Nem sempre desejamos passar férias em locais que todos já conhecem e, por vezes, sentimos a necessidade de escapar, nem que seja por uns dias, para um local que parece ser apenas nosso, onde quase podemos estar a sós com nós próprios. Em Portugal, ainda existe locais onde é possível passar em paz e sossego quase totais.
Se não aprecia turismo de multidões, lugares a abarrotar que aparecem em todos os guias turísticos, então estas são as sugestões de férias ideais para si. Longe do turismo de massas, há um Portugal profundo e mágico por descobrir.
Mas convém não perder muito tempo a pensar e ir o mais rápido possível ou, com muita certeza, poderá correr o risco de ver estes locais belos, mas desconhecidos, começarem a abarrotar de turistas. Descubra 16 destinos turísticos portugueses ainda sem turismo de massas.
1. Linhares da Beira
Está situada na vertente ocidental da Serra da Estrela e terá tido origem num castro lusitano. O conjunto urbano revela-se muito harmonioso e cheio de encanto, com casas simples construídas em granito a conviverem com alguns solares de nobreza antiga. Poderá também encontrar muitas janelas do século XVI. Na Igreja Matriz, de raiz românica, mas reconstruída no século XVII, encontram-se 3 valiosas tábuas atribuídas ao grande Mestre português Vasco Fernandes.
A rústica tribuna, elevada sobre um banco em redor de uma mesa de pedra, é um exemplar único de um fórum medieval, onde se anunciava à população as decisões comunitárias. Aqui, pode também ver as antigas armas da vila. Destaca-se também o Pelourinho quinhentista em granito, rematado pela esfera armilar.
2. Cacela Velha
Encontra-se localizada numa elevação arenítica, frente à Ria Formosa e ao mar, na freguesia de Vila Nova de Cacela, em Vila Real de Santo António. Antigamente, era conhecida como Sítio da Igreja, e para muitos é a mais bela zona da Ria Formosa, conservando o seu encanto e pacatez. A partir desta bela localidade muralhada, edificada sobre uma arriba fóssil com cerca de um milhão de anos, pode contemplar a Ria Formosa e a ilha-barreira, onde se situa a praia marítima.
Na aldeia, é possível perder-se no mundo de casinhas térreas caiadas de branco, onde sobressai a simplicidade, naquela que é seguramente a zona mais antiga do concelho de Vila Real de Santo António. Se procura praias únicas e paisagens selvagens a desbravar, não pode perder a Cacela Velha.
3. Vilarinho de Negrões
Na margem sul da Albufeira do Alto Rabagão, pode encontrar aquela que é uma das aldeias mais pitorescas da região, graças ao seu casario relativamente bem preservado e por se encontrar sobre uma estreita e bela península, pequeno pedaço de terra poupado à subida das águas.
Vilarinho de Negrões vê-se diariamente ao espelho e distingue-se à distância pela sua perfeita simetria. Bem perto, na freguesia de Negrões, pode encontrar um forno comunitário, feito completamente em granito.
4. Alte
Alte é uma encantadora aldeia algarvia pertencente ao concelho de Loulé. Um pouco longe do mar e de todo o caos urbanístico do litoral, conserva ainda as açoteias (chaminés tradicionais) e as ruas pavimentadas em calçada portuguesa.
E se acha que, por estar longe do mar, não pode dar uns banhos, prepare-se para descobrir as Fontes de Alte. Esta zona arborizada fica mesmo ao lado de uma ribeira de águas cristalinas onde se pode refrescar. Também pode fazer churrascos e piqueniques.
5. Pia do Urso
Trata-se de um espaço que foi reaproveitado e onde se construiu um parque temático e sensorial, adaptado a invisuais, acompanhado de um circuito pedestre. Tem uma paisagem atrativa e uma calma envolvente, e é composto por diversas atrações interativas e lúdicas. É possível também alugar casas antigas, que, entretanto, foram reconstruídas, para passar alguns dias.
