Existem 27 Aldeias do Xisto em Portugal, todas elas distribuídas pela região centro, e todas com uma beleza ímpar, onde podemos contemplar a natureza luxuriante e tirar alguns momentos para conseguir alguma da tão ambicionada paz e tranquilidade. São aldeias típicas e tradicionais que ainda conservam o xisto como material de construção das suas casas.
A grande maioria destas aldeias está distribuída pelas serras da Lousã e do Açor. E embora existam mais aldeias de xisto noutras regiões, é nestas duas serras que se concentram as mais famosas, típicas e emblemáticas. Talasnal, Cerdeira, Gondramaz ou Casal de São Simão são alguns dos exemplos, mas existem outras menos conhecidas que também merecem uma visita.
As aldeias de xisto têm o dom de nos transportar numa viagem pelo tempo e nos fazer regressar ao passado e às nossas origens. E de entre todas estas aldeias, as mais desconhecidas são aquelas que, normalmente, nos cativam mais. Descubra algumas das aldeias de xisto mais secretas de Portugal.
1. Aigra Nova
Aigra Nova é uma das quatro aldeias do concelho de Góis que fazem parte da rede de Aldeias do Xisto. Está dividida em três pequenas ruas, onde encontra as bonitas casas de construção baixa e à base de xisto, num local que alia o passado com o futuro de uma forma singular e muito apelativa.
Caminhar pelas suas ruas é fazer uma autêntica viagem ao passado. A melhor forma de descobrir a aldeia é passeando, sem pressas, pelos seus becos e ruelas e apreciando cada pequeno detalhe. Ao mesmo tempo, vá imaginando como seria a vida de quem vivia nesta pequena aldeia de xisto há apenas uma décadas.
2. Aigra Velha
A pacata e singela aldeia de xisto de Aigra Velha é uma aldeia diferente de todas as outras das redondezas (e talvez mesmo de todo o país). Localiza-se no ponto mais alto da serra da Lousã e toda a sua história está ligada a lobos, caravanistas e intrusos. Mas hoje em dia possui apenas um habitante permanente.
A aldeia possui apenas uma rua e algumas casas. Estas casas estão ligadas entre si por muros defensivos de xisto. Foram construídos para defender os habitantes dos 3 maiores perigos que eles enfrentavam: o mau tempo, os intrusos e os lobos. O lobo já foi embora mas ainda abundam os veados e os javalis.
3. Candal
Numa colina voltada a Sul, na Serra da Lousã, encontra a aldeia de xisto do Candal, considerada como uma das aldeias serranas mais desenvolvidas e das mais visitadas, podendo por aqui encontrar visitantes de todo o país. Trata-se de um local onde se pode fazer uma autêntica viagem no tempo numa das mais bonitas aldeias de Portugal.
A pequena aldeia, refrescada pela Ribeira do Candal, mostra aos visitantes a tradição das casas em xisto, da fonte, do lavadouro público e a capela, testemunhos da realidade serrana e rural. A melhor forma de a conhecer é passear pelos seus becos e ruelas. Esteja atento a cada detalhe, a cada pormenor e vá conversando com quem aqui vive.
Não faltam por aqui opções de alojamento e locais onde pode confortar o estômago, provando alguma da deliciosa comida típica. Encontra também na aldeia um miradouro, que lhe dá acesso a uma vista deslumbrante sobre o vale e que o fará esquecer do quotidiano acelerado, convidando-o a desfrutar da natureza e de momentos de tranquilidade pura, que se tornam cada vez mais raros nos nossos dias.
4. Casal Novo
Localizada no concelho da Lousã, a pequena e singela localidade de Casal Novo faz parte da rede das Aldeias de Xisto. É uma das mais pequenas aldeias da Serra da Lousã, sendo apenas constituída por uma rua principal, atravessa por duas ou três ruelas e as suas eiras, os campos onde os habitantes semeavam os seus legumes e cereais.
Mas apesar de pequena, Casal Novo é uma das mais bonitas aldeias de xisto da Serra da Lousã. Passa quase despercebida no meio do arvoredo que a envolve mas a sua silhueta é deslumbrante e muito fotogénica. E a partir daqui tem uma das melhores vistas para a serra, incluindo o Castelo da Lousã.
