A língua portuguesa é um organismo vivo, em constante evolução. Ao longo dos séculos, muitas palavras foram perdendo terreno no quotidiano, substituídas por termos mais modernos ou simplesmente esquecidas.
No entanto, algumas delas carregam um encanto especial e merecem ser recordadas. Descubra 9 palavras que já não fazem parte do nosso dia a dia, mas que ainda assim guardam a sua beleza e história.
1. Desopilar
Outrora utilizada para descrever o ato de descontrair ou divertir-se, “desopilar o fígado” significava aliviar tensões e esquecer os problemas. Hoje, expressões como “relaxar” ou “desanuviar” substituíram esta curiosa palavra.
2. Almocreve
Este termo designava os transportadores de mercadorias que viajavam com animais de carga. Com o avanço dos meios de transporte, a profissão desapareceu e a palavra ficou esquecida.
3. Cicerone
Se um guia turístico já foi chamado de “cicerone”, hoje este termo tornou-se raro e formal. Pode ainda ser encontrado em textos literários, mas no dia-a-dia a palavra “guia” tomou o seu lugar.
4. Bergante
Utilizada para descrever uma pessoa velhaca, malcriada ou sem escrúpulos, esta palavra foi substituída por termos mais comuns, como “canalha” ou “trapaceiro”.
5. Arcaz
Antigamente, um arcaz era um móvel utilizado para guardar roupas ou mantimentos. Hoje, a palavra “armário” ou “baú” tomou o seu lugar, e este termo sobrevive apenas no contexto histórico.
6. Estroina
Esta palavra referia-se a uma pessoa boémia, gastadora e desordeira. Embora ainda possa ser encontrada em livros mais antigos, foi perdendo terreno para sinónimos como “irresponsável” ou “desperdiçador”.
7. Malsinar
Significava difamar ou dizer mal de alguém, com um forte tom de maledicência. Hoje, é praticamente desconhecida, substituída por “difamar” ou “caluniar”.
8. Carlinga
Era o termo utilizado para designar a cabine do piloto nas aeronaves. Embora ainda possa ser encontrado em contextos técnicos, caiu em desuso na linguagem comum.
9. Frémito
Significava um tremor ou agitação ligeira, geralmente associada a emoções intensas. Hoje, palavras como “tremor” ou “estremecimento” acabaram por a substituir.
Embora muitas destas palavras tenham desaparecido do nosso vocabulário diário, continuam a fazer parte da rica história da língua portuguesa. Algumas persistem nos textos literários ou no discurso das pessoas mais velhas, mantendo viva a sua sonoridade e significado.
Quem sabe se, um dia, algumas destas palavras não voltarão a fazer parte do nosso vocabulário? Até lá, vale a pena recordar e celebrar estas pequenas pérolas linguísticas que contam um pouco da nossa história.