A Beira Baixa é uma região histórica portuguesa que corresponde, mais ou menos, àquilo que hoje é a área do distrito de Castelo Branco. Formava, juntamente com a Beira Alta, uma região maior à qual muitos geógrafos chamavam Beira Interior. Está repleta de pequenas aldeias que vale a pena visitar e conhecer melhor.
Várias delas fazem parte da rede de Aldeias Históricas de Portugal e outras ainda, em menor número, da rede de Aldeias de Xisto. São recantos típicos, genuínos e onde muitas das antigas tradições portuguesas e beirãs são ainda preservadas pelos seus habitantes.
Algumas destas localidades estão entre as melhor conservadas de Portugal e visitá-las é fazer uma autêntica viagem no tempo. Descubra 7 belíssimas aldeias para visitar na Beira Baixa.
1. Castelo Novo
A aldeia de Castelo Novo, construída numa colina na Serra da Gardunha, encontra-se ligada à independência portuguesa. Durante o reinado de D. Sancho I, mais concretamente em 1208, a localidade foi entregue aos Templários, que prosseguiram com a construção do castelo que estava a ser erguido.
Séculos mais tarde, a estrutura foi remodelada a mando de D. Dinis, ganhando o estilo gótico que hoje pode ser observado. Pelas ruas da aldeia, encontrará diversas marcas e pormenores arquitetónicos que contam a história de Castelo Novo.
2. Alpedrinha
Encontra-se na encosta sul da Serra da Gardunha, a cerca de 500 metros de altitude, e pertence ao concelho do Fundão. Alpedrinha tem hoje pouco mais de mil habitantes, mas chegou a ter mais de 7 mil, nos seus tempos áureos. É conhecida pela “Sintra das Beiras” e é um daqueles locais imperdíveis no Centro de Portugal.
Em Alpedrinha, os solares abundam, destacando-se a Casa da Comenda, a Casa das Senhoras Mendes ou Solar dos Pancas, a Casa do Pátio ou Solar dos Britos, a Casa do barreiro, as Casas do Cardeal e a Casa da Câmara (os antigos Paços do Concelho).
3. Monsanto
Chamam-lhe a “aldeia mais portuguesa de Portugal”. Seja realidade ou seja apenas um slogan turístico, o certo é que vale bem a pena conhecer a belíssima aldeia de Monsanto. Nos últimos anos, tem atraído cada vez mais turistas nacionais e estrangeiros e não é por acaso.
As suas casas foram construídas em comunhão com a natureza que a rodeia. Quer dizer… em comunhão com as rochas enormes que aqui abundam. Os enormes pedregulhos servem de parede a muitas casas e, em alguns casos, servem também de telhado. O charme desta aldeia é indiscutível. Agreste e bela ao mesmo tempo, recorda-nos que a motivação e o engenho do homem podem muito bem dominar a paisagem envolvente sem a danificar.
4. Janeiro de Cima
A aldeia de xisto de Janeiro de Cima localiza-se nas margens do Zêzere, no concelho do Fundão. Trata-se de um recanto esquecido e quase perdido no tempo onde dá gosto passear. As suas casas de xisto são peculiares: aproveitam também os seixos rolados do rio para conferir mais estrutura às suas paredes.
Tal como muitas outras aldeias espalhadas por esse país fora, Janeiro de Cima cresceu à volta da sua igreja, construída antes do século XV. Um emaranhado de ruas estreitas e sinuosas conduz até ao largo onde este monumento religioso se encontra. E nessas ruas está o xisto, sempre presente.
5. Idanha-a-Velha
É uma aldeia com lugar de destaque nos locais arqueológicos nacionais, uma vez que tem um notável conjunto de ruínas. É das aldeias mais antigas do país, tendo sido construída sobre um antigo assentamento, conhecido como Egitânia.
Em Idanha-a-Velha encontram-se ruínas que refletem influências celtas, romanas, visigóticas, árabes e manuelinas. Em 2017, foi construída a capela de Nossa Senhora de Fátima, distinguida por diversos prémios arquitetónicos e culturais.
6. Alcongosta
Se o Fundão e a Serra da Gardunha são conhecidos pela sua cereja, então Alcongosta é a capital das cerejeiras. No total, são 8 mil hectares de cultivo deste fruto onde milhares de árvores se cobrem de flores brancas na primavera, rivalizando com a brancura da neve da Serra da Estrela. No Verão, quando as cerejas amadurecem, é o vermelho vivo que toma conta da paisagem.
Os romanos também devem ter apreciado este fruto, já que se estabeleceram por aqui e deixaram inúmeros vestígios da sua presença. Na aldeia também existe património mais recente, mas o seu principal motivo de visita é a paisagem composta pelas cerejeiras em flor, que pode ser apreciada a partir do Miradouro da Portela da Gardunha.
7. Alcaide
A melhor forma de explorar Alcaide é caminhando pelos seus becos e ruelas. É fácil encontrar os seus principais pontos de interesse: as igrejas, a capela, a torre sineira, a Casa da Câmara e a casa onde viveu João Franco, o filho mais famoso da terra, antigo ministro do rei D. Carlos I.
Um passeio atento permite ainda descobrir uma aldeia tipicamente beirã, com os seus balcões, as tradicionais varandas, os cunhais e as cimalhas, todos eles detalhes tradicionalmente rurais. As fontes de água são também uma presença constante e atestam bem a importância e a abundância deste elemento em Alcaide.