Quando aprendemos o alfabeto na escola, nos ensinam que existem cinco vogais: a, e, i, o, u. Mas será que essa é a única forma de contar as vogais na língua portuguesa? E o que dizer das letras k, w e y, que foram incorporadas ao nosso alfabeto com o novo acordo ortográfico? Elas são vogais ou consoantes?
A resposta para estas perguntas não é tão simples quanto parece. Na verdade, depende de como se define uma vogal e de qual perspectiva se analisa a língua. Do ponto de vista ortográfico, que se baseia na escrita das palavras, podemos dizer que existem cinco vogais básicas e mais duas letras que podem funcionar como vogais em certos casos: o w e o y. Do ponto de vista fonético-fonológico, que se baseia nos sons da fala, podemos dizer que existem sete vogais orais e cinco vogais nasais, totalizando doze vogais.
Neste artigo, vamos explorar essas duas formas de classificar as vogais na língua portuguesa e entender melhor as diferenças entre elas. Também vamos ver quais são as regras e os exemplos de uso das letras k, w e y como vogais ou consoantes.
Vogais ortográficas
As vogais ortográficas são as letras que representam os sons vocálicos na escrita. Tradicionalmente, o alfabeto português tinha apenas cinco vogais: a, e, i, o, u. Estas são as vogais básicas da língua portuguesa, que podem ser pronunciadas de forma oral ou nasal.
No entanto, com o novo acordo ortográfico da língua portuguesa (1990), foram adicionadas ao nosso alfabeto as letras k, w e y. Estas letras são usadas principalmente para escrever nomes estrangeiros ou derivados deles, como Kant, kantismo, William, Byron. Também são usadas para escrever abreviaturas e símbolos utilizados internacionalmente, como k (potássio), km (quilômetro), yd (jarda).
As letras k, w e y podem ser consideradas vogais ou consoantes dependendo do som que representam nas palavras em que aparecem. Por exemplo:
- O y é uma vogal porque representa o som /i/, como em yin-yang ou byte.
- O k é uma consoante porque representa o som /k/, como em ketchup ou Kuwait.
- O w é uma vogal quando representa o som /u/, como em show ou Wilson. O w é uma consoante quando representa o som /v/, como em Wagner ou Walter.
Portanto, do ponto de vista ortográfico, podemos dizer que a língua portuguesa tem cinco vogais básicas (a, e, i, o, u) e mais duas letras que podem funcionar como vogais em certos casos (w e y).
Vogais fonéticas
As vogais fonéticas são os sons vocálicos produzidos pela fala. São sons emitidos com a passagem livre do ar pela boca e com vibração das cordas vocais. As vogais fonéticas podem ser classificadas conforme diferentes critérios: intensidade (tónica ou átona), timbre (aberta ou fechada), zona de articulação (anterior ou posterior), modo de articulação (oral ou nasal).
Do ponto de vista fonético-fonológico, podemos dizer que a língua portuguesa tem sete vogais orais e cinco vogais nasais. As vogais orais são aquelas em que o ar sai apenas pela boca.
As vogais nasais são aquelas em que parte do ar sai também pelas fossas nasais. As vogais orais são representadas pelas letras a, e, i, o, u. As vogais nasais são representadas por essas mesmas letras acompanhadas de um til (~) ou de uma consoante nasal (m ou n). Veja os exemplos:
- Vogais orais: a (casa), ê (cesto), é (café), i (vida), ô (pôr), ó (avó), u (luz).
- Vogais nasais: ã (mãe), ẽ (também), ĩ (ruim), õ (pão), ũ (um).
Portanto, do ponto de vista fonético-fonológico, podemos dizer que a língua portuguesa tem doze vogais: sete orais e cinco nasais.
Conclusão
A questão das vogais na língua portuguesa pode ter diferentes respostas dependendo do ponto de vista que se adota. Do ponto de vista ortográfico, que se baseia na escrita das palavras, existem cinco vogais básicas e mais duas letras que podem funcionar como vogais em certos casos: o w e o y. Do ponto de vista fonético-fonológico, que se baseia nos sons da fala, existem sete vogais orais e cinco vogais nasais.