A história que aprendemos na escola é que Portugal começou como o Condado Portucalense, governado por D. Henrique, pai de D. Afonso Henriques, que se tornaria o primeiro Rei de Portugal. No entanto, se recuarmos alguns séculos, há muito mais a contar.
Portugal começou por ser a Lusitânia, anexada pelos Romanos, e após alguns séculos de domínio romano, a região foi invadida por tribos germânicas, os Suevos e os Visigodos.
Os Suevos governaram durante muitos anos o território que abrange a Galiza e o Norte de Portugal, e no seu auge, controlaram uma vasta área que incluía o Algarve e partes da atual Espanha. Quem foram os reis Suevos que governaram o território que hoje corresponde a Portugal?
O Reino Suevo, também conhecido como Reino da Galécia, existiu no noroeste da Península Ibérica entre 411 e 585 e foi um dos primeiros reinos a separar-se do Império Romano.
Os Suevos, um povo germânico, invadiram a Península Ibérica em 409, juntamente com os Vândalos e os Alanos, e estabeleceram a sua capital em Braga.
Lista dos 13 Reis Suevos
- Hermerico (409-438) Hermerico liderou os Suevos na sua migração para a Península Ibérica e estabeleceu a capital em Braga. Foi reconhecido como federado pelo Império Romano.
- Hermigário (429) Hermigário foi um chefe militar suevo que liderou uma expedição na Lusitânia. Morreu em combate contra os Vândalos.
- Réquila (438-448) Réquila sucedeu ao seu pai Hermerico e expandiu o reino suevo, conquistando parte da Lusitânia e Bética.
- Requiário (448-456) Requiário, filho de Réquila, foi o primeiro rei suevo a converter-se ao cristianismo. Foi derrotado e morto pelos Visigodos.
- Frantano (456-457) Frantano governou após a morte de Requiário durante a guerra civil que dividiu o reino.
- Maldras (457-459) Maldras reunificou o reino suevo, mas foi assassinado, levando a nova divisão do reino.
- Remismundo (459-469) Remismundo, filho de Maldras, reunificou o reino e converteu-se ao arianismo sob influência visigótica.
- Frumário (459-463) Frumário foi um opositor de Remismundo e governou parte do reino até ser derrotado.
- Réquila II (484) Réquila II governou durante um período de conflitos internos.
- Teodemundo (520-550) Teodemundo reinou durante o período conhecido como “idade das trevas” sueva, com poucos registros históricos.
- Carriarico (550-559) Carriarico converteu-se ao catolicismo, marcando o fim do período obscuro do reino suevo.
- Teodomiro (559-570) Teodomiro foi responsável pela conversão dos Suevos ao catolicismo ortodoxo e convocou o Primeiro Concílio de Braga.
- Miro (570-583) Miro participou em várias campanhas militares e convocou o Segundo Concílio de Braga. Pediu paz aos Visigodos após várias derrotas.
O reino suevo manteve a sua independência até 585, quando foi anexado pelos Visigodos e convertido na sexta província do Reino Visigótico.
Durante este período, os Suevos passaram por várias transformações políticas e religiosas, desde a aliança com Roma até à conversão ao cristianismo e a subsequente adoção do arianismo sob influência visigótica.
Os reis Suevos desempenharam um papel crucial na formação inicial da região que hoje corresponde a Portugal.
Governaram com relativa autonomia, estabelecendo uma estrutura de governo e religião que influenciaria as futuras dinastias e a formação do Reino de Portugal.
Embora os seus nomes e feitos não sejam tão conhecidos como os dos reis posteriores, os Suevos foram pioneiros na consolidação de um território que se tornaria uma nação independente.
Ao estudar estes primeiros governantes, podemos compreender melhor as raízes históricas de Portugal e a complexa teia de influências que moldaram a identidade do país antes da ascensão de D. Afonso Henriques e da formação do Reino de Portugal tal como o conhecemos hoje.