As aldeias de xisto localizam-se sobretudo no Centro de Portugal e estão divididas em 4 grandes regiões: serra da Lousã, serra do Açor, Tejo/Ocreza e Zêzere. As características destas aldeias diferem consoante a região onde se localizam. E embora as aldeias mais famosas se situem na serra da Lousã, existem outras aldeias de xisto que vale a pena descobrir.
Ao longo do percurso do rio Zêzere existem várias, sendo que 6 destas pertencem à rede oficial das aldeias de xisto. Contrariamente às aldeias das serras da Lousã e do Açor, aqui as casas podem ser caiadas de branco, ficando o xisto escondido atrás da pintura. Noutros casos, as casas foram construídas não apenas em xisto mas também com seixos retirados do rio.
Em qualquer uma destas aldeias irá encontrar paz, serenidade e, quase sempre, uma praia fluvial para se refrescar nos dias quentes de Verão. Descubra algumas das mais bonitas aldeias de xisto no vale do Rio Zêzere.
1. Janeiro de Baixo
Janeiro de Baixo tem cinco parques, onde podem ser realizadas diversas atividades. Assim, tem o parque infantil, o parque desportivo, o parque de lazer, o parque fluvial e o parque de campismo. Mas a aldeia tem outros pontos de interesse, como o seu património arquitetónico ou religioso. Não deixe de visitar o “Tronco”, onde antigamente se ferravam os animais, e a praia fluvial.
Numa tentativa de dinamizar a aldeia e criar melhores condições para quem nela vive e quem a visita, o Turismo do Centro de Portugal dotou Janeiro de Baixo com uma rede de wireless totalmente gratuita. É a melhor forma de mergulhar na natureza e na tradição sem ter que se desligar daqueles que mais gosta e do mundo que o rodeia.
2. Janeiro de Cima
A aldeia de xisto de Janeiro de Cima localiza-se nas margens do Zêzere, no concelho do Fundão. Trata-se de um recanto esquecido e quase perdido no tempo onde dá gosto passear. As suas casas de xisto são peculiares: aproveitam também os seixos rolados do rio para conferir mais estrutura às suas paredes.
O seu nome é curioso, mas nada tem a ver com os meses do ano. Dizem os populares que terá tido origem em “Januário”, mas isso não é verdade porque a aldeia existe desde o século XV, pelo menos, e o primeiro registo de uma criança com o nome Januário só acontece no século XVIII. A hipótese mais plausível é que será uma derivação de algum termo latino, embora ninguém saiba qual.
Tal como muitas outras aldeias espalhadas por esse país fora, Janeiro de Cima cresceu à volta da sua igreja, construída antes do século XV. Um emaranhado de ruas estreitas e sinuosas conduz até ao largo onde este monumento religioso se encontra. E nessas ruas está o xisto, sempre presente.
3. Álvaro
É uma das “aldeias brancas” que integra a Rede das Aldeias do Xisto, porque a maioria das fachadas se e contra rebocada e pintada de branco, apesar de o material de construção usado ser o cisto. A aldeia, situada sobre o rio Zêzere, na albufeira do Cabril, é rica em arte sacra, e por isso, torna-se obrigatório o circuito das Capelas. Usufrua também das infraestruturas fluviais da Barragem do Cabril, onde pode ir a banhos ou fazer desportos fluviais.
4. Barroca
Aqui encontra o Centro Dinamizador das Aldeias do Xisto, na Casa Grande, um antigo solar do século XVIII. Barroca é circundada por pinhais, e está enquadrada nas pirâmides das escombreiras da Lavaria do Cabeço do Pião. Fazendo a caminhada até ao Zêzere, encontra moinhos antigos e uma ponte pedonal que o leva à outra margem, onde pode ver pinturas rupestres na rocha.
A aldeia de xisto de Barroca foi fortemente influenciada pela exploração das minas da Panasqueira. A grande maioria dos homens da aldeia eram mineiros, numa época em que as duras condições de vida poucas opções lhes davam além dessa. Toda a paisagem circundante (e até o rio) contém vestígios da exploração mineira.
5. Mosteiro
Mosteiro tem uma praia dentro da povoação, estando fortemente ligada à água. Aqui pode visitar os moinhos, outrora base do sustento da aldeia, que hoje são uma atração turística popular. A parte da aldeia que está na margem esquerda está construída em volta da pequena igreja do edifício da Associação do Mosteiro, e da estrada que atravessa a população.
Apesar de grande parte das suas casas ter sido caiada de branco, é ainda possível vislumbrar todo o encanto do xisto em cada recanto de Mosteiro. E com uma particularidade: quando construíam as suas casas em xisto, os habitantes da aldeia utilizavam também seixos retirados da ribeira para fortalecer as paredes.
6. Pedrógão Pequeno
O nome desta aldeia da margem esquerda do Zêzere vem do afloramento granítico da zona. O granito encontra-se presente nas portas e janelas, mas o material dominante é o xisto. Destacamos a Igreja Matriz e a Ponte Filipina, sobre o rio. Pedrogão Pequeno fica a poucos quilómetros de Pedrógão Grande e da Barragem do Cabril.