Ao longo do percurso, encontra diversas formações geológicas, as chamadas pias. Antigamente, os ursos aí bebiam água, daí a origem do nome do local. Foi aqui que foi instalado o Ecoparque Sensorial da Pia do Urso, num conceito inovador que pretende levar a pessoas invisuais a possibilidade da apreensão do meio envolvente que os rodeia, usando para isso os sentidos do tato e olfato.
6. Curral das Freiras
Esta pequena vila, rodeada por enormes montanhas, está situada no coração da Ilha da Madeira. O caldeirão onde assenta foi formado ou por erosão ou por atividade vulcânica. Em 1566, as freiras do convento de Santa Clara encontraram aqui o seu refúgio, ao fugir de piratas que atacavam o Funchal. Segundo conta a lenda, levaram consigo o tesouro do convento.
A vila é isolada e os seus habitantes vivem maioritariamente do que a terra produz. Um dos acontecimentos locais de maior importância é a Festa da Castanha, que decorre em novembro, e que exalta as deliciosas castanhas que são diariamente usadas na cozinha local.
7. Caldeira Velha
Localizada no flanco norte do Vulcão do Fogo, integra uma zona de vulcanismo secundário, como pode ser atestado pelas fumarolas e pela nascente termal férrea. A nascente e a ribeira associada alimentam duas quedas de água, a segunda das quais possui uma represa na base, o que cria uma zona de banhos aprazível, envolvida por uma vegetação luxuriante.
A nascente termal tem em média temperaturas de 34°C, mas na represa a água atinge temperaturas de 27°C.a 30°C. A jusante, há uma segunda piscina termal aquecida pela fumarola, onde as águas podem atingir a temperatura de 38°C.
8. Pedralva
Esta é, sem dúvida, uma das aldeias mais bonitas de Portugal. Localizada em Vila do Bispo, chegou a ter mais de 100 habitantes. Aos poucos, todos foram partindo e resistiram apenas 9, que viviam em casas degradadas ou com poucas condições. Mas Pedralva renasceu!
Após um longo processo, todas as casas da aldeia foram compradas e recuperadas para turismo rural. O município viu na ideia uma oportunidade única de promover o Algarve mais típico e instalou rede elétrica e saneamento. Hoje, Pedralva pode ser a sua aldeia: pode alugar uma das suas várias casas e passar aqui uns dias, em comunhão com a Natureza.
9. Parque Florestal de Queimadas
Este parque está situado no concelho de Santana, a 900 metros de altitude, e permite-nos usufruir da natureza ao redor da Floresta Laurissilva. Daqui partem vários percursos pedestres dominados por espécies arbóreas, com exemplares vindos da Europa, Ásia e América. Aqui encontra também a casa de abrigo das Queimadas, uma enorme construção que mantém as características originais das antigas casas de Santana, bem como uma pequena lagoa com alguns patos.
O local é ponto de partida para várias caminhadas a pé por levadas e trilhos de inigualável beleza. Destacamos particularmente o PR 9 – Levada do Caldeirão Verde, e a vereda que permite aceder ao Pico das Pedras.
10. Castelo Rodrigo
A aldeia histórica de Castelo Rodrigo foi vila e sede de concelho durante 600 anos. Quando deixou de o ser, perdeu muita da sua importância, mas resta o riquíssimo património que atesta a outrora imponência desta aldeia medieval: as velhas muralhas, as ruínas do palácio de Cristóvão de Moura, o Pelourinho quinhentista, a igreja matriz e a cisterna medieval.
Um passeio pelas suas ruas empedradas revela também a presença de cristãos-novos (judeus convertidos ao cristianismo). Por isso mesmo, aprecie cada detalhe das suas ruas e casas, muitas deles recuperadas ou em fase de recuperação. Com um pouco de atenção, poderá descobrir elementos manuelinos e até casas com motivos de origem árabe.
11. Trancoso
A antiga vila de Trancoso acolhe os visitantes num cenário medieval que nos transporta para outros tempos. Graças às suas características únicas e ao seu estado de preservação, faz parte do restrito programa das “Aldeias Históricas de Portugal”.
