As aldeias de Portugal guardam as memórias das gerações inteiras que lá viveram, fazendo-nos regressar às origens e recuar no tempo. Podem ser singelas e de granito, como em Trás-os-Montes, escuras e de xisto, como no Centro de Portugal, caiadas de branco, como no Alentejo, ou até de rocha vulcânica, como acontece nos Açores.
Mas há algo em comum entre elas: possuem uma alma própria e fazem com que os visitantes se sintam em casa. A hospitalidade dos seus habitantes é verdadeira e genuína e recebem os visitantes como se fossem da sua própria família. Aliado a tudo isto está uma gastronomia de qualidade, praias fluviais, trilhos e percursos pedestres para descobrir as redondezas.
Para que possa partir à descoberta do que temos de mais genuíno, deixamos-lhe algumas das aldeias mais típicas e tradicionais de Portugal. Escolha a sua preferida e parta à descoberta de um país que julgava nem existir.
1. Castelo Rodrigo
Esta aldeia histórica tem um riquíssimo património, no qual podemos destacar as suas muralhas, as ruínas do Palácio de Cristóvão de Moura, o pelourinho quinhentista, a Igreja Matriz e a cisterna medieval.
Ao longo das suas ruas, encontramos casas com motivos de origem árabe e elementos manuelinos, com muitas destas casas a estarem recuperadas ou em fase de recuperação, dando assim nova vida à localidade.
2. Monsanto
As ruas e casas desta histórica aldeia foram construídas a partir das falésias rochosas e dos grandes penedos em granito que a rodeiam, dando-lhe um ar único.
Nesta localidade, ainda hoje se realiza o Festival das Cruzes a cada 3 de maio, festa que celebra a resistência da aldeia a um cerco que foi feito pelos romanos no século II a.C. Não pode deixar de visitar o seu castelo, a partir do qual pode apreciar calmamente a bela paisagem envolvente.
3. Sortelha
É uma das aldeias mais bem preservadas de Portugal, uma das mais antigas aldeias históricas e também a que se encontra a maior altitude (760 metros).
As suas ruas encontram-se cercadas por um círculo defensivo, que é vigiado pelas muralhas do castelo do século XIII, local onde encontramos os maiores túmulos medievais de toda a Península Ibérica. Portanto, como pode ver, não faltam bons motivos para visitar Sortelha.
4. Castelo Novo
Esta aldeia encontra-se fortemente ligada à independência portuguesa, tendo sido entregue aos Templários durante o reinado de D. Sancho I, que prosseguiram com a construção do castelo que ali estava a ser erigido.
Mas, para além do seu castelo, existe muito para ver nesta localidade e, pelas ruas da aldeia, irá encontrar diversas marcas e pormenores arquitetónicos que contam a longa e rica história de Castelo Novo.
5. Linhares da Beira
Esta aldeia medieval, que foi fundada no século XII, conta com um vasto e riquíssimo património, do qual podemos destacar o seu castelo, que tem magníficas vistas para o Mondego.
Não deixe de passear pelas suas ruas íngremes e sinuosas, apreciando as muitas casas de pedra bem conservadas que por aqui encontra. Aqui se mantêm ainda tradições antigas, como a lavagem da roupa nas margens do rio.
6. Montesinho
Esta pequena e típica aldeia transmontana encontra-se inserida no parque natural com o mesmo nome. As suas casas típicas foram recuperadas para o turismo, encontrando-se muito bem cuidadas, tal como as suas ruas calcetadas.
Não pode deixar de descobrir a sua pequena igreja e o museu, instalado numa típica casa transmontana. Por fim, não pode partir sem provar a fabulosa gastronomia local.
7. Pena
É uma das aldeias de xisto mais isoladas na Serra da Lousã, mas é também uma das maiores e mais bem preservadas de todas. A localidade encontra-se rodeada por serras de encostas muito altas, que contam com castanheiros e vegetação muito densa.
No topo das montanhas, podemos encontrar os famosos Penedos de Góis e, em baixo, fica a aldeia da Pena, protegida por toda a sua maravilhosa envolvência natural.
8. Rio de Onor
Esta localidade tem diversas particularidades que a tornam única. Para começar, é metade portuguesa e metade espanhola. É também uma das poucas aldeias portuguesas onde ainda hoje se praticam hábitos comunitários, outrora muito frequentes no Norte de Portugal.
Por fim, o isolamento da localidade levou a que aqui se criasse um dialeto próprio, o rionorês, que infelizmente é hoje pouco falado.