Portugal é um país com uma história milenar e uma cultura riquíssima. Uma das formas de conhecer o seu passado e a sua identidade é visitar as suas aldeias históricas, que preservam as tradições, os costumes e o património de diferentes épocas e povos. Mas quais são as aldeias mais antigas de Portugal? Como podemos determinar a sua idade e a sua importância? Que critérios podemos usar para fazer essa classificação?
Neste artigo, vamos apresentar as 7 aldeias mais antigas de Portugal, tendo em conta os seguintes critérios: a data da sua fundação, a continuidade de ocupação humana ao longo dos séculos e o facto de terem atualmente estatuto de aldeia ao invés de vila ou cidade. Estes critérios permitem-nos selecionar as aldeias que têm uma origem mais remota, que mantiveram uma presença humana constante e que não sofreram alterações significativas no seu estatuto administrativo.
Estas são as 7 aldeias mais antigas de Portugal, que são verdadeiros tesouros da nossa memória coletiva. Visitar estas aldeias é viajar no tempo e descobrir as raízes da nossa história e da nossa cultura. Se gosta de aventura e de conhecimento, não perca a oportunidade de conhecer estas aldeias históricas, que têm muito para lhe oferecer.
Idanha-a-Velha
Idanha-a-Velha é uma aldeia histórica situada no concelho de Idanha-a-Nova, na Beira Baixa. Foi fundada pelos romanos no século I a.C., sob o nome de Civitas Igaeditanorum, e teve uma grande importância estratégica entre Guarda e Mérida. No século V, a cidade foi conquistada pelos suevos e depois pelos visigodos, que a tornaram na sua sede episcopal e lhe chamaram de Egitânia.
No século VIII, a cidade foi ocupada pelos muçulmanos, que lhe deram o nome de Idânia. No século XII, foi reconquistada pelos cristãos, no reinado de D. Sancho II, que lhe deu foral em 1229. Pouco depois, foi doada aos templários, que construíram uma torre sobre um antigo templo romano.
Monsanto
Monsanto é uma aldeia histórica situada no concelho de Idanha-a-Nova, na Beira Baixa. Foi fundada pelos romanos no século I d.C., sob o nome de Mons Sanctus, e teve uma grande importância defensiva ao longo dos séculos.
No entanto, a aldeia já seria povoada antes da chegada dos romanos já que existem vestígios de um antigo castro lusitano. Foi conquistada aos mouros por D. Afonso Henriques em 1165, e recebeu foral em 1174.
Marialva
Marialva é uma aldeia histórica situada no concelho de Mêda, na Beira Alta. Foi fundada pelos romanos no século I d.C., sob o nome de Civitas Aravorum, e teve uma grande importância defensiva ao longo dos séculos.
No entanto, as origens longínquas de Marialva parecem remontar ao tempo da antiga Cidade de Aravor, fundada pelos Túrdulos no séc. VI a.C. Este castro, situado numa eminência rochosa sobranceira aos campos da Devesa, foi o posteriormente o principal núcleo da comunidade dos Aravos (uma tribo lusitana), sendo conhecido por Castro dos Aravos. Foi conquistada aos mouros por D. Afonso Henriques em 1165, e recebeu foral em 1174.
Longroiva
Longroiva é uma aldeia histórica situada no concelho de Mêda, na Beira Baixa. Foi fundada pelos romanos no século I a.C., sob o nome de Lancobriga, e teve uma grande importância estratégica entre Guarda e Mérida. Conserva alguns vestígios da arquitetura e da cultura romanas, como a ponte sobre a ribeira de Longroiva.
A aldeia já era habitada antes da chegada dos romanos e alguns historiadores afirmam que poderia ter sido a capital dos Túrdulos (os mesmos que habitavam na vizinha aldeia de Marialva).
Meimoa
Meimoa é uma freguesia do município de Penamacor, na Beira Baixa. Fica a cerca de 12 km a norte de Penamacor, junto à ribeira de Meimoa que desagua no rio Zêzere.
Da sua fundação pouco ou nada se sabe. Presume-se que terá sido muito importante no tempo dos romanos devido à existência da ponte romana sobre a ribeira de Meimoa, que foi construída no século I d.C., e que ainda hoje se mantém em uso.
Freixo
Freixo é uma freguesia extinta do concelho de Marco de Canaveses. A aldeia tem um património histórico e cultural que inclui a área arqueológica do Freixo, onde se encontram os vestígios da antiga cidade romana de Tongobriga, que foi fundada no século I a.C. e teve uma grande importância na época imperial. Destacam-se as ruínas do fórum, das termas, das casas e dos templos.
Colmeal da Torre
Colmeal da Torre é uma freguesia extinta do concelho de Belmonte. É nesta aldeia que se encontra a Torre de Centum Cellas, uma construção romana do século I d.C., que se pensa ter sido um templo, uma mansão ou uma prisão. A torre tem uma planta quadrangular e três pisos com várias janelas, o que lhe valeu o nome de Centum Cellas (cem celas).