O cartão de visita da cidade são as Portas d’El Rei, mas no centro histórico encontra vários pontos de interesse, como a antiga Judiaria, os Paços do Concelho, o Pelourinho Manuelino, a Igreja da Misericórdia, a Igreja de São Pedro (onde se encontra sepultado o poeta-profeta Bandarra), a casa-quartel do General Beresford, o Palácio Ducal, a Igreja de Santa Maria de Guimarães, a rua dos Cavaleiros e o Castelo Medieval, que é anterior à nacionalidade.
12. Caldeirão do Corvo
A ilha do Corvo é a mais pequena dos Açores, com apenas 6,2 km de comprimento por 3,9 de largura máxima. Toda a ilha é composta pelo vulcão já extinto que a formou e o seu caldeirão. A caldeira do Corvo tem um perímetro de 2,3 km e profundidade de 320 metros, com o interior ocupada por vários cones que se dizem representar cada uma das nove ilhas dos Açores.
Na ponta sul da ilha, o relevo é menos acentuado e a terra desce até ao mar numa feijão lávica, onde se estabeleceu a Vila do Corvo. Uma vez aqui, visite o Centro de Interpretação do Corvo e a Igreja de Nossa Senhora dos Milagres.
13. Quintandona
Está integrada na freguesia de Lagares, no concelho de Penafiel, e apresenta grandes potencialidades no desenvolvimento turístico, uma vez que é uma aldeia típica preservada, com uma grande beleza e arquitetura singular. As casas são todas em xisto, tal como o solo, o que é um elemento diferenciador, já que no concelho de Penafiel a rocha mais abundante é o granito.
Aqui encontra uma capela com mais de 200 anos e uma associação (os ComoDEantes) que aprofundou aqui as suas raízes, dinamizando o teatro. A paisagem rural da aldeia encontra-se em evidência, já que a população local vive da agricultura. Destaca-se o caminho que vai de Quintandona até ao Monte da Pegadinha, um miradouro natural de toda a zona.
14. Estorãos
Esta é uma pequena aldeia minhota que se situa a cerca de 6 quilómetros de Ponte de Lima. As águas da ribeira que lhe dá o nome, vindas do alto da Serra de Arga, serpenteiam no meio de pinheiros, vinhas e campos, criando pequenos lagos e represas, onde trutas e lampreias se escondem de pescadores e turistas. A paisagem serrana contrasta com o verde dos campos, e as cores outonais de vinhas e searas criam verdadeiros jardins, perfeitos para passeios e descobertas únicas.
Em cada lado da ribeira, encontra casas de granito e outras mais modernas, que formam uma pequena aldeia ligada por uma velha ponte românica. Do lado direito da ponte, encontra um moinho de pedra, com a roda de madeira ainda intacta, que parece uma sentinela nas águas calmas.
15. Drave
Esta aldeia anexa da freguesia de Covelo de Paivô, no concelho de Arouca, parece perdida numa cova entre a Serra da Freita e a Serra de São Macário. Aqui, as casas são feitas de pedra, denominada pedra lousinha, com cobertura de xisto.
Os arruamentos são irregulares e está isolada das aldeias vizinhas, tendo fracos acessos impraticáveis no Inverno. A partir da estrada, a vista para o povoado lá ao fundo é surpreendente. Em Drave, destacamos o Solar dos Martins e a capelinha dedicada à Nossa Senhora da Saúde, como locais a visitar.
16. Santa Susana
Santa Susana é uma aldeia com arquitetura tipicamente alentejana destaca-se pelas suas casinhas rés-do-chão, caiadas de branco, com barra azul e grandes chaminés. Está distanciada da sede do concelho por 15 quilómetros e chama a atenção pelas suas casas iguais.
Estas foram construídas há mais de um século, servindo de alojamento temporário para trabalhadores agrícolas que por aqui acabaram por ficar. É hoje uma tranquila vila alentejana, onde se pode saborear a gastronomia local e conhecer o artesanato em madeira de salgueiro e cortiça.
Tão bonito, o meu País!