5. Chiqueiro
Em plena Serra da Lousã, na pequena e pitoresca aldeia de xisto de Chiqueiro, vivem apenas 2 pessoas… e o seu enorme rebanho de cabras. É a mais pequena aldeia de xisto de toda a serra e também uma das mais secretas. E, apesar do seu pequeno tamanho, consegue cativar com facilidade quem a visita.
O Chiqueiro tem apenas 2 pequenas ruas ladeadas pelo casario em xisto. A delimitá-la, 2 pequenos ribeiros e uma frondosa vegetação que lhe dão um ar acolhedor e pitoresco. O xisto utilizado na construção das suas casas é escuro e contrasta com a capela, o único edifício branco de toda a aldeia.
6. Ferraria de São João
A aldeia de Ferraria de São João associa a sua ruralidade ao turismo, muito ativo por estas bandas. Tem diversas características distintivas, como os currais tradicionais, um sobreiral, um Caminho do Xisto, um Centro de BTT e um FunTrail para as crianças, para além dos diversos caminhos que daqui partem. O material que mais sobressai na aldeia é o quartzito, apesar de algumas fachadas estarem rebocadas e pintadas de branco.
7. Janeiro de Cima
A aldeia de xisto de Janeiro de Cima localiza-se nas margens do Zêzere, no concelho do Fundão. Trata-se de um recanto esquecido e quase perdido no tempo onde dá gosto passear. As suas casas de xisto são peculiares: aproveitam também os seixos rolados do rio para conferir mais estrutura às suas paredes.
O seu nome é curioso, mas nada tem a ver com os meses do ano. Dizem os populares que terá tido origem em “Januário”, mas isso não é verdade porque a aldeia existe desde o século XV, pelo menos, e o primeiro registo de uma criança com o nome Januário só acontece no século XVIII. A hipótese mais plausível é que será uma derivação de algum termo latino, embora ninguém saiba qual.
Tal como muitas outras aldeias espalhadas por esse país fora, Janeiro de Cima cresceu à volta da sua igreja, construída antes do século XV. Um emaranhado de ruas estreitas e sinuosas conduz até ao largo onde este monumento religioso se encontra. E nessas ruas está o xisto, sempre presente.
8. Fajão
Localizada na pitoresca serra do Açor, sobre a nascente do rio Ceira, e encastrada entre penedos de quartzito, encontramos Fajão, uma das Aldeias do Xisto e autêntico viveiro de cultura no interior de Portugal. As casas típicas feitas em xisto, com portas de madeira e telhados de lousa são o grande atrativo da aldeia.
Fajão pode ser uma pequena povoação pitoresca de Pampilhosa da Serra, mas tem até um museu próprio, onde pode ver algumas xilogravuras, aguarelas e objetos históricos que pertenceram à aldeia, como o seu primeiro telefone público. O espólio deste museu é a prova viva do amor dos seus habitantes pela sua terra.
9. Sobral de São Miguel
A aldeia de Sobral de São Miguel, também chamada de “coração do xisto”, encontra-se na serra do Açor, no concelho da Covilhã, e é um dos maiores aglomerados de casas construídas neste material em Portugal. As aldeias de xisto da Serra do Açor são únicas e irrepetíveis, cada uma diferente das outras mas todas com muito encanto.
Esta é uma das “aldeias brancas” das Aldeias do Xisto, já que, apesar de a construção usar este material, as fachadas se encontram rebocadas e pintadas de branco, criando assim um contraste único com a paisagem envolvente. É uma experiência diferente mas, que mesmo assim, consegue deslumbrar os turistas que visitam a aldeia de Sobral de São Miguel.
10. Água Formosa
Ainda existem aldeias assim… rústicas, típicas, genuínas e repletas de cantos e recantos de encantar capazes de surpreender os turistas mais exigentes. A Aldeia do Xisto de Água Formosa está situada em Vila de Rei, no distrito de Castelo Branco, e está indicada como sendo das mais antigas deste concelho.
Aninhada entre a ribeira da Corga e a ribeira da Galega, e circundada por paisagens de cortar a respiração, esta aldeia deve o seu nome a uma fonte de água, que fica a poucos metros do centro da povoação, cujos habitantes ainda hoje vêm a abundância de água como uma das suas maiores riquezas.
Água Formosa é um sítio perfeito para escapar do stress do quotidiano, nem que seja só por uns dias. Aqui ouve constantemente o som de água a correr, num local onde a natureza ainda cresce selvagem, e onde as tradições se mantêm, como os fornos a lenha espalhados pela aldeia.