A palavra “mãe” é uma das mais especiais e universais da língua portuguesa. É uma palavra que exprime amor, carinho, proteção e respeito por aquela que nos deu a vida. Mas já alguma vez pensaste de onde vem esta palavra? Porque é que ela é tão semelhante em quase todas as línguas do mundo? Será que tem alguma relação com o som que os bebés fazem quando querem mamar? Neste artigo, vamos tentar responder a estas perguntas e conhecer a curiosa origem da palavra “mãe”.
A origem de uma palavra é chamada de etimologia. A etimologia estuda a história, a forma e o significado das palavras ao longo do tempo. A etimologia ajuda-nos a compreender melhor a nossa língua e a nossa cultura, e também a estabelecer relações entre as diferentes línguas do mundo. Trata-se de uma ciência fascinante que nos revela muitas curiosidades e surpresas sobre as palavras que usamos todos os dias.
Neste artigo, vamos focar-nos na etimologia da palavra “mãe” em português e noutras línguas. Vamos ver como esta palavra evoluiu desde uma língua muito antiga chamada indo-europeu até aos dias de hoje. Vamos ver também como esta palavra está relacionada com o som dos bebés e com a biologia e a psicologia dos seres humanos. Vamos ver, por fim, como esta palavra é uma palavra universal que exprime uma das relações mais importantes e fundamentais da vida humana.
A origem latina e indo-europeia da palavra “mãe”
A língua portuguesa deriva do latim, que por sua vez deriva de uma língua mais antiga chamada indo-europeia. Esta língua era falada há cerca de 5000 anos por um povo que habitava a região entre a Europa e a Ásia. A partir desta língua, surgiram muitas outras línguas que hoje conhecemos, como o inglês, o espanhol, o alemão, o russo, o persa e muitas outras.
A palavra “mãe” em português vem da palavra latina “mater”, que significa “aquela que gera”. Esta palavra latina também deu origem a outras palavras relacionadas com a maternidade, como “comadre” (que significa “com a mãe”), “madrasta” (que significa “segunda mãe”) e “madrinha” (que significa “pequena mãe”).
Mas de onde vem a palavra latina “mater”? Ela vem da palavra indo-europeia “*méh₂tēr”, que os linguistas reconstruíram a partir de comparações entre as diferentes línguas derivadas do indo-europeu. Esta palavra antiga significa “mãe” e tem um som muito parecido com o que usamos hoje em português e em outras línguas.
A semelhança da palavra “mãe” em diferentes línguas e culturas
Se olharmos para as diferentes línguas do mundo, vamos reparar que a palavra “mãe” é muito semelhante em quase todas elas. Por exemplo:
- Em inglês, diz-se “mother” ou “mom”.
- Em espanhol, diz-se “madre” ou “mamá”.
- Em francês, diz-se “mère” ou “maman”.
- Em alemão, diz-se “Mutter” ou “Mama”.
- Em russo, diz-se “мать” ou “мама”.
- Em persa, diz-se “مادر” ou “مامان”.
- Em grego, diz-se “μητέρα” ou “μαμά”.
- Em chinês, diz-se “母亲” ou “妈妈”.
Mas esta semelhança não se limita às línguas indo-europeias. Mesmo em línguas que não têm nada a ver com o indo-europeu, encontramos palavras muito parecidas para designar a mãe. Por exemplo:
- Em árabe, diz-se “أم” ou “ماما”.
- Em hebraico, diz-se “אם” ou “אמא”.
- Em japonês, diz-se “母” ou “ママ”.
- Em suaíli, diz-se “mama” ou “mzazi”.
- Em navajo, diz-se “amá”.
Como se explica esta coincidência? Será que existe uma língua universal ou um inconsciente coletivo que nos leva a usar o mesmo som para chamar a mãe? Na verdade, a explicação é mais simples e tem a ver com a biologia e a psicologia dos seres humanos.
A relação da palavra “mãe” com o som dos bebés
Os sons “ma”, “pa” e “ba” são os primeiros sons consonantais que os bebés conseguem produzir. Eles só precisam de abrir e fechar os lábios para fazer estes sons (sem precisar de dentes ou de língua). Estes sons são chamados de balbucios e são uma forma de os bebés se comunicarem com os adultos.
Mas porque é que usamos mais o som “ma” do que o som “pa” ou o som “ba” para chamar a mãe? Há duas razões principais:
- A primeira razão tem a ver com o facto de o som “ma” estar associado ao seio e ao ato de mamar. O seio é uma das primeiras fontes de alimento e de conforto para os bebés. Quando eles querem mamar, fazem o som “ma”. Assim, este som torna-se um símbolo da mãe e da sua função nutritiva.
- A segunda razão tem a ver com o facto de as mães serem normalmente as primeiras cuidadoras dos bebés. Elas passam mais tempo com eles do que os pais ou outras pessoas. Elas respondem aos seus balbucios com carinho e atenção. Elas reforçam o som “ma” como uma forma de identificação e de afeto. Assim, este som torna-se um símbolo da mãe e da sua função afetiva.
Desta forma, o som “ma” torna-se uma palavra universal para designar a mãe. É uma palavra que transcende as barreiras linguísticas e culturais. É uma palavra que expressa uma das relações mais importantes e fundamentais da vida humana.
Muito interessante este texto sobre origem etimológica da palavra “mãe” ao buscar uma explicação paralela às estruturas de formação das línguas indo-européias, entre outras, ao se concentrar na teoria das balbúcias dos bêbes sob o acalento das mães protetoras ao amamentar, numa bem sugerida hipótese sobre a expressão humana em sua mais tenra idade fisiologica. Natureza em espontânea expressão.