Existem 27 Aldeias do Xisto em Portugal, todas elas distribuídas pela região centro, e todas com uma beleza ímpar, onde podemos contemplar a natureza luxuriante e tirar alguns momentos para conseguir alguma da tão ambicionada paz e tranquilidade. São aldeias típicas e tradicionais que ainda conservam o xisto como material de construção das suas casas.
A grande maioria destas aldeias está distribuída pelas serras da Lousã e do Açor. E embora existam mais aldeias de xisto noutras regiões, é nestas duas serras que se concentram as mais famosas, típicas e emblemáticas. Talasnal, Cerdeira, Gondramaz ou Fajão ou Sobral de São Miguel são apenas alguns dos exemplos.
Nos últimos anos tem sido feito um esforço notável para recuperar e dar uma nova vida a estas aldeias. E a verdade é que, com o turismo, vieram também novos habitantes permanentes, muitos deles oriundos do estrangeiro. Descubra as 27 aldeias de xisto de Portugal.
1. Aigra Nova (Serra da Lousã)
Esta aldeia do concelho de Góis tem apenas três pequenas ruas, com as casas dos simpáticos habitantes a espraiarem-se por estas. A comunidade vive essencialmente da agricultura e do pastoreio, portanto, não é de surpreender que haja muitas atividades ligadas a estas práticas.
Aigra Nova está integrada na estrada que conduz ao ponto mais alto da serra da Lousã, o Trevim, de onde pode vislumbrar outras belas aldeias. Não deixe de visitar o Ecomuseu Tradições do Xisto e os seus vários núcleos.
2. Aigra Velha (Serra da Lousã)
Encontra-se no ponto mais alto da serra, a 770 metros de altitude, mas os acessos são fáceis. Os habitantes vivem do pastoreio e da agricultura, nesta paisagem única, onde de um lado podemos ver a Serra da Estrela e, do outro, os Penedos de Góis.
As casas foram construídas de maneira a estarem protegidas dos animais selvagens e das condições meteorológicas mais agrestes. Na região, procure visitar o Parque Florestal da Oitava e a Ribeira da Pena.
3. Candal (Serra da Lousã)
Aquela que é uma das aldeias de serra mais visitadas está situada numa colina virada a sul da serra da Lousã, na estrada nacional que liga Lousã a Castanheira de Pera. As ruas da aldeia são íngremes e conduzem a um belíssimo miradouro, com magnífica vista sobre o vale. Pode encontrar várias atividades a fazer na aldeia ou na região envolvente. Não deixe de visitar a Loja das Aldeias do Xisto.
4. Casal de São Simão (Serra da Lousã)
A aldeia tem praticamente só uma rua, com a entrada para a localidade no seu extremo mais alto. A povoação termina junto dos declives, que tornam difícil a continuação do arruamento.
A aldeia é maioritariamente feita de quartzito, encontrando-se nos flancos de uma crista de quartzo que dá origem às Fragas de São Simão. Aqui pode encontrar o templo mais antigo do concelho de Figueiró dos Vinhos. Não deixe de visitar a capela, a fonte, a praia, a Loja Aldeias do Xisto e a Associação Refúgios de Pedra.
5. Casal Novo (Serra da Lousã)
Está localizada na dobra da encosta, na parte Norte, e está em declive, passando quase despercebida graças à abundante vegetação que a rodeia. As casas foram construídas em contínuo, formando assim um eixo pelo caminho que atravessa a aldeia, que leva ao Santuário de Nossa Senhora da Piedade. A partir da eira, consegue avistar Lousã e o seu castelo.
6. Cerdeira (Serra da Lousã)
Cerdeira é uma aldeia que parece saída de um conto de fadas. Logo à entrada, a ponte conduz-nos a um espaço surpreendente, com as casas a ocuparem o morro rochoso, e com as partes planas a serem destinadas à agricultura. O piso é em ardósia, e o caminho conduz a uma fonte, com a vegetação sempre em primeiro plano. O local é um conhecido retiro de criação artística, ocorrendo aqui residências artísticas internacionais, workshops de formação e experiências que apelam ao nosso lado mais criativo.
7. Chiqueiro (Serra da Lousã)
A aldeia tem apenas dois habitantes, um casal que vive com o seu rebanho. A aldeia está delimitada por duas linhas de água, e está escondida no meio da vegetação. A aldeia é maioritariamente de xisto escuro e tem duas pequenas ruelas, no terreno acentuado, e casas dos dois lados. Aqui encontra também uma capela.
