O Rio Douro é um dos rios mais bonitos de Portugal e também um dos mais emblemáticos e carismáticos. Nasce em Espanha mas é em Portugal que ele ganha personalidade. O seu leito deu origem a um belíssimo e imponente vale que foi moldado pelo Homem para que possível possível produzir o famoso Vinho do Porto.
A paisagem criada pelo Rio Douro inspirou escritores e poetas, dos quais se destaca Miguel Torga. A beleza desta região, aliada à presença humana, criou um roteiro único de socalcos, quintas, vinhas, estradas que serpenteiam as montanhas e miradouros para apreciar tudo isto. Um passeio pelo Douro pode também ser feito através de um cruzeiro que inclui provas de vinhos nas quintas mais famosas da região.
E sendo uma das regiões demarcadas mais antigas do mundo, é normal que existam muitas histórias curiosas associadas a ela. Por isso mesmo, descubra 7 curiosidades sobre o Rio Douro e a produção de Vinho do Porto que, provavelmente, não conhecia.
1. O Douro é a Região Demarcada mais antiga do Mundo
A região do Douro é conhecida sobretudo pelo seu vinho, sendo lá que é produzido o famoso vinho do Porto, conhecido em todo o mundo. Apesar de se saber que o vinho já é aqui produzido desde tempos imemoriais, a verdade é que a zona do Douro é também a região demarcada mais antiga do mundo.
Em 1756, o Marquês de Pombal atribuiu este estatuto à região que se estende rodeada pelas serras do Marão e de Montemuro. O Marquês de Pombal foi assim o primeiro líder a determinar um esquema organizacional de uma região vinícola.
2. Um toque de xisto
Sabia que a qualidade do delicioso vinho do Porto se deve ao à predominância de xisto na região do Douro? O xisto, presente em grandes quantidades no solo, ajuda a reter água em quantidade suficiente, o que oferece às videiras a possibilidade de sobreviver nos meses secos de Verão, o que permite que haja sempre uvas de boa qualidade, que são depois a matéria-prima para este afamado vinho.
3. Uma mistura de vinhos
Falando em vinho do Porto, talvez não saiba que a maioria deles são blend, ou seja, misturados, já que resultam da mistura de diversas castas diferentes, numa tentativa de encontrar um paladar mais equilibrado.
4. Trabalhar com a natureza
Para que a produção do vinho fosse profícua, os vinicultores viram-se obrigados a criar os célebres socalcos, que algumas pessoas pensam ser obra da natureza, mas que na verdade são fruto de mãos humanas, prova do esforço das gentes do Douro, que lhes permitiu plantar as videiras em condições razoáveis e fazer da região aquilo que é hoje.
5. Os produtores do Douro
Existem atualmente cerca de 33000 produtores de vinho no Douro, mas a grande maioria tem apenas 1 hectare de terreno. Estes pequenos proprietários vendem a sua produção a outros grandes produtores ou às cooperativas da região, e assim, o produto final é um trabalho de equipa.
6. Um naufrágio que ficou para a história
Diz a lenda que dona Adelaide Ferreira, uma das maiores proprietárias de vinhas da região, que ficou conhecida como a Ferreirinha, se salvou de um afogamento, quando o barco rabelo em que navegava naufragou, em 1861, porque as suas saias de balão se insuflaram e a fizeram flutuar até a margem.
Por outro lado, o Barão de Forrester acabou por falecer nesse acidente, supostamente graças ao cinto de cabedal que usava para guardar as libras de ouro e às botas carregadas de moedas que calçava nesse dia, que o fizeram afundar mais rapidamente.
7. Umas gravuras ricas em História
O Douro tem o maior museu do Paleolítico a céu aberto do mundo. No vale do Côa, encontra mais de 500 rochas, com desenhos e gravuras escavadas na pedra, e pinturas rupestres, que nos transportam para um tempo em que os nossos antepassados viviam na região, para um tempo em que ainda nos estávamos a desenvolver enquanto humanos. Assim, uma parte importante da História está ali gravada.
Adelaide Ferreira, a Ferreirinha, é mais conhecida por Dona Antónia Ferreira