O Parque Nacional da Peneda Gerês não é apenas rico em fauna e flora ou tesouros geológicos. O seu património arquitetónico também merece um destaque especial. Não se pode falar em monumentos exuberantes mas sim, na sua maioria, de construções úteis para a população, como as pontes medievais.
Embora algumas destas pontes tenham sido construídas durante a época romana, a grande maioria delas foi totalmente reconstruída já durante a Idade Média. Tinha, como principal função permitir a passagem de gado para as brandas ou para as inverneiras e fazer a ligação entre as aldeias do Parque Nacional da Peneda Gerês.
Hoje são apenas relíquias do passado, memórias dos hábitos seculares deste povo e do seu dia-a-dia. Muitas destas pontes estão inseridas em rotas, trilhos e percursos pedestres que valem a pena ser explorados. Descubra algumas das mais bonitas pontes medievais do Parque Nacional da Peneda Gerês.
1. Ponte da Cava da Velha
A Ponte da Cava da Velha, também conhecida por Ponte Nova de Castro Laboreiro, é uma das pontes medievais mais bem conservadas de todo o Parque Nacional da Peneda Gerês. Terá sido construída por volta do século I (portanto, com origens romanas) mas reconstruída mais tarde, já durante a Idade Média, quando ganhou o aspecto atual.
É, portanto, uma daquelas pontes difíceis de catalogar: romana ou medieval? O certo é que, devido à sua acentuada reconstrução durante a Idade Média, só faz sentido catalogá-la como medieval.
2. Ponte da Assureira
Em todo o Parque Nacional da Peneda Gerês, é na região de Castro Laboreiro onde se podem encontrar mais pontes medievais (sendo que não existem certezas sobre a data real de construção de algumas delas). Mas a ponte medieval da Assureira é um dos casos em que se tem a certeza da época da sua construção.
Atravessa o ribeiro do Barreiro, um afluente do Rio Laboreiro. Terá sido totalmente reconstruída durante a Idade Média aproveitando uma estrutura romana já existente. Bem perto, fica a famosa ponte da Cava da Velha, um dos casos em que não existem certezas sobre a sua origem medieval.
3. Ponte da Ladeira
Pouco se sabe sobre a ponte da Ladeira, mas o seu aspeto medieval é notório, embora tenha sofrido algumas obras de restauro e recebido umas proteções laterais de ferro que nada combinam com a sua estrutura em granito. Fica localizada bem perto do Soajo, no antigo caminho que conduzia até ao Lindoso. Pensa-se que a sua construção terá sido iniciativa dos monges do Mosteiro de Ermelo.
4. Ponte de Bordença
Atravessa a ribeira de Bordença, um afluente do rio Adrão, e teria sido crucial para a rota da transumância, quando os pastores levavam o seu gado para as brandas durante o Verão. Era também um caminho importante de acesso aos locais de culto da região, como a Nossa Senhora da Peneda, a Nossa Senhora da Paz e São Bento do Cando.
5. Ponte Velha de Castro Laboreiro
A história desta ponte está intimamente ligada à ponte da Cava da Velha, à qual chamam ponte nova. No entanto, as sucessivas reconstruções efetuadas ao longo do tempo geraram um pormenor curioso: a ponte nova é mais velha do que a ponte velha. Confuso?
É que a ponte velha de Castro Laboreiro sofreu uma profunda reconstrução durante o século XVIII, já na Idade Moderna. Apesar disso, tem raízes e aspeto fortemente medieval e, dizem os historiadores, teria existido já no tempo dos romanos.
6. Ponte de Quintão
A ponte medieval de Quintão liga as freguesias de Brufe e Carvalheira e atravessa o rio Homem. Teria sido construído para permitir a passagem, não só de pessoas, mas também de carroças e cavalos. Apesar de muitos lhe chamarem ponte romana, terá sido construída na Idade Média.
7. Ponte da Dorna
As origens da Ponte da Dorna são um verdadeiro mistério. O seu aspeto é claramente medieval, mas há quem afirme que tem origens romanas. E para adensar ainda mais o enigma, a ponte não é mencionada nos registos paroquiais de 1758. O mais certo é ter sido reconstruída várias vezes ao longo dos séculos.
Fica localizada a sul de Castro Laboreiro, atravessa a ribeira de Dorna e faz a ligação às inverneiras de Dorna e Pontes. Dada a sua localização, presume-se que terá sido utilizada para permitir a passagem de gado durante a transumância.