Não podemos negar que Portugal está cada vez mais virado para o litoral, onde podemos encontrar cidades de maior dimensão, mais empregos e melhores serviços públicos. Para trás ficam as aldeias e localidades do interior, que guardam a memória dos nossos antepassados e que continuam a manter vivas algumas das suas tradições mais antigas.
Basta ver o caso das Aldeias de Xisto que, apesar de nos últimos anos terem ganho uma nova vida, continuam num acelerado processo de desertificação, cada vez mais difícil de contrariar. Foram recuperadas algumas casas para turismo rural, chegaram alguns novos habitantes e turistas mas mesmo assim não é suficiente.
Assim, deixamos-lhe 5 belíssimas aldeias de xisto que têm menos de 10 habitantes. Visitar cada uma delas é descobrir um país que julgava já não existir mas que ainda está lá, à sua espera, para o receber de braços abertos. Visite-o antes que seja tarde demais.
1. Aigra Velha (1 habitante)
Esta pacata aldeia de xisto encontra-se no ponto mais alto da Serra da Lousã, com a sua história a encontrar-se ligada a lobos, caravanistas e intrusos. A construção dos seus edifícios e dos seus muros foi pensada precisamente como defesa contra estas ameaças.
Aigra Velha tem apenas uma rua e algumas casas, ligadas entre si por muros defensivos de xisto, construídos para defender os habitantes do mau tempo, dos intrusos e dos lobos. Hoje, a aldeia apenas tem um habitante permanente.
2. Aigra Nova (1 habitante)
Esta aldeia encontra-se dividida em três pequenas ruas, onde pode encontrar bonitas casas de construção baixa e à base de xisto. Apesar de pequena, Aigra Nova possui um núcleo de proteção de burros em vias de extinção, uma maternidade de árvores e o Ecomuseu Tradições do Xisto.
Não deixe de passear calmamente e sem pressas pelos seus becos e ruelas, apreciando com calma cada pequeno detalhe e, ao mesmo tempo, imaginando como seria a vida de quem aqui vivia há apenas algumas décadas.
3. Comareira (1 habitante)
É a mais pequena aldeia de xisto, encontrando-se no concelho de Góis. A localidade está fortemente envolvida na dinâmica do Ecomuseu das Tradições do Xisto, sendo também um ponto estratégico para quem procura as praias fluviais ou o Parque Florestal da Oitava.
A aldeia constitui-se de pequenos edifícios de habitação e de pequenos locais para o gado. Visita-se muito rápido mas localiza-se bem perto de vários trilhos oficiais que o podem levar a conhecer os arredores.
4. Chiqueiro (2 habitantes)
Nesta pitoresca aldeia vivem apenas duas pessoas, um casal, juntamente com o seu enorme rebanho de cabras. Chiqueiro é a mais pequena aldeia de xisto da serra, mas consegue cativar os visitantes com facilidade.
A aldeia tem apenas duas ruas, ladeadas por escuras casas em xisto, que contrastam perfeitamente com a capela, o único edifício branco da povoação. Perca-se pelos seus becos e aprecie cada pequeno detalhe com muita atenção.
5. Gondramaz (7 habitantes)
Esta localidade foi toda renovada, tendo-se respeitado, para isso, as construções originais. Tem uma rua principal, a partir da qual nasce uma rede de ruelas estreitas que nos convidam à descoberta.
Ao passear por estes recantos, irá encontrar flores nas janelas e detalhes bem cuidados. Poderá até descobrir o famoso “beco do tintol”, talvez a rua mais famosa da aldeia. Gondramaz apresenta uma dinâmica fora do comum e é mesmo uma das aldeias de xisto que mais se tem desenvolvido nos últimos anos.