8. Comareira (Serra da Lousã)
Esta é a mais pequena aldeia de xisto, e encontra-se no concelho de Góis. Encontra-se fortemente envolvida na dinâmica do Ecomuseu das Tradições do Xisto, sendo um ponto estratégico para quem procura as praias fluviais ou o Parque Florestal da Oitava. A aldeia é constituída por pequenos edifícios de habitação e pequenos locais para o gado.
9. Ferraria de São João (Serra da Lousã)
A aldeia de Ferraria de São João associa a sua ruralidade ao turismo, muito ativo por estas bandas. Tem diversas características distintivas, como os currais tradicionais, um sobreiral, um Caminho do Xisto, um Centro de BTT e um FunTrail para as crianças, para além dos diversos caminhos que daqui partem. O material que mais sobressai na aldeia é o quartzito, apesar de algumas fachadas estarem rebocadas e pintadas de branco.
10. Gondramaz (Serra da Lousã)
Gondramaz é terra de artesãos e de criatividade, que deixam a sua marca na população e transportam o seu nome para todos os recantos do mundo. Situada na vertente ocidental da serra da Lousã, distingue-se pelo tom único do xisto, presente nas casas e nas ruas. A aldeia tem conquistado novos habitantes e tem um ambiente muito vivo aos fins de semana, quando se realizam provas de BTT.
11. Pena (Serra da Lousã)
A aldeia da Pena está construída ao longo de um promontório, parecendo desafiar as leis da gravidade. A combinação entre xisto e quartzito, as águas cristalinas da ribeira e os Penedos de Góis conquistam todos os visitantes e convidam ao descanso e à aventura.
12. Talasnal (Serra da Lousã)
Talasnal é uma aldeia que oferece muitas atividades aos seus visitantes, entre o lazer e os desportos ativos. Aqui reina a natureza selvagem, podendo-se encontrar javalis, corços, veados, e muitas mais espécies. A aldeia tem uma ruela principal, que segue o declive da encosta, e divide-se depois em becos e quelhas, que convidam à exploração.
13. Álvaro (Zêzere)
É uma das “aldeias brancas” que integra a Rede das Aldeias do Xisto, porque a maioria das fachadas se e contra rebocada e pintada de branco, apesar de o material de construção usado ser o cisto. A aldeia, situada sobre o rio Zêzere, na albufeira do Cabril, é rica em arte sacra, e por isso, torna-se obrigatório o circuito das Capelas. Usufrua também das infraestruturas fluviais da Barragem do Cabril, onde pode ir a banhos ou fazer desportos fluviais.
14. Barroca (Zêzere)
Aqui encontra o Centro Dinamizador das Aldeias do Xisto, na Casa Grande, um antigo solar do século XVIII. Barroca é circundada por pinhais, e está enquadrada nas pirâmides das escombreiras da Lavaria do Cabeço do Pião. Fazendo a caminhada até ao Zêzere, encontra moinhos antigos e uma ponte pedonal que o leva à outra margem, onde pode ver pinturas rupestres na rocha.
15. Janeiro de Baixo (Zêzere)
Janeiro de Baixo tem cinco parques, onde podem ser realizadas diversas atividades. Assim, tem o parque infantil, o parque desportivo, o parque de lazer, o parque fluvial e o parque de campismo. Mas a aldeia tem outros pontos de interesse, como o seu património arquitetónico ou religioso. Não deixe de visitar o “Tronco”, onde antigamente se ferravam os animais, e a praia fluvial.
16. Janeiro de Cima (Zêzere)
Está situada numa zona quase plana, na margem esquerda do Zêzere, e está rodeada de plantações. As casas são feitas de xisto, tendo seixos redondos e brancos a compor as fachadas, e encontram-se bem encostadas umas às outras, por entre os sinuosos caminhos da aldeia. Aqui pode encontrar a Casa das Tecedeiras, ponto de visita obrigatório.
17. Mosteiro (Zêzere)
Mosteiro tem uma praia dentro da povoação, estando fortemente ligada à água. Aqui pode visitar os moinhos, outrora base do sustento da aldeia, que hoje são uma atração turística popular. A parte da aldeia que está na margem esquerda está construída em volta da pequena igreja do edifício da Associação do Mosteiro, e da estrada que atravessa a população.
