretos que apetece percorrer e descobrir. Uma visita a não perder em Sintra!
6. Palácio de Seteais
Este espaço foi construído em 1787, a mando do cônsul holandês, comprado no séc. XIX pelo Marquês de Marialva e reformado e transformado em hotel em 1955. Este é um local charmoso e encantador, com frescos, obras de arte, jardins frondosos, spa e uma piscina com vista para o mar e para o Palácio da Pena.
7. Palácio Valenças
Sintra é um local muito ligado ao sobrenatural, contando com algumas casas assombradas e almas que ainda deambulam pelo nosso mundo. Um destes locais é o Palácio de Valenças, onde se diz que uma criada, de seu nome Palmira, se suicidou, devido ao amor que sentia pelo Conde (e que não era correspondido). Ao que parece, Palmira ainda vagueia pela casa, a chorar pelo amor que nunca teve.
8. Palácio Biester
O Palácio Biester é uma das mais recentes atrações turísticas para visitar em Sintra. Depois de muitos anos fechado e a despertar a curiosidade de quem passava por ele, foi recuperado e hoje está aberto ao público. Trata-se de um dos mais belos exemplares do romantismo em Sintra, embora tenha alguns traços góticos.
Para além de poder contemplar o seu magnifico interior (que conta com salas de leitura e de música ricamente decoradas), também é possível passear pelo seu parque botânico, que inclui miradouros para o Palácio Nacional de Sintra e para o Castelo dos Mouros.
9. Chalet da Condessa d’Edla
Estando escondido em pleno Monte da Lua, o Chalet da Condessa d’Edla, é um dos segredos mais bem guardados do Parque da Pena desde a sua construção, no século XIX. Com uma estrutura invulgar para Portugal, o chalé foi inspirado nas construções das montanhas suíças, mas revestido com materiais nacionais, como a cortiça, que emoldura cada porta e janela exterior.
O jardim envolvente, que foi igualmente recuperado, inclui coleções exóticas de espécies botânicas de todo o mundo. Destacam-se as raras samambaias importadas da Austrália e Nova Zelândia, que se encontram plantadas no vale.