Os azulejos são placas de cerâmica decoradas com pinturas ou relevos, que podem ser usados para revestir paredes, pisos ou tetos. A palavra azulejo vem do árabe al zellige, que significa “pedra polida”. Os azulejos foram introduzidos em Portugal no século XV, pelo rei D. Manuel I, que os trouxe de Sevilha, na Espanha. Desde então, os foram incorporados na cultura e na arte portuguesas, desenvolvendo estilos e motivos próprios.
Os azulejos podem ter várias funções: estética, simbólica, narrativa, religiosa, higiénica ou térmica. Podem representar cenas históricas, mitológicas, bíblicas, paisagísticas ou quotidianas. Podem ter cores variadas, mas o azul e o branco são as mais comuns e tradicionais.
No Porto, há muitos exemplos de azulejos que valem a pena ser vistos e apreciados. Alguns estão em locais públicos e gratuitos, outros em espaços privados ou pagos. Alguns são antigos e clássicos, outros são modernos e inovadores. Alguns são simples e discretos, outros são complexos e exuberantes. Mas todos têm algo em comum: são obras de arte que enriquecem o patrimônio cultural da cidade.
Estação de São Bento
Esta é uma das estações de comboio mais bonitas do mundo, graças aos seus 20 mil azulejos que cobrem o átrio principal. Os azulejos foram pintados por Jorge Colaço entre 1905 e 1916 e retratam episódios da história de Portugal e do norte do país. Destacam-se as cenas da Batalha de Valdevez, da Conquista de Ceuta e da entrada triunfal de João I no Porto.
Igreja do Carmo
Trata-se de uma igreja barroca do século XVIII que tem uma fachada lateral inteiramente revestida por um painel de azulejos. O painel foi executado por Silvestre Silvestri em 1912 e representa a fundação da Ordem Carmelita e o Monte Carmelo.
Capela das Almas
Esta é uma capela do século XVIII que tem uma fachada impressionante com cerca de 15 mil azulejos. Os azulejos foram colocados por Eduardo Leite em 1929 e ilustram cenas da vida de São Francisco de Assis e de Santa Catarina.
Igreja de Santo Ildefonso
Esta é uma igreja neoclássica do século XVIII que tem mais de 11 mil azulejos na sua fachada. Os azulejos foram feitos por Jorge Colaço em 1932 e mostram a vida de Santo Ildefonso e alegorias da Eucaristia.
Sé do Porto
É a catedral da cidade, construída entre os séculos XII e XIII. No seu interior, há um claustro gótico que tem as paredes decoradas com magníficos azulejos azuis e brancos. Os azulejos foram feitos por Valentim de Almeida entre 1729 e 1731 e contam histórias do Antigo Testamento, inspiradas na Canção de Salomão.
Painel Ribeira Negra
Este é um mural de azulejos moderno que fica na Ribeira, perto da Ponte D. Luís I. Foi criado por Júlio Resende em 1987 e retrata as pessoas e as atividades do cais. Os azulejos têm um estilo expressionista e um tom cinzento.
Casa da Música
Este edifício contemporâneo abriga uma sala de concertos e um museu. No seu interior, há uma sala chamada Sala dos Azulejos, onde se pode ver uma coleção de azulejos antigos e modernos, de vários estilos e cores. A sala foi concebida pelo arquiteto holandês Rem Koolhaas e pelo artista plástico português Álvaro Siza Vieira.
Banco de Materiais
Trata-se de um espaço cultural que funciona como um museu e um centro de documentação sobre os azulejos do Porto. Aqui pode ver uma exposição permanente de azulejos históricos e artísticos, além de participar de workshops e visitas guiadas. O espaço foi inaugurado em 2010 e está instalado num antigo armazém na Rua da Reboleira.
Museu Nacional de Soares dos Reis
Este é o museu mais antigo de Portugal, fundado em 1833. No seu acervo, há uma coleção de azulejos que abrange desde o século XV até o século XX. Há exemplos de azulejos hispano-mouriscos, renascentistas, barrocos, rococós, neoclássicos, românticos e modernistas. O museu está situado no Palácio dos Carrancas, um edifício neoclássico do século XVIII.