Vila Nova de Foz Côa carrega os títulos de Terra Quente, Capital da Arte Rupestre e Capital da Amendoeira com grande orgulho. Visitar esta região é viajar ao longo de milénios de história, ver a transformação das amendoeiras na primavera, e sentir o calor intenso do verão. Situada no distrito da Guarda, esta região é maioritariamente agrícola, graças ao microclima especial, dado pela grande quantidade de árvores.
O Vale do Côa foi classificado como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO, e é hoje um dos maiores centros arqueológicos de arte rupestre em toda a Europa.
Mas, para além do importante acervo arqueológico, Vila Nova de Foz Côa tem um riquíssimo património, no qual se incluem igrejas, pontes, estradas e castelos. Assim, deixamos-lhe 9 locais que não pode perder nesta magnífica localidade e seus arredores.
1. Parque Arqueológico do Vale do Côa
Este é o maior museu arqueológico do mundo ao ar livre, sendo basicamente uma imensa galeria de arte que o homem rupestre usou, marcando nas rochas de xisto a sua arte de gravura e pintura.
As primeiras gravuras rupestres do local foram descobertas em meados da última década do século XX, e, até hoje, já foram identificadas mais de mil rochas com manifestações rupestres, em mais de 80 sítios distintos, havendo um especial predomínio das gravuras paleolíticas, feitas há cerca de 30 mil anos. O local é Património da Humanidade da UNESCO desde 1998.
2. Museu do Côa
O museu do Côa é um bom ponto de partida para a descoberta da arte rupestre dos Vales do Côa e do Douro. Recorrendo a tecnologias modernas, a informação encontra-se muito bem estruturada, o que ajuda a oferecer uma experiência mais imersiva aos visitantes.
Integrado na paisagem, no topo de uma colina perto da margem do rio Côa, poderá também encontrar um miradouro com vistas incríveis sobre a paisagem, que resulta da união de dois Património Mundiais da região: o Parque Arqueológico do Vale do Côa e o Alto Douro Vinhateiro.
3. Centro histórico de Vila Nova de Foz Côa
No centro histórico da localidade, poderá encontrar a Igreja Matriz, dedicada a Nossa Senhora do Pranto e classificada como Monumento Nacional. Não deixe de admirar a sua fachada manuelina ricamente decorada e rasgada por um pórtico com figuras renascentistas e elementos manuelinos.
Ao lado da igreja, poderá encontrar um dos pelourinhos mais ornamentados do nosso país, datado do século XVI e construído em estilo manuelino. Não deixe também de apreciar a Torre do Relógio, construída no reinado de D. Afonso V, e a capela de Santa Quitéria.
4. Castelo Melhor
Na aldeia de Castelo Melhor, poderá encontrar um castelo, testemunha de uma milenar história, até porque se pensa ter sido erguido entre os séculos IX e X, no chamado “período Leonês”.
Ao longe, este castelo parece quase uma coroa real, que alguém plantou numa cabeça de terra. A sua planta é quase circular e rodeia o cabeço onde está implantado. Por sua vez, a sua porta é em arco quebrado e, no interior do castelo, ainda pode ser vista uma cisterna. De resto, pouco mais sobra deste magnífico ponto de interesse histórico.
5. Castelo Velho de Freixo de Numão
Este é um lugar muito visitado, não apenas por ser um importante sítio arqueológico, mas também pelas vistas incríveis que se têm a partir do seu miradouro.
Implantado no alto de um esporão de xisto, o local é caraterizado pelos vestígios do que se pensa ter sido um castro pré-histórico e, atualmente, é considerado um dos mais importantes povoados do Noroeste da Península Ibérica. As campanhas arqueológicas levam-nos a acreditar que o sítio tem uma ocupação datada entre a Idade do Cobre e a Idade do Bronze.
6. Castelo de Numão
Este castelo encontra-se dentro do Parque Arqueológico do Vale do Côa e é um Monumento Nacional desde 1910. A sua ocupação remonta à pré-história, ao período Neolítico, tendo o local sido romanizado e, mais tarde, conquistado pelos mouros. De planta irregular, este castelo tem 3 portas, uma torre de menagem, e mais 4 torres.
Dentro das muralhas, poderá ver a Igreja de Santa Maria, hoje em ruínas, e extramuros, encontrará uma necrópole com sepulturas escavadas na rocha, junto às ruínas da antiga capela de São Pedro.
7. Alto Douro Vinhateiro
Vila Nova de Foz Côa encontra-se no extremo oriental do Alto Douro Vinhateiro, a primeira região vitivinícola demarcada do mundo, numa zona que é designada por Douro Superior.
À beleza deste vale, profundamente encaixado no rio Douro e seus afluentes, junta-se a geometria dos vinhedos e dos socalcos, que foram rasgados pelo Homem nas íngremes encostas. Neste vale é feita a produção de vinho há mais de 2000 anos, tendo o local sido classificado pela UNESCO como Património da Humanidade, em 2001.
8. Ruínas do Prazo
Conhecidas como o Machu Picchu português, as Ruínas do Prazo, situadas em Freixo de Numão, no distrito da Guarda, atraem visitantes nacionais e internacionais graças ao facto de aqui existirem ruínas de uma vila romana muito bem conservada, perfeitamente situada no meio da paisagem de cortar a respiração.
A estação arqueológica em si está localizada na localidade de Prazo, encontrando-se a cerca de 3km da freguesia de Freixo de Numão. No perímetro urbano desta freguesia, pode visitar o Museu da Casa Grande, que foi instalado num solar barroco que data do século XVIII, onde pode ver mostras de arqueologia e etnologia.
9. Passadiços do Côa
Os passadiços do Côa estendem-se ao longo de 930 metros e dão-nos a conhecer uma paisagem natural deslumbrante, representando, ao mesmo tempo, o melhor da história desta região.
O percurso tem 890 degraus para um desnível de 160 metros, de onde poderá contemplar as encostas agrestes e os socalcos do Douro, assim como as diversas espécies vegetais e animais, algumas das quais com o estatuto de protegidas.