Belver é uma pequena vila alentejana do distrito de Portalegre, concelho de Gavião, encastrada numa pequena encosta banhada pelo Tejo. Para além da paisagem calma e singular, a vila é rica em história e património, sendo um local a não perder. É um Alentejo fora do comum, já quase com uns toques de Ribatejo.
Os acessos são fáceis, e, se vem do norte, recomendamos que faça uma espécie de “peregrinação” até chegar a Belver, parando em diversos locais de interesse. Se entrar por Penela, na região centro, e apanhar o IC8, terá de percorrer apenas cerca de 110 quilómetros a partir de Lisboa, mas passará por paisagens incríveis e a não perder.
Não deixe de parar na Sertã para uma visita rápida e desfrutar da Albufeira de Castelo de Bode. Aproveite também para conhecer Proença-a-Nova e para provar iguarias como o plangaio, o queijo cabreiro, a salada de almeirão, o bolo finto, as broas de mel e a tigelada.
Uma vez chegados a Belver, as atividades a fazer e locais a conhecer não diminuem, pelo contrário. Leve o seu tempo a percorrer as ruas da vila e a absorver o seu encanto alentejano, apreciando a paisagem sobre o Tejo.
Depois, comece por visitar o castelo, datado do século XII e mandado erguer pela Ordem dos Hospitalários, por doação do rei D. Sancho I. A ideia original era que o castelo protegesse a região e impedisse a reconquista muçulmana. Ao longo da nossa história, acabou por desempenhar sempre um papel de relevo, pela sua posição estratégica na linha defensiva do Tejo.
O castelo de Belver é um dos mais importantes marcos da arquitetura militar medieval existente no nosso território e, segundo reza a lenda, foi aqui que esteve encarcerado Luís de Camões, em 1553.
Ao visitar o castelo, está a visitar um pedaço da nossa história e sobre a arquitetura militar nacional, desfrutando ao mesmo tempo de vistas desafogadas sobre o Tejo. Dentro das muralhas, não deixe de visitar a capela e o retábulo de São Brás.
Mas o passado de Belver vai mais além das batalhas. A partir do século XVI, a produção de sabão passou a ser a principal atividade económica da região, tendo-se aqui instalado a Real Fábrica do Sabão.
Como forma de homenagear este passado, foi inaugurado em 2013 o Museu do Sabão, na antiga Escola Primária. Aqui por ver os diversos processos de fabrico do sabão, como estes eram distribuídos, e até as diferenças entre o sabão mole e o duro. O museu retrata de forma pormenorizada esta indústria, e é um dos quatro museus de sabão que existem no mundo.
Após esta rica lição de história, está na hora de desfrutar da paisagem, e não há melhor forma de o fazer que percorrendo o passadiço do Alamal. O passadiço segue junto ao rio e tem pouco mais de quilómetro e meio, tendo sido renovado em 2017. É um dos mais bonitos passadiços do Alentejo.
Ligam a praia fluvial do Alamal à ponte de Belver, serpenteando sobre o rio e com vista privilegiada para a paisagem granítica local. Terminado o passeio, chega à praia fluvial, com o seu vasto areal banhado pelas águas tépidas do Tejo, num conjunto rodeado por medronheiros e madressilvas.
Na praia, encontra todas as comodidades de que precisa, como um bar, nadador-salvador, sanitários, bons acessos, e até um parque de merendas. Pode alugar gaivotas ou até canoas, caso queira percorrer as águas calmas do Tejo e assim ver a região de uma outra perspetiva.
Assim, o que não faltam são motivos para visitar Belver, uma vila com sabor a Alentejo e que nos encanta desde o primeiro momento. Um Alentejo diferente daquele a que estamos habituados, com mais água e menos planícies, mas nem por isso com menos encanto e simpatia do seu povo.
E no final da sua visita a este pequeno recanto alentejano, não se esqueça de comprar uma pequena lembrança ou um produto regional. Para além de comprar um produto de qualidade, estará a ajudar o comércio local e a fazer com que os habitantes de Belver possam continuar a viver aqui e a recebê-lo de braços abertos.
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