18. Pedrógão Pequeno (Zêzere)
O nome desta aldeia da margem esquerda do Zêzere vem do afloramento granítico da zona. O granito encontra-se presente nas portas e janelas, mas o material dominante é o xisto. Destacamos a Igreja Matriz e a Ponte Filipina, sobre o rio. Pedrogão Pequeno fica a poucos quilómetros de Pedrógão Grande e da Barragem do Cabril.
19. Aldeia das Dez (Serra do Açor)
É conhecida como a aldeia miradouro, já que daqui conseguimos ter uma vista deslumbrante sobre as serras que a rodeiam, como a serra da Estrela. Destacamos o miradouro do Penedo da Saudade, situado a 430m de altitude, a partir do qual se pode ver a confluência dos rios Alvôco e Alvo, na ponte das Três Entradas.
A aldeia foi construída maioritariamente em granito e conta com um vasto património histórico (de onde se destaca a Igreja Matriz decorada a talha dourada) e gastronómico (com os deliciosos coscorões, cavacas, compotas e licor de medronho como destaque).
20. Benfeita (Serra do Açor)
Benfeita é outra das “aldeias brancas” da rede, situada perto da Fraga da Pena e da Mata da Maragaça, uma das mais importantes florestas caducifólias portuguesas. Aqui, pode encontrar a ribeira da Mata e a ribeira do Carcavão, bem como um moinho recuperado que pode visitar. Não deixe de subir à Fonte das Moscas, visitar a Torre da Paz, a Loja das Aldeias do Xisto e o centro documental da casa Simões Dias, bem como o atelier de feltro Feltrosofia.
21. Fajão (Serra do Açor)
A aldeia de Fajão encontra-se perto da nascente do rio Ceira, entre penedos de quartzito, sendo o destino ideal para quem gosta de alpinismo. Outros pontos de interesse são a Igreja, a Fonte Velha, e a história contada nos painéis de ardósia, que remete para os “Contos de Fajão”.
22. Sobral de São Miguel (Serra do Açor)
Sobral de São Miguel é um dos maiores aglomerados de xisto em Portugal, apesar de as casas estarem rebocadas e pintadas de branco. Aqui encontra iguarias como a ginja, o bacalhau, a sardinha, a pica de chouriço e o pão feito em forno de lenha. É o sítio ideal para largos passeios, tendo um património artístico de grande valor.
23. Vila Cova de Alva (Serra do Açor)
Esta é a Aldeia do Xisto com o maior conjunto monumental, tendo diversos espaços públicos e dois solares do século XVII (o Solar dos Condes da Guarda e o Solar Abreu Mesquita). Viste também o edifício dos Osórios Cabrais, a Rua Quinhentista, e a praia fluvial.
24. Água Formosa (Tejo Ocreza)
Se procura um espaço onde o som relaxante da água se faça sentir, Água Formosa é para si. Está situada entre a ribeira da Corga e a ribeira da Galega, numa zona de declives acentuados e rochas, com a natureza deslumbrante a rodeá-la e num local muito soalheiro.
25. Figueira (Tejo Ocreza)
A aldeia é praticamente plana e com fácil circulação, sendo constituída por um núcleo central do qual partem várias ruelas. Ao redor, encontram-se diversos campos de cultivo e olivais. O acesso à aldeia tem uma bifurcação, com os caminhos a envolverem a parte antiga, criando uma espécie de labirinto. A arquitetura é tradicional e antiga, com destaque para o forno comunitário.
26. Martim Branco (Tejo Ocreza)
Martim Branco tem um forno comunitário, onde se coze um pão simplesmente divinal. O terreno apresenta relevos muito contrários, com algumas partes amenas e outras agrestes. A marca diferenciadora são os esteios de xisto nos quintais, bem como a construção que mistura o xisto e o granito. Nas portas das casas, encontra ferragens muito chamativas.
27. Sarzedas (Tejo Ocreza)
O que mais chama a atenção a quem chega a Sarzedas são as fachadas com traços de cor nas casas belas e de considerável dimensão. Não pode deixar de visitar a Fonte da Vila, o pelourinho, as diversas Igrejas e Capelas, o Largo, o Campanário e a Torre Sineira.