A música é uma forma de expressão artística que reflete a identidade e a diversidade de um povo. Cada região tem os seus ritmos, as suas melodias e os seus instrumentos musicais. Em Portugal, há uma riqueza de instrumentos musicais populares que foram criados ao longo dos séculos e que acompanham as tradições e as festas locais.
No entanto, muitos desses instrumentos estão em vias de extinção, ou seja, correm o risco de desaparecer por falta de uso, de interesse ou de preservação. Alguns já são raros de encontrar ou de ouvir, outros estão limitados a pequenas comunidades ou a grupos de música tradicional.
Neste artigo, vamos apresentar 7 instrumentos musicais portugueses em vias de extinção, que merecem ser conhecidos e valorizados.
1. Viola Braguesa
A viola braguesa é um instrumento típico da região do Minho, especialmente da cidade de Braga. É uma viola de cordas metálicas, com cinco ordens duplas. Tem a abertura central em forma de boca de raia e é tocada de rasgado, isto é, percorrendo todas as cordas ao mesmo tempo com os dedos.
É usada para acompanhar o canto ao desafio, uma forma de improvisação poética muito popular no Minho. Também é usada para tocar canções tradicionais, como o vira, a chula e o malhão.
2. Viola Toeira
A viola toeira, também conhecida por viola de Coimbra, é um instrumento originário da região de Coimbra, onde durante muito tempo animou festas e romarias. É uma viola de cordas metálicas, com cinco ordens, sendo as três primeiras duplas e as duas últimas triplas. Tem a abertura central em forma oval.
É tocada de dedilhado, isto é, tocando as cordas individualmente com os dedos. É usada para acompanhar a guitarra portuguesa e o canto de Coimbra, uma forma de música erudita e sentimental que se desenvolveu na cidade universitária.
3. Sarronca
A sarronca é um instrumento muito simples e antigo, que se encontra em várias regiões do país. É um membranofone de fricção, composto por um reservatório, geralmente uma bilha de barro ou uma lata, que serve de caixa de ressonância. A boca do reservatório é tapada com uma pele esticada, que tem preso no centro um pequeno pau ou cana. Ao friccionar esse pau ou cana com as mãos ou com um pano molhado, produz-se um som grave e rouco.
É usada para marcar o ritmo em algumas danças populares, como o corridinho ou o fandango. Também é usada para assustar os animais ou para fazer barulho nas festas de Carnaval ou de Natal.
4. Rabeca Chuleira
A rabeca chuleira é um instrumento típico do Douro Litoral e do Minho. É um violino popular, com quatro cordas friccionadas por um arco. Tem o braço mais curto que o do violino clássico e a caixa mais larga e achatada.
É usada para tocar uma forma musical chamada chula, que é típica dessas regiões. A chula é uma dança animada e saltitante, que tem uma parte cantada e uma parte instrumental. A rabeca chuleira também é usada para tocar outras canções tradicionais, como o vira ou o verde-gaio.
5. Viola Amarantina
A viola amarantina, também designada de viola de Amarante, viola de dois corações ou simplesmente viola, é um instrumento típico da região do Douro Litoral. É uma viola de cordas metálicas, com cinco ordens duplas. Tem a abertura central em forma de dois corações e é tocada de rasgado, como a viola braguesa.
É usada para acompanhar o canto tradicional da região, como as modas, as cantigas ou as desgarradas. Também é usada para tocar danças populares, como o vira ou o malhão.
6. Viola Campaniça
A viola campaniça é um instrumento típico do Alentejo, especialmente da região de Castro Verde. É uma viola de cordas metálicas, com cinco ordens duplas. Tem a abertura central em forma oval e é tocada de dedilhado, como a viola toeira.
É usada para acompanhar o cante alentejano, uma forma de canto polifónico que é Património Cultural Imaterial da Humanidade. Também é usada para tocar modas soltas, que são canções populares de caráter humorístico ou satírico.
7. Viola de arame
A viola de arame é um instrumento típico das ilhas da Madeira e dos Açores. É uma viola de cordas metálicas, com cinco ordens duplas, sendo as duas primeiras de metal e as restantes de tripa. Tem a abertura central em forma oval e é tocada de dedilhado, como a viola toeira.
É usada para acompanhar o canto e a dança das ilhas, como o bailinho, a chamarrita ou o pezinho. Também é usada para tocar canções tradicionais, como as modinhas, as cantigas ou as romarias.