Este local tem uma beleza profunda e inegável que nos deixa sem palavras, com a sua vista em permanência sobre as poderosas ondas do Atlântico e o seu choque contra as falésias altas. O Cabo da Roca, local fustigado pelo vento de forma constante, encontra-se no ponto mais ocidental da Europa continental.
Daqui, podemos observar uma paisagem costeira selvagem e varrida pela erosão, bem patente através dos trilhos ao longo das falésias. Aqui se encontram também paisagens geológicas diversificadas, que vão desde as características escarpas erodidas pela água e vento, às praias e dunas, passando pelo relevo típico da Serra de Sintra.
É interessante fazermos um esforço de viajar no tempo, observando tudo aquilo que este local nos proporciona atualmente, e deixarmo-nos transportar para séculos atrás, numa altura em que se julgava que a Terra era o centro do universo, e para uma época em que muitas pessoas acreditavam que o Cabo da Roca era não só a extremidade mais ocidental da Europa, mas também a extremidade do mundo.
O farol do Cabo da Roca encontra-se de sentinela nas falésias, a cerca de 473 pés de altura, ou mais especificamente, a 144 metros acima do oceano, e projeta a sua luz, alertando os marinheiros dos perigos que se avizinham nas falésias. A estrutura original foi construída em 1772, tendo sido assim um dos primeiros faróis criados no nosso país. O farol que podemos vislumbrar atualmente é uma construção posterior, que remonta a 1842.
Outra estrutura bem visível quando se chega ao local é um monumento em pedra, com uma cruz no topo, sendo que na pedra se encontra uma inscrição com uma citação do famoso poeta Luís Vaz de Camões. Esta citação, escrita sobre o Cabo da Roca, traduz-se da seguinte forma: “Aqui onde a terra termina e o mar começa”.
Uma boa forma de explorar o local é seguindo através de um dos vários caminhos do penhasco, de onde pode admirar as vistas das ondas turbulentas. No entanto, graças à sua natureza exposta, estas zonas costumam ser muito ventosas, e, portanto, sugere-se o uso de roupas adequadas e que mantenha uma distância de segurança da beira do penhasco.
Torna-se particularmente belo o cenário durante o pôr-do-sol, que pode ser daqui apreciado com grande esplendor. E não é de estranhar: o sol começa a pousar lentamente no oceano Atlântico e as cores da natureza começam a fazer a sua magia. Depois, durantes uns breves instantes, resta mesmo apreciar a beleza e guardar este momento na memória (ou em fotografias).
Em termos de localização, o Cabo da Roca encontra-se a cerca de 40 km a oeste de Lisboa, e a cerca de 16 km a oeste de Cascais. A viagem de carro de Lisboa até ao Cabo da Roca demora aproximadamente uns 45 minutos.
A entrada no local é gratuita, e existe estacionamento gratuito na zona. No final, não deixe de passar pela loja de souvenirs antes de dar uma última olhada à paisagem desimpedida sobre o oceano Atlântico.
Caso queira alongar um pouco mais a sua visita e explorar os locais nos arredores, é possível realizar vários trajetos e descobrir algumas das pérolas desta belíssima região que fica tão perto de Lisboa. No que diz respeito a praias, encontra a Praia do Guincho um pouco a sul enquanto que a norte se encontram as famosas praias das Maçãs e do Magoito.
E mesmo junto à praia é possível descobrir a belíssima aldeia das Azenhas do Mar. Fica localizada num precipício que parece cair sobre o oceano, onde as ruas estreitas e íngremes conduzem a um pequeno areal com uma piscina natural. A visita é sublime e torna-se ainda melhor se, no final do dia, decidir jantar no restaurante da aldeia, famoso pelos seus pratos de peixe e marisco.
Se procura um pouco mais de história e de cultura, nada como dar um salto até Sintra e descobrir os seus palácios, museus e centros de exposições. E se gosta de descobrir o mais típico de cada região, recomenda-se vivamente uma visita até à aldeia de Gouveia, conhecida pela “aldeia em verso”, onde várias placas de azulejos decoram cada recanto com versos e poemas de um habitante da terra.